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Pintura Corporal: Uma manifestação artística e cultural

Por:   •  10/8/2018  •  1.481 Palavras (6 Páginas)  •  331 Visualizações

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de a arte dar conta, cognitivamente, da complexidade do mundo real, é ao mesmo tempo um modo de ganhar poder de ação sobre este mundo (Lévi-Strauss, 1979). Artefatos são assim, às vezes reduzidos de corpos, de animais ou de humanos.” (P.763).

“Corpos são artefatos, artefatos são corpos. Esta questão nos remete á discursão de Gell sobre o que seria um olhar propriamente antropológico para arte (1996,1998). A imagem tem sentido porque funciona, e não apesar do fato de funcionar. A imagem sintetiza os elementos mínimos que caracterizam o modo como o modelo opera, e é por esta razão que uma imagem é um índice e não um símbolo ou um ícone do seu modelo.” (P.765).

Fazendo uma comparação com comunidades indígenas, logo percebemos um forte apelo para a corporalidade, que são comuns as pinturas na pele e uso de adornos para sua modificação, esta corporalidade indígena nada tem a ver com o nosso modo de nosrelacionar com corpo, para estes grupos apresenta cerimônia ou ritual para vida social.

A noção de corpo, construída por cada etnia, seja ela associada à tatuagem e pintura representa símbolo de incorporação e identidade étnica, pois o corpo se transforma até onde pode ser transformado.Nada na forma nem do sentido ou no contexto das coisas as predispõe como arte ou não. Deste modo, podem ser obras de arte corpos humanas produzidos pela intervenção ritual, na qual a forma é esculpida e modelada tanto pelo canto quanto pelo banho medicinal, a dieta, as provações e os testes de resistência, como as inscrições, as perfurações (LAGROU, Els ; 2011).

Grande parte das pessoas acha que as tatuagens são obras de arte, outros símbolos de independência que permite experimentar algo novo, senti que tem o controle sobre aparência, serve como símbolo de rebelião ou estilos de vida alternativos. A maioria dos jovens faz tatuagem para aderir à moda só porque todo mundo está fazendo; uma tatuagem pode simbolizar muita coisa, uma história, um marco, alguém ou tudo aquilo que você quiser marcar no teu corpo.

Em minha opinião tatuagem é arte, porque não há melhor maneira de mostrar os nossos sentimentos com desenhos, sonhos, realidade, passado, algo que queremos que seja recordado com tinta colorida ou não no nosso corpo. Sendo arte não vejo forma de discriminar quem belamente decora seu corpo com tatuagem e divulgam o trabalho do artista, no entanto se consegue ver discriminação ou pessoas simplesmente ignoram.

O grafismo, quando cobre o corpo com linhas e traços, por sua vez, constitui um procedimento no qual grafismo e superfície se constituem mutuamente, o processo de fabricação da pele. Como dito acima, esta intrínseca relação entre grafismo e suporte foi notada por Lévi-Strauss (1973). Ela foi igualmente explorada por Gowna sua análise do grafismo piro (Gow, 1988,2001, Lagrou, 1995).

Em diversas culturas o corpo é considerado um templo do sagrado, e dessa forma, nele são colocadas indumentárias, enfeites, metais, e pinturas, como manifestação cultural e artística. Atualmente a pintura corporal é considerada uma forma de reafirmação da sua identidade. Segundo Pérez (2006) “(...) um novo status é alcançado pelo tatuador. Ele não é mais um simples "marcador da pele", mas um profissional e um artista com reconhecimento social, enquadrado em uma categoria que poderia ser a de expert, verdadeiro especialista na matéria. ”.

Nessa perspectiva da tatuagem como reafirmação da identidade Ferreira afirma que:

A estética e a visualidade têm sido recorrentemente reconhecidas por diferentes investigadores como elementos cruciais para a forma como os jovens e as culturas juvenis constroem identidades pessoais e culturais, sendo a imagem cada vez mais usada como expediente comunicativo. Esta não é uma condição recente, pois a própria emergência das culturas juvenis enquanto fenómeno social está grandemente associada ao uso estratégico de um campo de visibilidade.

A tatuagem por diversas vezes é utilizada para reafirmar um sentimento de pertencimento, a pintura corporal como um símbolo que compõe não só as sociedades passadas, mas também as contemporâneas. Utilizada como forma de resistência, reafirmação, manifestação, onde o corpo representa a autenticidade de uma ideia no estilo de vida, desafiando as normativas sociais.

Referências bibliográficas obtidas em pesquisa preliminar

FERREIRA, Vitor Sérgio. Marcas que demarcam. Tatuagens, bodypiercing e culturas juvenis. Imprensa de Ciências Sociais. 2009. Lisboa.

PEREZ, Andrea Lissett. A identidade á flor da pele: etnografia da prática da tatuagem na contemporaneidade. Mana. v. 1, n. 1, 2006.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tatuagem

http://www.antropologiasocial.com.br/antropologia/antropologia-da-arte/

file:///C:/Users/USUARIO/Downloads/20263-72588-1-PB.pdf

http://www.ifch.unicamp.br/proa/DebatesII/elslagrou.html

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