A Historia do Desenho
Por: Salezio.Francisco • 6/12/2017 • 3.545 Palavras (15 Páginas) • 513 Visualizações
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Ao trabalhar com Arte, o aluno é estimulado à reflexão, à investigação, a experimentações, a comparações, a ter curiosidade, a levantar hipóteses, ao trabalho em equipe, proporcionando, dessa forma, o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, cultural e estético.
Com relação à criatividade, uma potencialidade que sempre é mencionada ao se falar em arte está nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (1997, p. 41) que diz:
A imaginação criadora permite ao ser humano conceber situações, fatos, ideias e sentimentos que se realizam como imagens internas [...]. É a capacidade de formar imagens que torna possível a evolução do homem e o desenvolvimento da criança; visualizar situações que não existem, mas que podem vir a existir abre o acesso a possibilidades que estão além da experiência imediata.
No ensino de Arte, o termo criatividade foi utilizado inadequadamente, ligando-se à "livre expressão" e passando a ser utilizado para qualificar qualquer tipo de trabalho, mesmo que este nada tivesse a ver com a ideia que se tinha de criatividade. Sobre o assunto, Saunders (1984, p.19) afirma:
Por conseguinte, criar livremente não significa poder fazer tudo e qualquer coisa a qualquer momento, em quaisquer circunstâncias e de qualquer maneira. Vemos o ser livre como uma condição estruturada e altamente seletiva, como condição sempre vinculada a uma intencionalidade presente, embora talvez inconsciente, e a valores a um tempo individuais e sociais. Ao se criar, define-se algo até então desconhecido. Interligam-se aspectos múltiplos e talvez divergentes entre si que a uma nova síntese se integram.
De acordo com a observação de Saunders (1984), a criatividade se consolida por um processo de múltiplas conexões, que difere do sentido do termo criatividade, ligada ao espontaneísmo e à total liberdade de criação.
Dentro do universo do conhecimento, o conceito de criatividade caracteriza a expressão de um processo cognitivo, que transforma a realidade e produz o "novo", rompendo com as barreiras do conhecido e estabelecendo novas relações.
O desenvolvimento da criatividade tem se caracterizado como um dos objetivos educacionais no planejamento dos currículos, gerando diferentes questionamentos sobre a natureza do pensamento criativo e sobre a maneira pela qual ele pode ser estimulado.
Torrance propõe o conceito de criatividade associado à solução de problemas, a partir do levantamento de hipóteses e de sua investigação, o que caracteriza o processo criativo que tem função cognitiva e que está intimamente ligado ao pensamento reflexivo.
Veja na figura a seguir momentos de apreciação estética, reflexão e produção artística.
Figura 2 Apreciação estética, reflexão e produção artística
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Fonte: acervo da autora.
Apresentaremos um trabalho que articula os eixos ou campos conceituais de Artes Visuais (apreciar/fruir, produzir/fazer e refletir/contextualizar), pois envolve a apreciação de obras de um pintor e depois utiliza suas obras como suporte interpretativo, para realizar trabalhos artísticos, isto é, os alunos fazem composições com vegetais. Primeiro vamos conhecer algumas obras de Giuseppe Arcimboldo. Veja a seguir:
Figura 3 Head with Fruit Basket, Arcimboldo
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Fonte: http://www.1st-art-gallery.com/Giuseppe-Arcimboldo/Vertumnus.html>. Acesso em: 03 jul.2015
O professor deve iniciar esta proposta com a apreciação estética, apresentando a seus alunos obras de Giuseppe Arcimboldo. Após ouvir as análises dos alunos e as observações levantadas, depois de explorar os aspectos formais (linhas, cores, formas texturas etc.), os aspectos interpretativos (sentimentos provocados, como o aluno compreende aquela imagem), o professor então apresenta os aspectos contextuais.
Vamos conhecer um pouco sobre esse pintor? Neste momento estamos trabalhando com o campo conceitual reflexão/contextualização.
Giuseppe Arcimboldo: foi um pintor que esteve à frente de seu tempo. Nasceu em Milão em 1527 no século XVI, ousou ao criar composições que envolviam vegetais, flores, animais. Para saber mais sobre esse pintor, acesse o site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Giuseppe_Arcimboldo>. Acesso em: 03 jul.2015
Em seguida o professor poderá pedir que façam composições artísticas de desenho ou pintura ou colagem, ou construção com sucatas ou outra modalidade artística, a partir da leitura da obra original.
Figura 4 Releituras
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Fonte: acervo da autora (Curso de Formação Continuada com professores municipais dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de Londrina – 2010).
Figura 5 Releitura
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Fonte: acervo da autora.
Será que os professores, de forma geral, trabalham com a interdisciplinaridade? Você acredita ser possível tal trabalho? Então convido você a refletir mais de perto sobre o trabalho interdisciplinar, paralelo, com essa proposta de articulação dos campos conceituais da Arte (com Giuseppe Arcimboldo) que estamos apresentando.
A preocupação no âmbito educacional em torno do processo de fragmentação do conhecimento escolar não é recente, razão pela qual, desde o início do século XX, teóricos vêm pesquisando e propondo o trabalho interdisciplinar. Apesar dos esforços desses teóricos, paira uma dúvida com relação à aplicabilidade do trabalho interdisciplinar: “os professores realmente sabem elaborar e aplicar uma aula interdisciplinar?”.
O processo de fragmentação do conhecimento escolar manifesta suas características de diversas formas e em várias instâncias educativas, praticadas de forma consciente ou inconscientemente pelos educadores. Há professores que se dizem interdisciplinares, no entanto não o são. Por outro lado, há professores que têm uma postura interdisciplinar, conseguem articular alguns conteúdos de diferentes disciplinas, porém não têm consciência de que estão trabalhando interdisciplinarmente.
Não podemos pensar de forma fragmentada; precisamos ter uma visão
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