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“O Deus exilado” Breve História de uma Heresia, Fiorillo, Maria Pacheco – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

Por:   •  13/4/2018  •  4.363 Palavras (18 Páginas)  •  593 Visualizações

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e dualista de extrema importância foi resgatada graças a estes manuscritos e a iconografia, pinturas em frisos e estandartes causaram uma grande agitação entre os historiadores. Entre essas e outras descobertas acharam 36 evangelhos diferentes dos canônicos, cartas com livre acesso pelas congregações cristãs. Entre estes textos o único disponível na biblioteca de Nag Hammadi seria o Evangelho de Tomé. Após o decreto do príncipe de Alexandria o gnosticismo enfraqueceu mais não se extinguiu os textos censurados se tornaram de grande importância religiosa, no entanto que foram enterrados em mosteiros e preservados pelos próprios monges, foi mantido outras versões para este mesmo fato. A algo que nos deixa curioso qual o objetivo destes textos serem guardados com tanto apresso pelos próprios monges? Todas as respostas podem ser interpretadas nesta magnifica obra de Marília Fiorillo onde ela enfatiza trinta anos de segredos muito bem guardados, negligenciados, tirados de circulação pela ira, pela inveja, censurados pelos que só viviam da fé, bispos católicos. Fiorillo menciona a opinião Gnóstica perante a fé do cristão, pois considera a fé um caminho errôneo para se conectarem com “Deus” insistem que o único e mais vantajoso caminho para esta conexão só se encontra nas entranhas do “conhecimento”.

Capitulo III – “A Fraqueza de Deus”

A autora destaca que o ponto forte e primordial para os gnósticos é o poder da imaginação que postos em pratica se tornam ameaçadores, principalmente para os que vivem somente da fé. Esta “fé” que não conseguiu sozinha, controlar os grandes conflitos, guerras, destruição a todo vapor, opressões, ausência da justiça, a fúria da natureza sobre a quem a transforma mais também a destrói, falta de amor sobre a humanidade... “Fé” que não foi capaz de transformar este mundo em um mundo de igualdade e liberdade, onde se preserva mais a matéria do que ao espirito, prevalecendo o bem material e deixando que o bem espiritual seja meramente descartado. Mundo este reinado somente pelos poderosos e transformado pelos humildes onde este pouco desfruta... Com estas palavras demos uma ligeira volta ao passado, chegando ao presente e partindo para o futuro... Acreditar que tudo isto pode mudar seria a resposta que alivia, acalma e resgata a alma. Mais acreditar em que, ou melhor, em quem? Em “Deus” o onipotente, onipresente? Onde está “Deus”? É o que muitos se perguntam...

Pois diante dos acontecimentos mais perversos, diante de tantas catástrofes sejam elas de origens naturais ou humanizadas, tem nos dado a impressão de um “Deus ausente”.

De acordo com o livro para o gnóstico “Deus” se mantem distante como resposta a tantas atrocidades e maldades geradas pelo homem. Será que Deus realmente criou este mundo, este homem que só pensa em destruir para obter o poder ou será que Deus tem seu lado mal. este mundo repleto de maldades se o mundo foi um dia criação divina á muito deixou de ser, ou Deus não era feito só de bondade ou não participou do último ato da criação. Tratava-se não de buscar resposta, mas mudar as perguntas com muita sabedoria, e depois voltar ao ponto de partida para verificar se as manifestações históricas supostamente gnósticas se ajudavam na moldura da definição tipológica do gnosticismo. O gnosticismo é a convicção da identidade divina do homem, e de que diz respeito tanto a sua proveniência como ao seu destino. A gnose não faz por procuração, é um processo estritamente pessoal, que permitiria ao indivíduo libertar-se do domínio do mal, isto é, do mundo material de vicissitudes. Só existe gnosticismo aonde houver impotência, rebeldia, temperamento voluntário, irreverência, e sobre tudo muita imaginação, pois o gnosticismo tem um mau humor peculiar.

“Insolência e Imaginação”

Encontram-se muitas diversidades entre a dicção gnóstica e canônica. Os gnósticos são campeões da obscuridade, mas não é exclusivo deles. Convencer é sempre uma questão de circunstância. Tudo que se diz nos textos gnósticos é urgente, diferente do novo testamento que as mensagens têm validade eterna. Pensar e escrever como Gnósticos é abusar da imaginação ou na expressão Grega usada na época, da Epinoia. A Epinoia é perturbadora, causa espanto, gera a sabedoria, nunca vem de graça e trazem inúmeras inconveniências, sobre tudo isso e muito mais o livro de Fiorillo traz os dois conceitos como paralelos e opostos. Ennoia é passividade, alienação e imobilidade e Epinoia é pura atividade desenfreada.

“Caçadores de heréticos”

Basta o medo de Deus em nossos corações (Irineu de Lion)

Em 380 é oficializado num edito de perseguição - O combate aos heréticos por ordem do Imperador Teodósio onde a biblioteca de Nag Hammadi sofre uma censura promovida no Concilio de Nicéia de 325 em que o imperador toma partido à facção católica. Diversos evangelhos autênticos, lidos e ensinados pelos novos convertidos circulavam pela Palestina livremente. Foram inúmeras batalhas de ideias travadas entre o gnosticismo e os padres Irineu de Lyon e Tertuliano de Cartago.

“Ferir fundo a besta”

“A ironia era que os gnósticos tinham ideias demais”.

Irineu (130-200) gostava de alardear a superioridade da ignorância sob as ideias e que não se precisava de nada senão a palavra do evangelho. “Poderia ter sido dele as palavras do “Califa Omar”, que após ter conquistado Alexandria em 641 quando consultado que destino dar á famosa biblioteca, respondeu:” se o que está neles concorda com o alcorão, eles são desnecessários; se discorda, são indesejáveis. Destrua-os, portanto!

A tática de Irineu para desmascarar os adversários está condensada na frase: Não só expor, mas ferir de todos os lados, fundo, a besta. A besta, no caso eram aqueles cristãos que não tinham aderido doutrina da sucessão apostólica. Daí boa parte da sua obra ser uma teologia da refutação, isto é uma doutrina nascida não da afirmação da verdade, mas da contraposição a verdades alheias, aquelas maquinadas pelos gnósticos.

Irineu sabe que os gnósticos são diferentes, entre si o que considera um de seus defeitos, mas os chama pelo mesmo nome, pois condena pelo mesmo crime capital, que é a resistência á autoridade do clero.

É na obediência que está a maior virtude do crente e a magnificência do seu tempo. Irineu não se acanha de confessar como é difícil converter gente de temperamento tão soberbo.

O início da crise

Quanto

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