Teorias da Comunicação
Por: Lidieisa • 27/3/2018 • 9.199 Palavras (37 Páginas) • 288 Visualizações
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Cultural X Natural: Cultural é a codificação do por quê rir enquanto o natural é a própria capacidade de rir. Ex: AIDS é a construção cultural de uma manifestação natural.
Objeto material X objeto formal
- Objeto material é uma infinidade de coisas. Ex: Amanda (colega, amiga, saudável, bonita)
- Objeto formal é o olhar sobre certa coisa. Ex: O que o médico da Amanda diz, a mãe, a amiga. Objeto formal é a tradução e recorte de um objeto natural.
DE QUE COMUNICAÇÃO ESTAMOS FALANDO?
- MARTINO, Luiz C. De qual comunicação estamos falando? In: HOHFELDT, Antônio;
MARTINO, Luiz C.; FRANÇA, Vera Veiga (org.). Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001, p. 11-25.
O que é comunicação?
Conversa, troca, dialogo entre pessoas, animais, aparelhos (ex: modem), por meio de gestos ou símbolos (restrito a pessoas pois é necessário consciência para tal apenas o ser humano pode falar para um terceiro sobre a relação de um primeiro com um segundo). A comunicação entre pessoas é a estudada por Martino. Não é uma mera atividade de convívio ou participação, precisa ser intencional, exercida sobre outrem.
Termo comunicação
O termo comunicação refere-se ao processo de compartilhar um mesmo objeto de consciência, ele exprime a relação entre consciências. De acordo com o dicionário:
- Fato de comunicar, de estabelecer uma relação com alguém, alguma coisa ou entre coisas;
- Transmissão de signos através de um código;
- Capacidade ou processo de troca de pensamentos, sentimentos, ideias ou informações através da fala, gestos, imagens (de forma direta ou através de meios técnicos);
- Ação de utilizar meios tecnológicos (comunicação telefônica).
O dicionário também expõe três definições que não estão de acordo com a etimologia do termo:
- Informação, mensagem: não são comunicação senão de modo relativo, só se constroem como comunicação diante de um receptor que a compreenda (por ex: de nada adianta um texto para um analfabeto) - anúncios;
- Comunicação de espaços (passagem de um lugar a outro), circulação, transporte de coisas: “vias de comunicação – artérias, estradas, vias fluviais”;
- Disciplina, saber, ciência ou grupo de ciências:
- Ideia de polissemia (consulta e análise dos significados do dicionário): a diversidade da comunicação faz com que o campo de estudo coincida com o próprio estudo do Ser, o que nos leva a refletir sobre um campo de extensão máxima. Podemos fazer uma divisão rudimentar em três domínios da comunicação.
Domínios da comunicação
Seres brutos: relação, transmissão (troca de forças ou energias); processo de ação e relação (emissor: bola de bilhar 1 – mensagem: força/calor – receptor: bola de bilhar2 – efeito: deslocamento/dilatação).
Seres orgânicos: as reações não podem mais ser descritas como processos mecânicos, pois o organismo seleciona as respostas; o ser vivo interpõe o processo ação-reação e os processos passam a ter interpretação e seleção.
Domínio humano: se divide em homem-outro, homem-homem, homem-mundo. A relação homem-outro é uma relação de consciências, com o mesmo objeto mental; a relação homem-homem depende de certo grau de subjetividade. As relações homem-homem e homem-mundo são produtos das relações homem-outro; a relação homem-mundo é o objeto de estudo da comunicação social. Essas relações se dão por meio da cultura, ou seja, símbolos, códigos e convenções.
Linguagem
Verbal (oral/escrita) ou não-verbal (gestos) -> o entendimento não está associado ao tipo de comunicação; um meio não é superior a outro, não há nada que apenas um faça.
Cultura de massa
Comunicação como ciência surge no século XX com o desenvolvimento da cultura de massa (problematização). Conceitos envolvidos: comunicação de massa (surge EUA quando a transmissão cresce), cultura de massa (surge Inglaterra, França com a transformação da cultura, não só transmissão da mesma) e indústria cultural (surge Alemanha como crítica, desenvolvimento do capitalismo, todos os bens em produtos).
CRÍTICA DA COMUNICAÇÃO
- SFEZ, Lucien. Crítica da comunicação. São Paulo: Loyola, 1994, p. 19-34.
- SFEZ, Lucien. A comunicação. São Paulo: Martins, 2007, p. 31-42; 57-65.
- SFEZ, Lucien. A comunicação. São Paulo: Martins, 2007, p. 67-92; 101-106.
- SFEZ, Lucien. A comunicação. São Paulo: Martins, 2007, p. 107-117; 136-147.
Para Sfez, mesmo tendo mais meios de comunicação do que qualquer ponto da história, estamos nos comunicando cada vez menos. O paradoxo é que estamos nos comunicando pelos instrumentos que enfraquecem a comunicação. A produção de diferenças está cada vez mais irrelevante, e, no momento em que os meios nos “obrigam” a falar, estamos criando uma comunicação cada vez mais fática (estabelecendo o ato comunicativo em vez de transmitir informação).
Técnica, tecnologia e comunicação
A questão da tecnologia é central para nosso propósito, pois hoje a comunicação ou é tecnológica ou não existe. O debate principal deixará de fundar-se na oposição esquerda e direita, brancos e vermelhos, porque a ameaça de invasão tecnológica é o que deve combater o bravo cavaleiro da comunicação.
Nunca se fala tanto de comunicação quanto numa sociedade que não sabe mais comunicar-se consigo mesma.
O fim das figuras universais (deus, nação) resulta na comunicação.
A comunicação é agente de fragmentação (diluição de laços simbólicos) e se tornou a voz única, só ela pode unificar o universo.
Comuniquemo-nos pelos instrumentos
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