AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: Juliana2017 • 12/3/2018 • 14.885 Palavras (60 Páginas) • 364 Visualizações
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Embora muito se tenha escrito sobre o tema, ainda não se pode dizer que este seja um assinto que se tenha esgotado dada sua complexidade. Pelo contrário, avalição da aprendizagem torna-se um assunto emblemático e problemático, sobretudo quando vinculado à carga pedagógica que está imbricada em seu bojo.
Neste trabalho de pesquisa, pretende-se fazer uma análise crítica sobre o processo de avaliação da aprendizagem na educação infantil. Também se pretende apresentar o resultado desta análise, feita a partir de pesquisa de campo junto a professores de uma escola de educação infantil do município de Santa Izabel do Pará.
A metodologia utilizada para efetivação este estudo foi a quantiqualitativa, tendo como instrumentos para coleta de dados um questionário de perguntas fechadas que versam sobre diferentes aspectos dos sujeitos participantes da pesquisa, como o perfil profissional, as condições de trabalho ofertadas pela escola e a percepção dos professores sobre a avaliação da aprendizagem.
Por se tratar de pesquisa de teor qualiquantitativo, tomamos como arcabouço bibliográfico as ideias de autores e estudiosos sobre o tema avaliação da aprendizagem aportamo-nos em Alves (2011), Kohan (2003), Levin (1997), Nascimento (2011), Paschoal e Machado (2009), Rego (2007) e outros, bem como em documentos legais, que regem a educação infantil no Brasil, como A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 e a Constituição Federal de 1988.
Desta feita, este trabalho divide-se em três partes distintas, mas não estanques, uma vez que uma seção serve de complementação para a outra. A primeira seção, intitulada “Breve histórico da Educação Infantil no Brasil”, faz uma breve incursão sobre os primórdios da educação voltada para a criança, contextualizando-a no mundo, mas enfocando sua evolução no Brasil, em esquecer de falar sobre os aspectos legais desta modalidade educativa.
A segunda seção, ‘Avalição da Aprendizagem: uma ferramenta da práxis educativa?”, apresenta duas linhas de avaliação da aprendizagem muito presentes no cotidiano escolar: a avaliação classificatória e a avaliação formativa. Neste sentido, é feita uma exposição sobre os diferentes aspectos e características que as envolve e apresenta-se a visão de diferentes autores e pesquisadores sobre ambas.
A terceira seção traz a análise dos dados coletados, apresentando a metodologia utilizada na pesquisa, bem como a justificativa pela opção de tal metodologia. Também traz a identificação dos sujeitos que foram envolvidos na pesquisa, a análise dos dados coletados e percepções das pesquisadoras a cerca do que foi obtido durante a pesquisa.
Em nossas considerações finais, procuramos trazer nossas impressões quanto ao objetivo que se pretendeu alcançar, nossas considerações a cerca do quão é importante o conhecimento na área de educação e nossas mais fervorosas crenças de que este trabalho possa servir como embasamento para os que nele vierem consultar posteriormente.
1. BREVE HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL
A visão sobre a criança que se tem nos dias de hoje, assim como, o pensamento sobre o sentido de infância nem sempre existiu.
No entanto, a compreensão dos aspectos que envolvem a criança e a Educação Infantil sofreram grandes transformações, em especial nos últimos tempos. Mudou a maneira de entender: essa fase da vida, seu desenvolvimento e seu processo educativo.
Para Kramer (2001), o:
[...] sentimento de infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças; corresponde, na verdade, à consciência da particularidade infantil, ou seja, aquilo que distingue a criança do adulto e faz com que a criança seja considerada como um adulto em potencial, dotada de capacidade de desenvolvimento. (p. 17)
Ao longo do século XX observou-se um crescente interesse, com crescentes movimentos em prol da defesa das crianças percebendo-as como sujeitos sociais de direitos.
Estar na escola é um direito de toda criança desde o seu nascimento. No Brasil, a educação infantil, etapa inicial da educação básica, é um direito humano constitucionalmente garantido.
No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Lei n. 9.396/96 caracteriza a Educação Infantil (creche e pré-escola) como primeira etapa da Educação Básica.
Como ser histórico e social esta fase da vida do indivíduo, nos dias atuais, é considerado de relevante importância para o desenvolvimento do ser. Construída à sombra dos adultos a história da educação infantil de 0 a 5 anos, traz a marca das desigualdades presentes até hoje. Ainda nos dias atuais, desde tenra idade, ao infantil pobre, coube e ainda cabe o exercício do trabalho, apregoando-se como exercício e preparo a introdução na vida adulta.
A educação infantil é fundamental para o bom e pleno desenvolvimento da criança. Sabe-se que fatos ocorridos na primeira idade repercutem na adolescência e/ou na vida adulta do indivíduo. Daí a importância de haver maiores cuidados no tratamento dispensado nesta faixa de idade
1.1. O MOVIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO LONGO DA HISTÓRIA
A infância tem sido vista de forma diferenciada em cada época e local. Discursos e enfoques, por vezes até opostos, tem sido traçado sobre a infância. Inicialmente o ser na etapa inicial da vida, é visto apenas como simples in-fans, termo latino do qual origina-se a palavra infância e quer dizer, etimologicamente, ausência de fala.
Por muito tempo a visão que se tinha da criança era de um ser incapaz, um adulto em miniatura cuja transmissão de hábitos e conhecimentos, só seriam adquiridos através da convivência e exercício do fazer, com a família e o grupo social, tendo como modelo o exemplo do adulto. A criança tinha que se integrar a esse modelo de educação. Essa transmissão da educação poderia ocorrer no ambiente familiar, ou ainda, esse ser pequeno, poderia ficar sob a responsabilidade de outras famílias onde trabalhariam como aprendizes, juntamente com os adultos com a finalidade de aprender certos ofícios e hábitos sociais.
A preocupação com a educação infantil não é algo novo, ela remonta a antiguidade e há registros dessa preocupação nos escritos de Platão (427-347 a.C.). O pensamento de Platão reflete sua época, que embora aconselha-se a necessidade de se educar a criança através dos jogos em família, com o objetivo de prepará-lo para a cidadania,
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