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A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE CULTURA NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA.

Por:   •  20/12/2018  •  2.554 Palavras (11 Páginas)  •  527 Visualizações

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Ao abordar língua e cultura faz-se necessário conceituar identidade cultural, que segundo Stuart Hall (2004) enfatiza aspectos relacionados à nossa pertença às culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas, regionais e nacionais. Oliveira (2001) afirma que a identidade cultural seria uma espécie de “sentimento de pertencimento”. Segundo Kramsch (1998):

É amplamente aceito que há uma conexão natural entre a língua falada por membros de um grupo social e a identidade daquele grupo. Através de seu sotaque, vocabulário e padrões de discurso, os falantes se identificam e são identificados como membros dessa ou daquela comunidade de fala e discurso.

E é partindo desse pressuposto que se faz necessário citar a “crise de identidade”, que segundo Hall (2004), se instaurou no mundo, e que “é resultado do processo de globalização que vem se estabelecendo”.

Mas o que é globalização? Podemos dizer que globalização é um processo social, econômico e político que estabelece uma aproximação entre países e pessoas de todo o mundo. E é através desse processo, que se estendeu após o surgimento da televisão e da rede de computadores, e que cada vez mais vai quebrando as barreiras existentes entre os povos, que as empresas realizam transações, trocam ideias e conhecimentos. Segundo Fernandes e Eiró (2013), o impacto da globalização nas vidas socioculturais de muitas pessoas ao redor do mundo deve ser considerado. E uma das características relevantes da globalização, é a homogeneização cultural. E por conta dessa homogeneização é que tem se levado à crise das identidades regionais, religiosas, etc.

E ao falar sobre globalização, é indispensável se falar também do multiculturalismo que, segundo Hall (2003) se refere às estratégias e políticas adotadas para governar ou administrar problemas de diversidade e multiplicidade pelas sociedades multiculturais. Que é a presença de muitas culturas em uma região, cidade ou país.

O fato dos Estados Unidos ter se transformado em uma potência mundial, fez com que a língua inglesa fosse difundida pelo mundo. Transformando o inglês em uma língua franca, que é a língua que um determinado grupo multilíngue escolhe para se comunicar. É essencial a aquisição do inglês, tanto para as práticas de negócio e comércio, como para se comunicar com o outro em sua língua materna. E nesse contexto é indispensável um conhecimento mínimo sobre a cultura da língua apreendida, no caso a língua inglesa, para uma comunicação efetiva e sem mal-entendidos. O ensino de línguas não renuncia a sua própria cultura com pretexto de que transmite uma língua diferente (Lecollier, 1999). Isso quer dizer que, ao aprender sobre uma nova cultura não é necessário renunciar ou diminuir a cultura materna. E que é importante que o aluno seja capaz de fazer essa diferença. Para que isso aconteça com sucesso, o professor deve ser instruído para ampliar a visão de seus alunos, e que ele [professor] seja capaz de desenvolver um sentimento crítico em seus alunos.

A intenção do ensino de cultura associado a língua inglesa, ou qualquer outra língua estrangeira, é a de desenvolver a compreensão e tolerância do aprendiz. Mas para que ele entenda, aprenda e respeita a cultura do próximo, é necessário que ele aceite e entenda primeiro a sua cultura, e que seja capaz de explorar sua própria cultura. A partir de então eles estarão prontos para refletir e analisar de forma objetiva os valores, crenças, costumes e tradições de outros povos. Alunos expostos a essa maneira de ver a língua provavelmente serão capazes de entender que o “outro” não é uma ameaça a nossa identidade, mas sim um meio de manter a nossa identidade (BYRAM, 1989). Quando não damos a devida atenção às diferenças culturais que existem no ensino e no aprendizado de línguas, corremos o sério risco de julgar a cultura de outros países de forma inadequada, pois um hábito pode significar algo igual ou diferente para falantes e aprendizes. (MEDEIROS et al., 2013).

O papel do professor é o de despertar nos alunos, o interesse pela língua e pela cultura, de forma que o ensino da língua não se torne chato e repetitivo, mas sempre uma coisa nova. E que o aluno veja no aprendizado da língua uma oportunidade para conhecer novos horizontes, consciente das diferenças que existem da sua cultura materna para as outras. Pois ao aprender sobre uma nova cultura, o aluno é levado a refletir e a conhecer mais sobre a sua.

No Brasil, existe a crença de que a fluência no inglês abre portas para um “bom emprego”. E como resultado dessa crença, muitos pais esperam que seus filhos já saiam da escola com um bom inglês. Entretanto, isso não acontece por inúmeros motivos, tais como, a ineficiência dos assuntos programáticos, a falta de interesse de alguns professores ao ensinar uma nova língua, que resulta obviamente, na falta de atenção, ou até mesmo de encanto para aprender uma nova língua, dos alunos. Que se torna um pouco contraditório, afinal, eles [alunos] valorizam os produtos culturais que são frutos dessa língua, como por exemplo, a música, muitos alunos se contentam com traduzir a letra online, e não se interessam por entende-la em sua forma original. Outro exemplo são os filmes, que apesar do Brasil ser referência de dublagem no mundo, é importante ter contato com a língua que os atores se comunicam, visualizar o uso da língua em sua forma plena.

Diversos autores defendem que a LE pode ser ensinada sem o apoio de cultura, dentre os quais se destacam Schutz e Hymes. A base desse tipo de ensino seria apenas as estruturas da língua. E autores como Appel & Muysken (1987), Hyde (1994) e Scovel (1980), entendem que não existe uma ligação tão forte entre cultura e língua a ponto de ter que associar uma a outra no ensino da LE.

Entretanto, Young (1972) (apud De Lima, 1990) acredita que a língua e a cultura estejam intimamente ligadas. Byram (1989) afirma que o estudo da cultura é um componente integral do ensino de LE, com seus próprios objetivos e métodos. Pacheco (2000) ressalta que "se o educador escolher ensinar só a língua, sua prática torna-se incompleta”. Dalpian (1996) afirma que “... a língua dá acesso à cultura e, por outro lado, para aprender uma língua é preciso um mergulho cultural, a aquisição de habilidades orais e escritas”. Portanto é inegável a importância da cultura ser associada a língua para o ensino da LE. Enfim, não é sensato o ensino apenas da cultura, ou apenas da língua. A língua é considerada um produto da cultura. Sob o mesmo ponto de vista, Thévénin (1980) diz que “uma língua expressa uma cultura”.

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