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A CORRELAÇÃO ENTRE A TEORIA DO CAOS, O EFEITO BORBOLETA E A ANÁLISE DE CENÁRIOS NO CONTEXTO DAS ORGANIZAÇÕES

Por:   •  18/12/2018  •  2.081 Palavras (9 Páginas)  •  704 Visualizações

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Assim, a Teoria do Caos almeja explicar como muitos fenômenos variam numa forma não linear imprevisível, ou seja, sua conduta no futuro não pode ser prevista pelo comportamento passados, partindo do suposto de que seus componentes não mudam de forma proporcional entre si e carregam um componente de aleatoriedade. Isso posto, esta teoria pretende demonstrar que em um sistema aparentemente caótico existe também uma ordem intrínseca, desse modo, um sistema considerado caótico não é desordenado muito menos aleatório, pois existe um padrão e uma ordem nesse sistema como um todo. Assim, o caos é um instrumento de observação de fenômenos previamente mal compreendidos ou incompreendidos a partir de uma perspectiva determinista.

Uma das principais contribuições da Teoria do Caos foi mostrar que o desenvolvimento de sistemas caóticos depende de suas condições iniciais e é exatamente nesse ponto que ocorre a correlação com o Efeito Borboleta, termo que se refere às condições iniciais dentro da Teoria do Caos, sendo que fatores aparentemente insignificantes podem se amplificarem temporalmente de forma a mudar radicalmente um estado, ou seja, qualquer ação, por menor que ela seja em qualquer lugar, sempre gera algum tipo de consequência em outro ponto ou lugar, mesmo que distante do inicial. Por meio desse pensamento de Lorenz, foi possível demonstrar que tudo é interdependente. Antes da Teoria do Caos, todos os sistemas que não podiam ser explicados pela relação de causalidade eram simplesmente descartados.

Basicamente, a teoria do efeito borboleta e o estudo do caos tratam das questões de ordem e desordem. Uma das grandes mudanças causadas pela teoria de Lorenz foi a inserção do pensamento não linear, em que as equações envolvem taxas variáveis de mudança e não taxas fixas, sendo que as mudanças são multiplicadas, em vez de adicionadas e pequenos desvios podem ter vastos efeitos. Em 1970, Robert May e Yorke aprofundaram o estudo do caos com a equação logística, com o seu funcionamento baseado na retroalimentação constante dos resultados obtidos na própria equação, gerando resultados previsíveis ou caóticos. Embora o caos, por definição, seja algo imprevisível, ainda assim é possível se estabelecer um padrão, uma faixa de resultados. Este padrão é chamado de fractal, representado por um diagrama de tendências com base de análise histórica.

Sua aplicabilidade se encontra na possibilidade de previsões e projeções, um subsídio para o planejamento estratégico, para traças cenários, realizar análise de riscos, identificação de oportunidades, simulação de resultados, planejamento de investimentos, projeção de demandas, projeção de necessidades produtivas e de recursos, mercados de derivativos e ações, dentre outras possibilidades. A construção de cenários consiste em projeções variadas de tendências históricas para compor o futuro esperado, sendo que quase sempre um cenário é uma referência imaginária a respeito do futuro, assim trata-se de projetar antecipadamente como as condições ambientais e organizacionais deverão se comportar.

Os cenários são construídos para apoiar a tomada de decisões e a escolha de opções com a intenção de torna-las viáveis no futuro. Quanto mais o ambiente se torna mutável e turbulento e a organização muda e inova, mais importantes se tornam os cenários para o progresso decisório estratégico da organização. Os cenários são traçados para confrontar as premissas atuais e futuras com o contexto em que a empresa desenvolve ou desenvolverá em seus negócios. Um dos seus principais subsídios e importância para os negócios não está no fato dos cenários proverem respostas, mas sim pelo fato deles estimularem o questionamento.

Construir e usar cenários ajudam as empresas a explorarem o que o futuro poderá vir a ser (suas oportunidades, riscos, etc.), assim como os mais prováveis desafios a serem enfrentados, caso o mundo realmente rume para o futuro projetado. Alguns aspectos de cenários podem ser descritos com números para serem usados em análises quantitativas de políticas e estratégias, porém os maiores ativos advindos de cenários para fins estratégicos baseiam-se na possibilidade de incluir os aspectos intangíveis do futuro. Os cenários podem e devem ser utilizados como uma base sobre a qual indivíduos tomam decisões e analisam potenciais riscos e oportunidades de maneira uniforme.

Abordar a questão da gestão empresarial é sempre um desafio que, agregado ao fator exponencial da globalização, nos coloca diante da incerteza. Em meio às dúvidas surgem algumas certezas. O crescimento exponencial do volume de informações está diretamente ligado à gestão estratégica. A informação é o pressuposto de toda ação planejada. Portanto, a qualidade com que é filtrada e amadurecida esta informação interfere profundamente no planejamento estratégico e, consequentemente, no futuro de uma organização.

O desafio na gestão estratégica não é a idealização prévia do escopo de um planograma, mas, em meio a um processo de execução, perceber a possibilidade de correção e adaptação em tempo real. A análise de cenários no contexto das organizações exige uma estratégia precisamente balizada. Uma ferramenta que pode contribuir é a teoria do caos que em sua essência aponta para a hipersensibilidade das condições iniciais e seus desdobramentos futuros.

Outro fator representativo é que o conteúdo da estratégia, assim como as crenças sobre as quais ela é construída, são fluxos em constante transformação (Drucker, 1994). Esta instabilidade na construção da estratégia, inevitavelmente, limita a capacidade de descrever o comportado humano pela teoria do caos. Como afirma Hambrick (1980), a estratégia é um conceito multidimensional e situacional e isso dificulta uma definição de consenso. Na elaboração do planejamento estratégico é notória a percepção da intrínseca relação existente entre teoria do caos e o efeito borboleta na análise de cenários no contexto das organizações.

CONCLUSÃO

Muito se tem escrito no decorrer dos anos sobre a existência do efeito borboleta. Assumindo por vezes outros nomes para explicar o mesmo conceito, como teoria do caos e dependência de trajetória, este fenômeno intriga a humanidade por dar conta da causalidade sobre o desconhecido. As organizações convivem com uma atmosfera cercada pelo desconhecido e para minimizar este caos emerge a ciência, provida de instrumentos com os quais é possível analisar o passado e indicar tendências e caminhos mais acertados para a tomada de decisão.

Por fim, há algo na teoria do caos

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