HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO SUL
Por: eduardamaia17 • 16/4/2018 • 4.598 Palavras (19 Páginas) • 462 Visualizações
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As reduções indígenas implantadas pelos Jesuítas foram destruídas pelos bandeirantes, que visavam obter mão-de-obra escrava para trabalhos na agricultura e mineração. Os indígenas que escaparam aos bandeirantes foram levados pelos Jesuítas para o Rio Grande do Sul. No Oeste gaúcho os Jesuítas fundaram os Sete Povos das Missões.
Os Padres Jesuítas em 1605, chegam ao Rio Grande do Sul com a finalidade de catequizar os índios. Estas aldeias ou povoados receberam o nome demissões ou reduções. A primeira povoação oficial foi criada em 1726 pelo Padre Roque Gonzáles. Os Jesuítas ao todo fundaram os Sete Povos das Missões: São Nicolau, São Miguel, São Luiz Gonzaga, São Borja, São Lourenço, São João Batista e Santo Ângelo. Os Jesuítas introduziram a criação de animais no Rio Grande do Sul: muares, ovinos, eqüinos e principalmente bovinos.
Os bandeirantes paulistas começaram a invadir as missões em busca dos índios para vende-los como escravos. As missões entraram em decadência. Em 1768, os Jesuítas abandonaram o Rio Grande do Sul e o gado ficou solto nos campos.
Durante o século XVIII o fundamento básico da economia do Rio Grande do Sul foi a caça, a Preia do gado xucro, interessava inicialmente apenas o couro e o sebo.
Mas os bandeirantes não tardaram em atacar essa área; não contentes com as mortes e destruição que causaram, eles soltaram o gado que os indígenas criavam, que acabou se dispersando pelos campos do Sul.
A descoberta de ouro na região das “Minas Gerais” criou um problema que vinculou essa região ao Sul. No início da exploração aurífera, a falta de animais de carga, tração e sela era quase que absoluta, tanto em Minas Gerais como em São Paulo. O relevo acidentado entre a região das minas e o litoral, para onde era levado o ouro, impedia o uso de carroças ou carros de bois. Por isso os paulistas, que até então só se haviam dirigido para o Sul com o fim de capturar indígenas, passaram a se ocupar em obter animais de carga, encontrados em abundância na região.
Assim foi aberto o caminho do Sul, entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, fato que significou o marco inicial do povoamento de amplas áreas campestres do planalto. Vários povoados, vilas e pousos surgiram ao longo desse caminho, com destaque para a cidade paulista de Sorocaba, onde se realizavam as concorridas feiras de mulas. Da necessidade de subsistência desses pequenos núcleos ao longo das estradas, surgiu uma pequena agricultura em suas proximidades. A ocupação dessas áreas do Planalto Meridional se fez principalmente por paulistas, que procederam de modo diferente dos bandeirantes, pois seu objetivo foi a fixação do homem á terra. A pecuária foi fator fundamental nessa fase do povoamento.
O resultado de tudo isso é que depois de três séculos de domínio português a Região Sul continuava ocupada de forma muita rarefeita. O litoral só tinha alguma população em pontos isolados. No interior, a ocupação se restringia quase exclusivamente ás áreas campestres. Mas esse processo iria tomar novos rumos a partir da segunda metade do século XIX.
A FUNDAÇÃO DE PORTO ALEGRE
Em 1732, Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos ganhou uma grande extensão de terras do governo português. Essas terras ficavam a Leste do Lago Guaíba e pertencia ao atual município de Viamão, que na época era um dos principais povoados do Rio Grande do Sul.
Jerônimo de Ornelas organizou uma estância em suas terras, cuja sede ficava no morro Santana, hoje um bairro de Porto Alegre. Para servir ao comércio de Viamão, havia sido construído um pequeno porto sobre o Guaíba – o Porto de Viamão. Marinheiros, comerciantes e outras pessoas fixaram-se junto a esse porto. A população cresceu e o lugar passou a ser chamado de Porto Dorneles (que vem de d’Ornelas).
Em 1751, por ordem do governo português, foram trazidas muitas pessoas das ilhas dos Açores, a fim de desenvolverem a agricultura no Sul do Brasil. Ela desembarcaram em Rio Grande, de onde espalharam-se pelo litoral e pela Depressão Central.
Em, 1752, dezenas de casais açorianos desembarcaram no Porto Dorneles.
Os açorianos que vieram para Porto Dorneles receberam terras do governo, nas quais começaram a plantar trigo e outros produtos. Eles organizaram um povoado, onde hoje fica o bairro Gasômetro. Também construíram uma capela, em homenagem a São Francisco. Depois da chegada dos açorianos, o Porto do Dorneles passou a ser chamado de Porto dos Casais.
A posição do Porto dos Casais dentro do Rio Grande do Sul era muito favorável ao comércio. Numerosos produtos eram embarcados e desembarcados no Porto sobre o Guaíba. As atividades comerciais e portuárias atraíam muitas pessoas e, como conseqüência, a população do povoado crescia rapidamente.
No dia 26 de março de 1772, o povoado foi separado do município de Viamão, com o nome de São Francisco do Porto dos Casais. Esse dia é considerado a data oficial da fundação de Porto Alegre.
Em 1773, o povoado recebeu o nome de Freguesia de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre e tornou-se a capital do Rio Grande do Sul. Antes disso tinha sido o Rio Grande e, por pouco tempo, Viamão.
Em 1810, Porto Alegre foi elevada á categoria de vila e, em 1822, tornou-se cidade. Desde então, a capital não parou de crescer e, hoje, é uma das maiores do Brasil.
ALEMÃES, ITALIANOS...
A colonização definitiva das áreas florestais do Sul só foi concretizada a partir do momento em que o governo imperial incentivou a vinda de imigrantes europeus para a região. Chegou-se a acreditar por algum tempo que os imigrantes teriam optado pelo Sul devido ás condições climáticas da região. Como os imigrantes eram originários de regiões temperadas, eles teriam “escolhido” o Sul, que apresentava essas características. Na verdade, ao incentivar a vinda dos imigrantes, o governo tinha em mente objetivos de caráter estratégicos.
Se no início do século XIX o Sul brasileiro era praticamente despovoado, o mesmo não acontecia nas regiões limítrofes. A Argentina e o Paraguai, especialmente, apresentavam expressivos agrupamentos populacionais nas proximidades do Brasil meridional. Assim, era fundamental importância estratégica fixar de forma definitiva populações nessa região, para evitar que o vazio demográfico despertasse a cobiça dos vizinhos.
Assim, com o correr dos anos, milhares de imigrantes vieram para o Rio Grande do Sul. Com base na agricultura, eles ocuparam áreas de
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