Segurança e Qualidade na Indústria Naval e Oceânica
Por: SonSolimar • 16/1/2018 • 2.381 Palavras (10 Páginas) • 351 Visualizações
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Segundo Algarte e Quintanilha (2000), por volta dos séc. 11 a.C. – séc. 8 a.C., houve na China promulgação de leis e decretos assim estipulados: "É proibido colocar à venda utensílios, carros, tecidos de algodão e de seda cujas as dimensões ou requisitos da qualidade não atendam às exigências das normas". Essas determinações não somente mostram que já havia certo padrão de qualidade para produtos, mas também que os decretos eram promulgados para banir do mercado produtos inferiores, bem como para consolidar o controle de qualidade sobre eles.
Pelo exposto, pode-se perceber que foi percorrido um “longo” caminho para que as teorias e práticas da gestão da qualidade chegassem até o estágio em que se encontram. Porém ainda há um longo caminho a ser percorrido, principalmente em países menos desenvolvidos – entre os quais podemos incluir o Brasil -, em virtude do atraso no acesso e implantação desses conceitos, que se justifica por razões históricas e econômicas.
A expansão da indústria no início do século XX e, particularmente, a invenção da produção em massa de Henry Ford fizeram surgir outro desenvolvimento extremamente importante na construção do edifício da moderna administração: o controle da qualidade. O controle da qualidade evoluiu para a administração da qualidade total.
Dentro do contexto mundial, a busca da competitividade tem exercido um papel relevante para o aprimoramento e conquista de novos mercados. A Qualidade Total está sendo visualizada como uma forma de gerenciamento que, quando implementada, visa melhorar de modo contínuo o desempenho organizacional.
A evolução da qualidade para a moderna administração da qualidade total é uma história que tem três períodos, filosofias ou “eras” principais.
As três eras da história da qualidade:
- Era da inspeção
- Produtos são verificados um a um.
- Cliente participa da inspeção.
- Inspeção encontra defeitos, mas não produz qualidade
- Era do controle estatístico:
- Produtos são verificados por amostragem.
- Departamento especializado faz controle da qualidade.
- Ênfase na localização de defeitos.
- Era da qualidade total:
- Processo produtivo é controlado.
- Toda a empresa é responsável.
- Ênfase na prevenção de defeitos.
- Qualidade assegurada; sistema de administração da qualidade.
O movimento da qualidade tem contribuído de forma marcante até os dias atuais na obtenção das vantagens competitivas junto às empresas. Segundo Feigenbaum (1994:20-22), a evolução da qualidade pode ser analisada sob várias etapas, conforme a figura 1, tais como:
1a etapa (1900): CONTROLE DA QUALIDADE PELO OPERADOR
Um trabalhador ou um grupo pequeno era responsável pela fabricação do produto por inteiro, permitindo que cada um controlasse a qualidade de seu serviço.
2a etapa (1918): CONTROLE DA QUALIDADE PELO SUPERVISOR
Um supervisor assumia a responsabilidade da qualidade referente ao trabalho da equipe, dirigindo as ações e executando as tarefas onde fosse necessário e conveniente em cada caso.
3a etapa (1937): CONTROLE DA QUALIDADE POR INSPEÇÃO
Esta fase surgiu com a finalidade de verificar se os materiais, peças, componentes, ferramentas e outros estão de acordo com os padrões estabelecidos. Deste modo seu objetivo é detectar os problemas nas organizações.
4a etapa (1960): CONTROLE ESTATÍSTICO DA QUALIDADE
Esta etapa ocorreu através do reconhecimento da variabilidade na indústria. Numa produção sempre ocorre uma variação de matéria-prima, operários, equipamentos etc. A questão não era distinguir a variação e sim como separar as variações aceitáveis daquelas que indicassem problemas. Deste modo surgiu o Controle Estatístico da Qualidade, no sentido de prevenir e atacar os problemas. Surgiram também as sete ferramentas básicas da qualidade na utilização da produção: Fluxograma, Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Histograma, Diagrama de Dispersão e Carta de Controle. Esta etapa permaneceu restrita às áreas de produção e a nível de 4 chão de fábrica, se desenvolveu de forma lenta e é aplicada nas organizações até os dias de hoje.
5a etapa (1980): CONTROLE DA QUALIDADE
A qualidade passou de um método restrito para um mais amplo, o gerenciamento. Mas ainda continuou com seu objetivo principal de prevenir e atacar os problemas, apesar de os instrumentos se expandirem além da estatística, tais como: quantificação dos custos da qualidade, controle da qualidade, engenharia da confiabilidade e zero defeitos. Segundo Ferreira (1994:64), a qualidade passa para outra etapa, a Visão Estratégica Global, com o objetivo da sobrevivência da empresa e competitividade em termos mundiais para atender as grandes transformações que vêm ocorrendo no mercado.
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Figura 1 - Representação da evolução da qualidade
- Implementação do SGQ
Todas as preocupações da qualidade, que evoluíram com o tempo, foram complementando-se ao longo desta evolução, possibilitando a aplicação de todos esses conceitos em um sistema de gestão da qualidade (SGQ) único. Um SGQ deve suportar a estratégia da organização, dando subsídios para a tomada de decisões e a melhoria contínua.
Uma grande referência para esta implementação e que possui estas características é a NBR ISO 9001. Essa norma orienta a empresa a trabalhar focada na satisfação de seus clientes, na melhoria contínua e no gerenciamento por processo. A abordagem por processo permite à organização gerenciá-los e aprimorá-los, principalmente por meio do monitoramento de seus objetivos e indicadores, os quais, por sua vez, dão subsídio à alta direção e às lideranças para a tomada de decisões e para a definição de ações de correção, prevenção e melhoria. Isso porque,
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