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O Discurso Geográfico sobre a Música, na Escola: O Manguebeat

Por:   •  28/2/2018  •  14.955 Palavras (60 Páginas)  •  489 Visualizações

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Para apresentar um conteúdo construtivista devemos aproximar o conteúdo com a realidade do entorno da escola, das relações existentes no bairro entre outros temas.Todavia, para fazer um conhecimento diferente não devemos apenas construir um sentido para eles, mas dar voz para esses alunos possam dialogar sobre as experiências deles com a cidade

um ensino crítico de geografia não consiste pura e simplesmente em reproduzir num outro nível o conteúdo da(s) geografia(s) crítica(s) acadêmica(s); pelo contrário, o conhecimento acadêmico ( ou científico) deve ser reatualizado, reelaborado em função da realidade do aluno e do seu meio (...) não se trata nem de partir do nada e nem simplesmente aplicar no ensino o saber cientifico; deve haver uma relação dialética entre esse saber e a realidade do aluno – daí o professor não ser um mero reprodutor mas um criador (VESENTINI apud CAVALCANTI, 2012: 22).

O professor não pode considerar-se a única fonte de informação e verdade absoluta sobre o conteúdo trabalhado, devendo aceitar o olhar crítico dos alunos sobre as discussões na sala de aula, e que eles tenham voz ativa na discussão, pois os alunos e professores são agentes culturais e têm a sua história e visão sobre a realidade.

Segundo Cavalcanti (1999)aluno e professor devem ser agentes ativos na construção do conhecimento; as atividades feitas em sala de aula devem permitir a interação dos alunos com os objetos que serão trabalhados na sala de aula.

Os professores de Geografia devem trabalhar os conceitos como um instrumento para discutir as relações sociais de seus alunos, pois a partir dos conceitos os estudantes podem observar melhor as relações existentes no seu cotidiano.

[...] os conceitos e vivências espaciais (geográficas) são importantes, fazem parte de nossa vida a todo instante. Em outras palavras: Geografia não é só o que está no livro ou o que o professor fala. Você a faz diariamente. Ao vir para escola a pé, de carro, ou de ônibus, por exemplo, você mapeou, na sua cabeça, o trajeto. Em outras palavras: o homem faz Geografia desde sempre (KAERCHER apudCAVALCANTI, 1999 :131)

Então o professor tem que demonstrar como a Geografia e seus conceitos são importantes para entender a realidade dos alunos. Neste processo dialógico os professores devem respeitar e propiciar que os alunos consigam expressar a sua visão de mundo, crenças e saberes existentes.

Nesse processo de formação de conceitos, o professor, como mediador, deve propiciar a expressão, a comunicação da diversidade de símbolos, significados, valores, atitudes, sentimentos, expectativa, crença e saberes que estão presentes em determinado grupos de alunos, que vive em contexto especifico, esforçando-se para entender como cada grupo em particular elabora essa diversidade e para promover o diálogo entre as diversas formas dessa elaboração. (CAVALCANTI, 2005: 204).

O professor deve respeitar os valores, símbolos e signos dos seus alunos, pois cada um tem experiências diferentes com a sociedade;a partir do diálogo entre os professores e alunos cria-se uma relação intercultural.

A interculturalidade orienta processos que tem por base o reconhecimento do direito à diferença e a luta contra todas as formas de discriminação e desigualdade social. Tenta promover relações dialógicas e igualitárias entre pessoas e grupos que pertencem a universos culturais diferentes, trabalhando os conflitos inerentes a esta realidade. Não ignora as relações de poder presentes nas relações sociais e interpessoais. Reconhece e assume os conflitos procurando as estratégias mais adequadas para enfrenta-los (CANDAU apud CAVALCANTI, 2012 :69).

Para fazer essa discussão sobre a desigualdade social existente na sociedade esta pesquisa trabalha com a música, pois a partir dela podemos identificar grupos que lutam pela interculturalidade para expor a desigualdade existente na nossa sociedade, podendo ser um importante instrumento da escola.

Uma das vantagens de se utilizar a música na Geografia se afirma na pluralidade de assuntos abordados por esta ciência. Violência, guerras, conflitos raciais, fome, falta de infraestrutura nas cidades, belezas naturais, como também degradação ao meio ambiente, fazem parte dos temas abordados por muitos compositores (COSTA apud CHIAPETTI, SANTOS, 2011: 173).

Todaviaquando o professor trabalhar com a música deve tomar alguns cuidados, pois vivemos numa sociedade que existemdesigualdades culturais e sociais. Então o educador deve incentivar os alunos a trazerem suas músicas e respeitar os estilos diferenciados, sendo assim uma forma de trazer para os alunos o respeito entre diferentes culturas.

Em um espaço social hierárquico como o nosso, em que se verificam e se reconstroem constantemente posições desiguais entre grupos e setores sociais, inevitavelmente umas “culturas” [...] dominam sobre outras e chegam a ser hegemônicas, nas representações e nas práticas. Outras culturas acabam por ocupar posições dependentes, subalternas e marginais quando os grupos que lhes associam se encontram em situações de transformação cultural mais ou menos dramática (CARRASCO apud CAVALCANTI, 2012: 69)

Então, a música, além de trazer questõesgeográficas sobre conceitos e conflitos sociais existentes na sociedade, pode criar outro papel interessante para trabalhar com os alunos: a interculturalidade. Isso pode estimular os alunos a começar a reconhecer e respeitar as relações culturais diferentes, existentes na nossa sociedade

A música pode ser um importante instrumento para instigar os alunos a se interessar pela Geografia, e utilizar outras formas de ensino além do material didático, pois grande parte da população ouve música.

Aliar essa facilidade de assimilação encontrada nos mais diversos gêneros musicais às propostas metodológicas e curriculares da Geografia pode gerar bons resultados. Dificilmente se encontrará algo mais atrativo, entre crianças e jovens, do que o compartilhar suas preferências, sua reprovação ou aprovação às obras musicais, com seus colegas e professores (OLIVEIRA et al. apud CHIAPETTI, SANTOS, 2011: 178).

A música pode ser um instrumento de liberdade para os alunos, pois a partir das letras os alunos podem se identificar com a realidade daquele compositor ou compositores, além de que a partir da música diversas pessoas podem se aproximar pelo gosto musical parecido.

[...] o uso da música como um meio de expressão, como um elemento que propicia momentos lúdicos e como este aspecto proporciona o desenvolvimento individual e o convívio em grupo. [...]Não

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