Teoria hipodérmica x Teoria dos efeitos limitados x teoria do cultivo
Por: SonSolimar • 19/12/2018 • 1.358 Palavras (6 Páginas) • 650 Visualizações
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o professor e outro voluntário cúmplice do experimento interpreta o aluno. A cada erro que o aluno comete em sua tarefa, o professor o punia com choques. Milgram foi questionado a respeito da autoridade que ele mesmo exercia sobre o professor, sobre a validade ética do experimento e sobre a situação enganosa em que colocava seus voluntários. Após a repercussão desse experimento por conta da publicação dos resultados em um livro, Milgram passou a ser visto como controverso e há uma cena inclusive em que uma mulher que nem mesmo leu o livro, mas leu os comentários a respeito o questiona sobre seu estudo. Os questionamentos retratados no filme sendo alguns deles inclusive válidos trazem a reflexão sobre as limitações do método científico aplicado nas ciências sociais.
3. Crítica ao paradigma dominante: Teoria do Cultivo
O uso do método científico nos estudos sociais levou críticas às teorias de médio alcance por limitar os objetos de estudo, pois como dito anteriormente são necessários recortes para que seja possível analisar somente o que é empiricamente testável.
Da revisão desse paradigma dos efeitos limitados, surgem então as teorias dos efeitos cognitivos de longo prazo que diferentemente das teorias desse paradigma dominante acreditam que os efeitos possam ser significativos em longo prazo como sugere a teoria do cultivo. É importante salientar que não há uma retomada absoluta do pensamento das teorias antecedentes que atribuíam grandes efeitos da comunicação de massa na sociedade, mas a nova proposta dessas teorias de revisão está no reconhecimento do grande impacto da comunicação de massa tendo em vista o tempo de exposição do espectador. A teoria do cultivo propõe que os meios de comunicação – especialmente a televisão no caso dessa teoria – socializa e cultiva no público uma visão comum do mundo com a implantação de valores comuns, socializando os espectadores.
No Brasil, a mais clara ilustração dessa teoria é sem dúvida a influencia das Organizações Globo de comunicação. O documentário britânico de Simon Hartog de 1993 trás justamente a crítica e de certa forma denuncia da relação mídia e poder no Brasil, com grande foco na figura do Roberto Marinho, empresário e jornalista dono do Grupo Globo até 2003. No documentário Roberto Marinho é comparado a Charles Foster Kane – como o próprio nome do filme sugere –, personagem criado em 1941 por Orson Welles para o filme Cidadão Kane, uma ficção que retrata a figura de William Randolph Hearst, magnata da comunicação nos Estados Unidos. Segundo o documentário, a Globo empregaria a mesma manipulação de notícias para influenciar a opinião pública como fazia Kane no filme.
É inegável o poder midiático de todos os veículos Globo de comunicação, seja o jornal impresso, online ou televisivo, assim como as novelas, filmes e séries. O poder de formação de opinião desse grupo hegemônico de comunicação de massa no Brasil é facilmente percebido quando os discursos, pontos de vistas e assuntos ressaltados ou omitidos por essa organização está em consonância com a opinião de grande parte do público.
4. Conclusão
Dessa forma, é possível perceber que o inicio do desenvolvimento teórico da comunicação nasce com a massificação da mesma, durante o século XX e se desenrola em meio a necessidade de entender um novo fenômeno do qual se conhece muito pouco, sendo necessário responder perguntas aparentemente básicas, mas que até os dias atuais não possuem resposta fixa como: Com qual intensidade atinge a sociedade, a quem atinge, qual é o elemento fundamental de influência, se tem efeitos imediatos ou a longo prazo, de que maneira circunstancias individuais influenciam nos efeitos da comunicação de massa e qual método utilizar para formular teorias dado o caráter de ciência social desse ramo de pesquisa.
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