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A importância dos gêneros textuais no ensino da leitura

Por:   •  10/6/2018  •  4.646 Palavras (19 Páginas)  •  491 Visualizações

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A leitura como um processo importantíssimo no desenvolvimento do ser humano, precisa fazer parte da educação de um individuo, desde os anos iniciais, pois como afirma Zilberman “a leitura constitui elemento fundamental na estruturação do ensino brasileiro porque forma sua base: está no começo da aprendizagem e conduz às outras etapas do conhecimento.” (Zilberman, 2010, pag. 35).

Zilberman, ao destacar que rejeitar a leitura é rejeitar a escola (pag. 25), mostra que, se o hábito de ler não for tarefa primordial do ensino-aprendizagem em sala de aula, certamente a habilidade compreensiva dos alunos, no momento de ler, será afetada. Sendo assim, para se obter um amplo conhecimento e certa facilidade de interpretação em diferentes textos, é necessário ter a leitura como prática e reconhecer que seu ensino precisa ser realizado diariamente no contexto escolar.

Aprendendo a ler, o ser humano torna-se capaz de familiarizar-se com diversos textos produzidos em diversas esferas sociais, tendo habilidade em desenvolver uma atitude crítica diante daquilo que está escrito ou não, pois o fato de ler não corresponde somente ao entendimento do mundo do texto. A leitura necessita da mobilização do universo de conhecimento do leitor, do entendimento do contexto no qual o texto realmente está inserido.

A leitura é um componente essencial na vida do ser humano, um aprendizado constante que pode enriquecer o seu vocabulário. Ela está presente em todas as esferas da sociedade como a principal forma de aperfeiçoamento da nossa comunicação. Entretanto, percebe-se que o seu ensino em sala de aula, não acontece de uma maneira que atenda as necessidades reais dos alunos, influenciando-os ao prazer de ler. Contudo, o hábito pela leitura deve fazer parte da vida dos alunos desde os seus primeiros anos escolares.

Por não receberem um ensino sistemático, objetivo e eficaz no processo de aprendizagem da leitura, muitos indivíduos chegam ao ensino médio e saem das escolas como analfabetos funcionais que não conseguem ler e interpretar coerentemente aquilo que lhe está proposto. Por isso, é imprescindível que as escolas tenham uma maior preocupação com o nível de aprendizagem leitora dos seus alunos. Diante disso, Silva (2011) nos orienta:

trabalhar com a leitura, a compreensão e a produção textual deve ter sempre como meta primordial o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica de interação humana. (Silva, 2011, p. 148).

Um dos principais objetos de toda escola consiste em formar cidadãos críticos e ativos, indivíduos pensantes que se interessem pelo aperfeiçoamento da vida em sociedade. Porém, a concretização deste objetivo só acontece quando o núcleo escolar reconhece que a leitura precisa ser explicitada e defende o ensino das estratégias de leitura, fato que pode tornar o leitor-aprendiz em um leitor autônomo e competente.

É importante salientar que, o ensino da leitura e de suas estratégias deve ser realizado em situações contextualizadas e significativas, que mostrem aos alunos relações com sua realidade para que estes venham compreender a leitura como uma atividade social que permite a sua atuação no cotidiano e sua inserção no mundo letrado.

Um bom leitor é capaz de transformar-se e também transformar o mundo a sua volta. No entanto, essa transformação precisa acontecer primeiramente na própria sociedade quanto à importância da linguagem escrita. A escola deve reconhecer que é necessária uma reflexão do projeto político e da concepção dos professores que resulte numa concretização de uma proposta social de leitura.

2.1.2 O CENÁRIO DOS LEITORES NO ENSINO MÉDIO.

Ao falar sobre a importância da leitura e sua influência no contexto escolar, é importante enfatizar que no ensino médio, os jovens e adolescentes ao mesmo tempo em que se destacam tornam-se anônimos, pois essa é uma idade de mudança, período pré-vestibular, hormônios aflorados, dúvidas e conflitos fazem parte da vida desses jovens, além do permanente anseio de conhecer os mais novos instrumentos tecnológicos e atrativos virtuais disponíveis.

Diante desse fato, despertar o prazer pela leitura torna-se uma tarefa difícil ao educador, pois o aluno não se percebe no mundo da leitura e, constantemente, os trabalhos e disciplinas se amontoam, especialmente no último ano do ensino médio, fazendo com que o encanto pela leitura se perca. Em um relato de uma estudante analisado por Petit (2008), vemos o seguinte desabafo:

Penso que no Ensino Médio criamos aversão pela leitura porque temos muitas coisas para fazer, nos sobrecarregam de trabalho – principalmente onde eu estudava, uma escola bastante rigorosa – que não sobrava mais nenhuma vontade de ler. Não me lembro de nenhum livro que tenha me agradado. Detestava principalmente os de filosofia. Davam dor de cabeça. Não tinha escapatória. (PETIT, 2008, p. 155).

É no ensino médio que o educador percebe as dificuldades dos alunos em relação à leitura, pois estes, na sua maioria, não adquiriram o prazer pela leitura no ensino básico e consequentemente não a tem como prática de vida. Rojo (2002) declara que a:

(...) maior parcela de nossa população, embora hoje possa estudar, não chega a ler. A escolarização, no caso da sociedade brasileira, não leva a formação de leitores e produtores de texto proficientes e capazes e, às vezes, chega mesmo a impedi-la. Ler continua sendo coisa da elite, no início de um novo milênio. (Rojo, 2002, p.1).

A ação do professor é indispensável para gerar condições de ensino que possam motivar o exercício da leitura nos alunos. É necessário que esta tarefa seja um aprendizado desejável, do qual o aluno realmente tenha prazer e sinta motivação a desenvolver o ato da leitura. Santos, Riche e Teixeira (2012) afirmam que:

para formar leitores, é necessário que, na escola, a leitura de textos escritos não se limite a adaptações ou fragmentos de textos, seguidos de exercícios de vocabulário e atividades de compreensão que apenas exigem dos alunos um recorte-cole, sem suscitar uma reflexão dos temas abordados, limitando-se a literalidade. [...] Em vez disso, a intenção deve ser estimular a leitura crítica e participativa, que leve a elaboração de outros textos, orais e escritos, coesos e coerentes para cumprirem a interação com os interlocutores. (Santos, Riche e Teixeira, 2012, p. 41).

Nesse sentido, para que ocorra um aperfeiçoamento

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