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Alfabetizar: Teoria e Prática

Por:   •  2/4/2018  •  2.173 Palavras (9 Páginas)  •  364 Visualizações

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Palavras-chave: Alfabetização. Dúvidas. Metodologia.

1 INTRODUÇÃO

Alfabetizar e letrar são processos diferentes, porém interligados. Mesmo sendo possível ensinar crianças e adultos a ler, nos deteremos no sentido da aprendizagem inicial durante a educação infantil.

Com o presente trabalho, temos por intenção apontar os desafios da docência diante de um processo tão importante na vida escolar e social, tais como a metodologia a ser trabalhada, o gosto pela leitura e quais os benefícios que tal atividade traz ao educando.

O grande foco trata-se de analisar qual o melhor caminho a ser adotado para o ensino da alfabetização, conhecer as limitações e como superar tais, no dia a dia de uma sala de aula.

2 ALFABETIZAÇÃO: TEORIA E PRÁTICA

2.1 ALFABETIZAÇÃO

Existem diferentes teorias para explicar como uma criança aprende a ler – por associação, pelo construtivismo, pelo sociointeracionismo. Tais teorias embasam e influenciam na formação de professores e nos seus métodos de ensino, se adaptando as mudanças sociais ao passar dos anos.

Ensinar a alfabetização para uma turma é um grande desafio para o professor, especialmente se este ainda não tiver experiência. É necessário que este reflita sobre o como alfabetizar, como transmitir conteúdos, como escolher os métodos corretos para o ensino.

É claro que a metodologia não é a questão central na alfabetização, mas é necessário que quem lecione conheça as teorias de aprendizagem e saiba criar seu próprio caminho. Concordamos que não existe uma receita mágica, cabe ao docente a partir de um método tradicional, adaptar, criar e inovar – é o dialogo entre a teoria e a prática.

Usando de método sintético podemos citar a soletração e a consciência fonológica. O objetivo da soletração é ensinar a combinatória de letras e sons. Através desta, o professor ilustra que a junção de letras e silabas, formam as palavras.

Ainda na soletração, citamos os estímulos visuais e auditivos como recurso de memorização para as letras, o nome da letra á associado a sua forma. Em contrapartida, tal método pressupõe uma separação entre a alfabetização e o letramento.

Ao usar de métodos fônicos, o professor guia a criança para a dimensão sonora da língua, denominados fonemas. Ensina-se ao aluno a produzir oralmente os sons das letras e silabas, e como junta-los para a formação das palavras. O objetivo é decodificar os sons para codificar a escrita, para isso usa-se de elementos lúdicos como forma de facilitar a memorização.

Atualmente, os métodos fônicos tendem a apresentar pequenas frases, a partir da 2ª ou 3ª folha, para que os alunos desenvolvam gradativamente habilidades de leitura mais complexas. Este recurso visa a habituar o aluno a extrair o conteúdo significativo da palavra lida, e superar uma deficiência ainda comum no método (RIZZO, 1977, p. 13).

Durante a fase de alfabetização através deste método, a criança aprende a unir sons.

Os sons são apresentados como “barulhos” que ocorrem, o mesmo acontecendo com a reunião de dois sons em silabas. Da reunião de dois sons, a criança passa a três, e vai lendo palavras cada vez mais extensas, depois expressões, sentenças e historinhas (SILVA et al., s.d., p.7).

Em resumo, a consciência fonológica consiste na capacidade para focalizar os sons da fala, independente do sentido. É desenvolvida por meio de exercícios, causando um impacto na aprendizagem da leitura e escrita.

Baseado no movimento da Escola Nova, conceitos como conhecer e respeitar as necessidades da criança, partir da realidade do aluno, estabelecer relações entre a escola e a vida social e o aprender fazendo foram incorporados nas escolas brasileiras. A Escola Nova trouxe uma importante inovação para os alfabetizadores: a defesa dos métodos globais.

Os métodos globais são fundamentados na psicologia da Gestalt ou da forma, é a crença na qual a criança tem uma visão global da realidade, ou seja, percebe o todo antes de perceber os detalhes.

Decroly (1929) propôs ensinar a ler com textos naturais, com frases do contexto da criança. Acreditava em enfatizar o significado desde o inicio da alfabetização, e não na capacidade de decodificar ou dizer textos em voz alta.

Ao contrario dos métodos sintéticos, o professor precisava começar pelo amplo até chegar ao nível das letras e sons. A diferença de tais pontos de vista gerou o que chamamos de “querela dos métodos”.

As recentes descobertas psicológicas e pedagógicas, nomeadamente desde os trabalhos do Dr. Decroly, revelaram o poder da globalização. A maior parte das crianças – se não for a generalidade – vê o todo antes de distinguir o pormenor [...] Admite-se hoje oficialmente que um ensino racional e cientifico da leitura possa realizar-se a partir não do elemento constitutivo, mas do conjunto, do complexo de que nem sempre é necessário distinguir os elementos (FREINET,1977, p. 47).

Em nível de conhecimento podemos citar os seguintes métodos globais: método de contos; método ideovisual de Decroly; método natural Freinet; metodologia de base linguística ou psicolinguística; alfabetização a partir de palavras-chave; método natural de Heloisa Marinho e o método de Paulo Freire.

Diante de tantas possibilidades e na dúvida de qual caminho ser o melhor, apresenta-se ao docente os métodos mistos. Para colhermos bons resultados na alfabetização, podemos ensinar as relações letras-sons de forma sistemática, mas estando ciente que utilizarmos elementos da realidade dos alunos fará com que a curiosidades deles seja despertada, aumentando a motivação no processo. Como dito anteriormente, não existe uma receita, mas muitas possibilidades ao qual cabe ao docente usar e inovar.

Decroly (apud por LOURENÇO FILHO, s.d., p.178) expressou o lugar que cabe ao método na prática educacional:

Ao utilizar esta palavra, método, será conveniente esclarecer que ela nada significa se não tivermos em mente os objetivos da ação educacional. Em sua legítima acepção, o método não é uma receita, mas uma relação, entre elementos e situações que tenhamos, e novas situações para cuja proteção intentarmos concorrer. Só quando bem reconhecida a situação existente e bem formulada a que se deseje obter, é que podemos pensar em atividades idôneas, isto é,

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