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Ética Segundo Rousseau e Kant

Por:   •  22/3/2018  •  1.216 Palavras (5 Páginas)  •  332 Visualizações

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Kant acreditava que as pessoas deveriam ser tratadas com respeito e gentileza, assim a ética teria de ser um bem comum e a liberdade individual se harmonizaria com a universal. E essa liberdade ou autonomia no pensamento, viria apenas após a maioridade intelectual ser conquistada, e para isso, indivíduo precisa se desprender da preguiça e da ignorância, ousando na busca ao saber. E isso não significa que o indivíduo precisa ter diplomas ou anos de estudo, mas sim curiosidade e autodeterminação.

Ao contrário de Rousseau, que acreditava em um ser humano que evolui e que precisa da sociedade para interesses individuais, como proteção e defesa dos outros homens, Kant defende que a evolução é um compromisso de todos os seres humanos, não uma opção, e que o Estado tinha a obrigação e um dever moral de garantir a liberdade e o direito de cada um dos indivíduos.

Nos dias atuais, o Brasil vive uma crise econômica, política e principalmente ética, a qual afeta não só a população mas também os representantes políticos dela. A corrupção, os milhares de dólares desviados todos os dias, os assaltos aos cofres públicos, tudo isso causado pelo individualismo e pela ganância, diferentemente do governo justo e honesto idealizado por Kant a duzentos anos atrás.

A ética Kantiana explicita ainda a diferença entre a ação moral e a ação legal, sendo que o julgamento de certo ou errado é particular de cada um, porém ambas ações para serem tomadas, é necessário que se consulte a razão individual. Por exemplo, você está em uma festa, e na mesa ao lado tem uma pessoa que vai ao banheiro e esquece o seu dinheiro em cima da mesa. A ação moral neste caso, seria se você não pegasse o dinheiro alheio por respeito a outra pessoa; e a ação legal, seria se você não pegasse o dinheiro por medo de alguém te pegar no flagra, fazendo com que você possa ser preso, respondendo um processo de acordo com a lei. Logo, em ambos os casos, você não pega o dinheiro, porém seu verdadeiro sentimento é o mais importante.

Os modos de agir de um indivíduo nem sempre condizem com a verdadeira intenção dele, mas para ele ser capaz de pensar e agir moralmente, sem algum outro interesse, depende de seus próprios princípios.“A ideia da autolegislação remete a Rousseau, que no Contrato Social diz que a obediência a uma lei dada por si mesmo é liberdade. Mas só Kant descobre pela primeira vez, no pensamento que Rousseau menciona mais episodicamente o princípio fundamental de toda a Ética e fornece sua fundamentação.” (HOFFE, 2005, p. 216).

Portanto, a inquietação de Rousseau e Kant num cenário de evolução científica e de propagação do acesso ao conhecimento vivido aquela época, provoca reflexão sobre a ética até hoje quando nos deparamos num quadro político-econômico do nosso país, e nos leva a entender melhor esse universo filósofico sobre a ética exposto por esses filosófos que defendiam um mundo justo e honesto, levando as pessoas a exercitar seu pensamento e a não aceitar toda e qualquer ação imposta pela sociedade.

Bibliografia

FERRY, Luc. Aprender a viver: Filosofia para os novos tempos. Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2010.

HÖFFE, Otfried. Immanuel Kant. Tradução de Christian Viktor Hamm e Valério Rohden. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura (Kritik der Pratischen Vernuft). Tradução de Manuela P. dos Santos e Alexandre F. Morujão. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

ROUSSEAU, Emílio ou da educação. Tradução por Sérgio Milliet. 3. ed. Rio de Janeiro : Bertrand Brasil, 1995. Tradução de: Émile; ou, De l’éducation.

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