Dificuldade de aprendizado
Por: Evandro.2016 • 10/6/2018 • 20.283 Palavras (82 Páginas) • 359 Visualizações
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E nesse sentido, caberia então à ciência denominada Neuropsicologia estudar aqueles que seriam considerados os componentes básicos da aprendizagem e do comportamento, para assim encontrar os fatores necessários para realizá-los, além de analisar o papel das diferentes regiões do cérebro no fornecimento de tais fatores (FONSECA, 1995).
Entretanto, apesar de ser objeto de estudo de outra ciência, tal entendimento seria de extrema relevância para psicopedagogos e professores interessados em entender, para assim melhorar a aprendizagem da população com a qual trabalham.
Deste modo, tal compreensão viabilizaria identificar as estruturas deficitárias, analisar as características primordiais deste mau funcionamento que assinalam a cada um destes distúrbios de aprendizagem e, consequentemente, estabelecer a terapêutica mais adequada aos mesmos, uma vez que Fonseca (1995) também coloca que é preciso conhecer as áreas fortes e fracas de cada criança, para que assim, se possa optar por métodos de intervenção que permitam maximizar suas potencialidades e superar as dificuldades, já que se considera que “o cérebro pode mudar, desde que o professor e o educador construam envolvimentos dentro dos quais tais modificações (em termos de aprendizagem) possam ocorrer” (FROSTING; MASLOW apud FONSECA, 1995, p. 151).
Sobre o desenvolvimento cerebral, tanto Fonseca (1995) quanto Pennington (1997) asseveram que os dois hemisférios sofrem processos de maturação diferenciados, com o direito - responsável por atividades como o raciocínio, a escrita manual e a cognição social – amadurecendo primeiro, e sendo seguido pelo esquerdo, o mais suscetível a disfunções, e que compreende atividades como ler, escrever e contar.
Já a respeito do processamento cerebral, Pennignton (1997) evidencia a existência de diversos módulos autônomos, cada qual especializado em processar um tipo de informação. Então, sem perder de vista a questão dos distúrbios de aprendizagem, cuja compreensão permite apreender mais sobre o funcionamento normal do cérebro, o mesmo autor enfatiza os cinco módulos funcionais implicados nas diferentes desordens de aprendizagem.
O primeiro deles seria o módulo de processamento fonológico, que abrange as áreas perissilvianas do hemisfério esquerdo e é responsável pela percepção e produção dos segmentos fonêmicos discretos. Em seguida, Pennington (1997) cita a cognição espacial, implicada em uma série de atividades, como a memória visual ou espacial de curto prazo, e ainda, as rotações mentais e o deslocamento, para as quais são ativados sistemas cerebrais múltiplos, situado no hemisfério direito posterior.
Além destes, haveria ainda a cognição social, executada pelo sistema límbico, lobo frontal e demais áreas do hemisfério direito, e representando um conjunto de capacidades que compreendem o interesse social, a expressão de emoções, e a imitação, entre outras. Por fim, o autor se remete ainda aos módulos de processamento das funções executivas - como o planejamento, a organização, o controle inibitório e a atenção seletiva - e da memória em longo prazo, tarefas estas que são realizadas, respectivamente, por regiões pré-frontais, e pela amígdala e hipocampo (PENNINGTON,1997).
Fonseca (1995), por sua vez, postula a divisão do cérebro em três blocos funcionais, responsáveis pela recepção dos estímulos, por sua integração e armazenamento e pela expressão da informação. Contudo, é importante considerar que as duas concepções acima não são antagônicas, e sim complementares, visto que, em cada um dos módulos anteriormente citados coexistem áreas receptivas, associativas e expressivas, que recebem e integram as informações oriundas dos variados módulos, em busca de uma resposta adequada.
Assim, uma disfunção cerebral, além de se nos situar diferentes módulos de funcionamento deste órgão, poderia ainda afetar quaisquer uns destes três níveis, resultando em distúrbios de aprendizagem diversos, os quais passarão a ser analisados em detalhes a partir do presente momento:
Aprofundando o Conhecimento
Para uma breve caracterização sobre os principais distúrbios de aprendizagem acesse o link http://www.abpp.com.br/artigos/58.htm> e leia o artigo “Uma caracterização sobre distúrbios de aprendizagem” da revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia. Qualquer dúvida ou comentário sobre os texto pode ser esclarecido em nosso Fórum de Discussões!
Considerações sobre os Distúrbios de Linguagem
Antes de discutirmos mais profundamente sobre os distúrbios de linguagem, vamos refletir um pouco mais sobre este distúrbio e sua relação com a afetividade da criança, principalmente no que se refere ao sarro, timidez e vergonha, ao assistir o segundo vídeo de nossa disciplina:
VÍDEO 2
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Os distúrbios de linguagem são caracterizados como anormalidades na aquisição, compreensão, ou expressão da língua falada ou escrita, estas, podendo ainda abranger os componentes fonológicos, morfológicos, semânticos, sintáticos ou pragmáticos do sistema linguístico. Assim, é possível constatar a existência de uma ampla gama de problemas diferenciados, que abrangem desde o processamento de frases, até a abstração de informações para sua armazenagem ou recuperação na memória de curto e longo prazo (DOCKRELL; MCSHANE, 2000).
Assim, dada essa diversidade de aspectos englobados sob a denominação de distúrbios de linguagem, acrescida ainda da não existência de um consenso sobre este assunto, torna-se muito difícil estabelecer sua prevalência. Contudo, estima-se uma frequência de aproximadamente 3 a 15 % em pré-escolares, apesar de não se ter clareza acerca do quanto este índice realmente reflete problemas subjacentes ao processamento da linguagem, ou se refere a uma variabilidade individual na aquisição do sistema lingüístico (DOCKRELL; MCSHANE, 2000).
Além disso, a própria classificação dos distúrbios de linguagem é controversa, e deste modo, seria preciso, antes de se realizar tal diferenciação, compreender primeiro, tanto o padrão de desenvolvimento normal da linguagem, como a maneira através da qual o sistema linguístico representa e processa as informações (DOCKRELL; MCSHANE, 2000).
Assim, de acordo a Dockrell e McShane (2000), esta aprendizagem se iniciaria pela apreensão dos significados,
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