O uso de discursos pejorativos em políticos e seguidores

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Conforme os estudos de Ferreira (2011), foi no início do século XX que surgiu a ideia de rede social, que está ligada a relações sociais que compõem um tecido que condiciona a ação dos indivíduos nele inseridos. Na contemporaneidade a expressão redes sociais, está frequentemente associada aos sites de relacionamentos disponíveis na internet, tais como o Twitter e o Facebook que é o nosso objeto observado.

A propósito é importante não confundir o termo rede social como foi citado acima com os aplicativos de relacionamento (networking social), onde estes são ferramentas usadas para as manifestações especiais e particulares de algumas redes sociais. (FERREIRA 2011).

O facebook é umas destas ferramentas usadas para manter interação social com as pessoas que se tem alguma conexão off-line, como por exemplo o circulo de amigos, da família, da escola e do trabalho e entre outros .( MAIA e REZENDE 2015). Essa conexão vai além do circulo de pessoas que se conhecem entre si, colaborando também para a relação de usuários que não se conhecem mas possuem ideologias e valores semelhantes e por isso seguem páginas em comum. Na ferramenta de interação social citada acima existem representação de atores sociais, que segundo Nunes (2015, p.17), “São pessoas envolvidas Na rede, que são vista também como parte do sistema e atuam de forma a moldar as estruturas sociais, através da interação e da constituição de laços sociais.” Na visão da nossa pesquisa esses atores sociais utilizam o espaço disponibilizado pelo facebook para compartilhar discursos de paixões e ódio.

No quesito de compartilhamento de discursos intolerantes que são conhecidos na literatura como discursos pejorativos que segundo Barros [200?], é um discurso de punição aos sujeitos considerados como descumpridores de certos contratos sociais, como por exemplo: a heterossexualidade e o do patriarca entre outros. Esses sujeitos são julgados como maus atores sociais, ou seja maus cidadãos. Em nossa analise foram observados o uso do discursos pejorativos pelo deputado Jair Bolsonaro que faz menção as minorias como o grupo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), grupo dos quilombolas e indígenas e principalmente críticas aos grupos politicos de esquerda que são em sua maioria contra as ideologias do deputado que levanta a bandeira da política de direita.

Acrescentasse a isso a análise que faremos dos comentários feitos na página do facebook do deputado, deixando desde já esclarecido as funções dos comentários segundo Cunha (2014), que todo enunciado ou seja comentário terá um julgamento de valor social, uma atitude efetiva e interessada. Entende-se que essas palavras colocadas nos comentários, não se refere somente ao post mas existem uma relação de ódio ou paixão do próprio internauta.

METODOLOGIA

O presente artigo busca encontrar as semelhança e diferenças nos discursos de políticos e seguidores especificamente o uso de discursos pejorativos em ambas as partes e observar a problemática que se refere de que forma os discursos nos comentários dos seguidores de Jair Bolsonaro se aproximam do discurso do deputado. Para obtermos o resultado final desta pesquisa utilizaremos o método de pesquisa qualitativa que de acordo com Guerra (2014), o pesquisador que escolhe esse método para sua pesquisa, terá como objetivo aprofunda-se na compreensão dos fenômenos que estuda a ação dos indivíduos, grupos e organizações em seu ambiente social. Guerra (2014), aprofundasse na explicação do método qualitativo quando diz que o pesquisados não estará preocupado com representatividade numéricas, generalizações estatísticas ou relações lineares de causa e efeito. Para nosso trabalho serão analisados o documentário “o fenômeno Bolsonaro” parte 1 e 2 feito pelo programa Conexão Repórter da rede televisiva SBT que foram divulgados na mídia no período do dia 21 de maio de 2017, buscaremos encontrar discursos pejorativos ditos pelo deputado federal Jair Bolsonaro e se esses discursos são absorvidos e compartilhados entre os seguidores do deputado. Para analisar a absorção do conteúdo disseminado pelo deputado, iremos examinar os 100 primeiros comentários referente a publicação do documentário na página da rede social facebook do deputado Jair Bolsonaro. Utilizaremos assim a técnica de análise de conteúdo pois segundo Moraes (1999), constitui-se como uma metodologia de pesquisa para descrever e interpretar todo o conteúdo da classe de textos e documentos, que combinados com o método qualitativo possibilita a reinterpretação de mensagens e a obtenção da compreensão de significados que vai além do senso comum. Diante disso a técnica de análise do conteúdo se torna a mais adequada para alcance dos resultado finais desta pesquisa.

ANÁLISE DOS DADOS

Em primeira analise, tratearemos sobre o nosso primeiro objeto de estudo que é o documentario “O fenômeno Bolsonaro” feito pelo programa Conexão Reporter divulgado pela rede televisiva brasileira SBT, o documentario é uma entrevista com deputado Jair Bolsonaro, onde o reporter Roberto Cabrini aborda e questiona o deputado a respeito da sua figura publica se considerada entre as mais polemicas no cenário politico brasileiro. O documentario tem duas parte sendo a primeira com duração de 43 minutos e 17 segundos, e a segunda parte tem a duração de 11 minutos. O documentario foi divulgado na plataforma digital do Youtube tendo um numero total de 1 165.300 visualizações e 10. 561 comentários na plataforma do Youtube.

Na entrevista o deputado Bolsonaro revela suas opiniões a respeito de temas polêmicos que envolvem as minorias, fazendo uso dos discursos pejorativos que de acordo com Silva et al (2011), esses discursos tem dois elementos básicos, sendo eles a discriminação e a externalidade, considerado como uma manifestação segregacionista baseada na divisão de superior (emissor) inferior (atingido).

No que se refere as minorias iremos destacar a opinião do deputado sobre o grupo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Terra) Bolsonaro diz “São um bando de militantes do PT (Partido dos Trabalhadores) que não trabalham”. Mostrando-se intolerantes a movimentos de ativismo politico e social. O deputado também se mostra critico aos grupos de quilombolas quando se refere a estes como “Os quilombolas so servem para procriar”. Ou quando ele fala sobre o seu posicionamento a respeito da demarcação de terras para indígenas e dizendo que eles (…...). Mostrando assim que o deputado é intolerante a grupos de minorias e se manifesta publicamente a respeito fazendo surgir a questão que foi abordada