Gestão e Evolução dos Índices Acadêmicos da Escola
Por: Kleber.Oliveira • 9/11/2018 • 6.555 Palavras (27 Páginas) • 285 Visualizações
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1.1. Gestão Escolar: Vínculo com a comunidade educativa
O conceito de gestão escolar passa a ser incorporado pela sociedade contemporânea, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, quando no seu Art. 206, dispõe que, a “gestão democrática do ensino público, na forma da lei” e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº. 9394/96, no seu Art. 14 destaca o preceito da gestão democrática como um dos seus princípios, pressupondo a gestão democrática como um trabalho coletivo, participativo e dialógico.
Logo, Sander (2002, p. 10) conceitua a gestão educacional nos níveis pedagógico, organizacional ou burocrático e o político. Deste modo, é essencial que um diretor escolar saiba executar os diferentes níveis de uma gestão, visto que, mais do que à formação acadêmica, a qualidade da gestão escolar está relacionada aos diretores que conhecem os indicadores da sua escola e traçam estratégias para melhorá-los.
Tal clareza das metas da escola se mostra na fala da diretora quando considera que a gestão escolar para cumprir sua função social “leva em consideração objetivos políticos, técnicos e pedagógico e se mostra comprometida com as diferentes dimensões da instituição e participativa nas decisões da comunidade da qual a escola está inserida”. Lück (2005) define que o gestor na área administrativa deve ter uma:
Visão de conjunto e de futuro sobre o trabalho educacional e o papel da escola na comunidade; Conhecimento de política e da legislação educacional; Habilidade de planejamento e compreensão do seu papel na orientação do trabalho conjunto (LÜCK, 2005, p. 84).
Todavia no que se refere à aprendizagem e resultados satisfatórios é preciso levar em consideração a relação das duas categorias: gestão e desempenho escolar, nesse caso o diretor deve ter uma visão global. Estudos mostram que resultados das instituições de ensino mais favoráveis estavam relacionados à combinação de liderança forte associada à participação na tomada de decisão (GLATTER, 1995).
Segundo Libâneo (2008, p. 10), “o modo como a escola funciona – suas práticas de organização e gestão – faz diferença em relação aos resultados escolares”. Com respeito a estas práticas na gestão escolar, a gestora cita em sua fala, a capacidade de liderança dos dirigentes - sobretudo do diretor, a gestão participativa, o clima de trabalho, a organização do ambiente, as relações entre os sujeitos escolares e a comunidade, planejamento e a construção coletiva do PPP.
No que se refere ao âmbito escolar, à elaboração do Projeto Político Pedagógico foi fundamental para subsidiar as ações e os objetivos pertinentes que nortearam o bom andamento da escola nos níveis políticos, financeiros e pedagógico, conforme Soares (2004 apud GUARÁ, 2009, p. 69) “[...] importam, de modo significativo, o modelo de gestão e direção da escola, o projeto pedagógico e, finalmente, os outros recursos físicos, humanos e pedagógicos existentes”.
Ao realizar a construção de qualquer projeto, devemos planejar a intencionalidade de nossas ações. O PPP de uma escola deve ser elaborado partindo do real e do necessário e não como um sonho utópico que jamais será alcançado e se for não terá utilidade prática para melhoria dessa. Deve ser flexível e permitir adequações, sua elaboração deve permitir a participação de todos os atores da escola, não podendo se desviar dos princípios pedagógicos, uma vez que o maior objetivo do PPP é melhorar a qualidade do ensino. Gadotti (1994) apud VEIGA (2011, p. 12) nos diz que,
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. [...] As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.
O PPP é considerado um dos pilares da gestão democrática, pois quando é elaborado de forma conjunta, abre as portas da escola para que gestores, pais, alunos e todos os funcionários tenham voz e participem da construção de uma sociedade mais crítica e participativa. “E foi com este olhar participativo, que todos os envolvidos passaram a conhecer a realidade e objetivos da escola, começaram a se sentir parte integrante ajudando a melhorar a realidade”, afirma a diretora.
Assim, para que a escola tivesse êxito em seus resultados o PPP não se fez apenas com os gestores e professores. Conforme as atas e assinaturas dos presentes, o projeto político pedagógico envolveu todos dentro de uma escola, gestores, professores, equipe pedagógica, alunos e pais de alunos. Todos estiveram cientes dos objetivos a serem alcançados e motivados a trabalhar para alcançá-los.
Nisso não podemos esquecer que o papel do professor, segundo a LDB, é mais do que transmitir informações. Tendo em vista não comprometer o resultado – a aprendizagem. Souza (2006, p. 20) acredita que é no dia a dia, em sala de aula, que professores constroem sua identidade “entendida como um lugar de lutas, tensões e conflitos, caracterizando-se como um espaço de construção do ser e estar na profissão, que parte do pessoal para o profissional e vice-versa.” Numa gestão democrática, ele deve participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, como também estabelecer os objetivos, as metas que se quer alcançar no tocante ao perfil do aluno que se quer formar, uma vez que é ele que tem maior contato com o aluno e é de sua responsabilidade a construção de uma educação cidadã.
Freire (1979) nos diz que “a ação docente é à base de uma boa formação escolar e contribui para a construção de uma sociedade pensante”. Isso nos leva à reflexão de como as relações no ambiente escolar são complexas e devem ser entendidas como tal para que o fazer educacional se torne melhor e com qualidade entre os agentes envolvidos.
2.2. Coordenação Pedagógica e a formação permanente de professores
Entendemos a coordenação pedagógica como uma assessoria permanente e continuada ao trabalho docente. A função do coordenador é gerenciar, coordenar e supervisionar todas as atividades relacionadas com o processo de ensino e aprendizagem, visando sempre à permanência do aluno com sucesso.
A função formadora, do coordenador precisa programar as ações que viabilizam a formação do grupo para qualificação continuada
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