A República e sua Teoria de Justiça
Por: Essays.club • 24/2/2018 • Artigo • 1.612 Palavras (7 Páginas) • 291 Visualizações
Reflexao -Platão, A Republica
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Introdução
Trata-se de um texto analítico sobre a obra A República , escrita por Platão, aos 40 anos onde retrata o pensamento do filósofo em sua plenitude.
O autor reflete sobre as idéias de Platão relativas à Justiça e a Política, considerando a moral .
A República e sua Teoria de Justiça
O tema principal do texto é a conduta humana e as leis que a regem. A pergunta formulada por Platão e o cerne da discussão se baseia em tentar identificar o que é um homem ‘bom” e como chega a tal. Para os gregos, um homem bom deveria pertencer ao Estado e ter portanto cidadania. Daí o ponto central que tenta identificar o seria um bom Estado , sendo então a Filosofia moral participando da Ciência política.
Platão acreditava que a virtude da bondade, estava necessariamente associada à sabedoria e que os Estado deveria proporcioná-la aos seus cidadãos através de um modelo educativo e econômico acessível a todos.
Alguns críticos consideraram a obra como uma alusão ao socialismo , pois há uma nítida condenação do ganho monetário e diferença de classes entre a oligarquia e a democracia , ou seja, entre o capital e o trabalho . Neste raciocínio estaria embutido a abolição à propriedade privada e o uso do dinheiro. No entanto, a ideia de combater esse modelo, seria de cunho moral e não econômico, considerando os efeitos possivelmente nocivos que a divisão de classes causa em uma sociedade.
Como discípulo de Sócrates, Platão contraria e critica o pensamento dos Górgias, sofistas da segunda geração que pregavam o uso do Estado para auto-satisfação em detrimento dos anseios da população.
Ele ensina que o Estado não era objeto da auto-satisfação estadista, mas um organismo do qual ele participava e que a Justiça era uma qualidade espiritual, contrária ao egoísmo alardeado pelos sofistas. É o espírito coletivo que deve nortear o indivíduo.
Embora pareça reformista e revolucionário, Platão tenta provar que as leis da moral não são convenções, mas têm origem na alma e na natureza e que não podem ser destruídas, o que nos remete à psicologia e metafísica.
Enfim , ele se empenha em demonstrar que o Estado não é uma aglomeração de pessoas sob o domínio do mais forte, mas uma comunhão de almas guiadas pela racionalidade e o altruísmo.
Esse pensamento justificava a falência da democracia ateniense à época , permeada pela ignorância e o egoísmo político e que deveria haver especialização e unificação, substituindo o amadorismo pelo profissionalismo e a discórdia pela harmonia.
Para Platão a ignorância e falta de qualificação eram o grande mal da sociedade Ateniense, onde qualquer pessoa poderia exercer cargo público sem qualificação. O exercício de função pública deveria necessariamente estar associado à capacitação do indivíduo.
Havia também a questão de classes. Os ricos, representados pela oligarquia, favoreciam claramente aos seus pares e tinham no ganho próprio e no interesse dos seus pares a motivação para governar. Por outro lado, a democracia, que deveria governar para o povo , também falhava ao receber vantagens através de salários para tal e quando tentava pilhar os ricos através de taxas (leitoúrgia) utilizando argumentos de redução da desigualdade.
Platão tenta restabelecer uma ordem politica não centrada em ricos ou pobres, mas na imparcialidade do Estado. Para ele um Estado ideal deveria ser dividido em três classes: Os governantes, os militares e os agricultores. Os dois primeiros deveriam ser educados cuidadosamente e não deveriam ter propriedades, para de dedicarem inteiramente às suas funções. A funcionalidade estaria associada à especialização, inferindo que se cada classe se concentrasse em sua própria função não haveria conflitos. A falta de funções e de cargos é que gerava cobiça em alcança-los. Os que se dedicam às sus funções não seriam egoístas e portanto seriam mais capacitados para governar. A ascensão ao governo se daria por um sistema seletivo baseado no critério da formação e do interesse coletivo.
Platão esclarece , nas falas de personagens do livro, a sua teoria.
As teorias da justiça Prima Facie
1.Teoria do Cefalo : Tradicionalismo
Neste raciocínio, a idéia de definição do tradicionalismo da justiça é representada em um diálogo pelos personagens Cefalo e seu filho Polemarco . Para o primeiro, ser justo é pagar as contas e dizer a verdade. Já o filho tem como conceito que a justiça é a arte fazer bem aos amigos e o mal aos inimigos. No entanto, o dilema de saber o que é o amigo ou o inimigo e, em quais circunstâncias, fragiliza essa idéia. Platão infere que essa concepção tenha pertencido à algum governante com interesse próprio. Logo, a Justiça não seria uma arte , nem técnica a ser aprendida, mas uma qualidade espiritual que norteia o comportamento do indivíduo independente de amizade ou não.
Esse conceito é então abandonado e entra a concepção de Trasímaco
II. Teoria de Trasímaco: Radicalismo
Trasímaco representa o ponto de vista helenista da época, na qual a Justiça seria
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