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Controle Biológico O milho (Zea mays)

Por:   •  22/5/2018  •  2.674 Palavras (11 Páginas)  •  345 Visualizações

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As espécies desse gênero depositam a maior parte dos seus ovos durante o dia, por serem fototrópicas positivas. A forma mais recomendada de sua liberação no campo é por meio de vespas adultas. Para que haja eficiência no controle, sua liberação deve coincidir com o aparecimento dos primeiros ovos da praga, com uma frequência proporcional ao número de ovos produzidos pela praga (CRUZ, 2002).

Juntamente com o Trichogramma, o Telenomus sp. é um potencial controlador biológico exclusivo de ovos. Segundo Cruz (2004), o Telenomus apresenta alta especificidade para com a S. frugiperda e o processo de liberação no campo é o mesmo utilizado com o Trichogramma. Como parasitam os ovos da lagarta do cartucho os quais se localizam nas camadas internas da planta, lhes são conferidas vantagens sobre outros parasitoides de ovos, uma vez que conseguem alcançar a massa de ovos, impossibilitando, assim, a eclosão de lagartas do hospedeiro (ABREU; ROVIDA; CONTE, 2015).

De acordo com Cruz & Monteiro (2004), fatores climáticos podem interferir na eficiência da atuação desses parasitóides no campo. Ao fazer a liberação é imprescindível ter conhecimento sobre a direção do vento, o excesso de radiação solar (calor) e a presença de chuvas.

O Chelonus insularis tem sido alvo de muitos estudos como um parasitoide de ovo-larva. É um inseto que mede cerca de 20 milímetros. A fêmea insere seus ovos dentro dos ovos de S. frugiperda, sendo seu período larval variando entre 17 e 23 dias. A larva desse parasitoide perfura o abdômen da lagarta para que possa sair e, em pouco tempo se transforma em pupa, e posteriormente em adulto (FERREIRA, 2009).

- Predadores

Predadores são organismos que possuem vida livre durante todo o seu ciclo e matam a presa, geralmente são maiores que a mesma e necessitam mais de um hospedeiro para completar seu desenvolvimento (Gallo et al., 2002).

São exemplos de organismos predadores Joaninhas (Coleomegilla maculata) e representantes de Dermaptera, conhecida como tesourinhas, sendo que as espécies são: Doru luteipes e Euborellia anulipes.

- Joaninhas - Coleomegilla maculata

Coleomegilla maculata, espécie de joaninha muito comum no Brasil, é predadora de pulgões, cigarrinhas, lagartas recém eclodidas e ovos de lepidópteros (FERREIRA & MAGALHÃES, 1984). Adulta mede cerca de 6 mm e sua cor é geralmente avermelhada e possui seis manchas pretas em cada asa (CRUZ, 2007).

Segundo Cruz (2007), “Pólen e esporos de fungos também fazem parte da dieta dessa espécie, mas os adultos e larvas se alimentam de ovos e larvas da lagarta do cartucho.” Esse mesmo autor cita, que as fêmeas colocam grupos de ovos de cor amarelada nas folhas das plantas de milho.

- Tesourinhas

São representantes de Dermaptera, insetos longos e com a cabeça prognata. Possui o aparelho bucal mastigador e os olhos são compostos e bem desenvolvidos. Há muitas espécies, mas as que se destacam no controle biológico do milho são as espécies Doru luteipes e Euborellia anulipes (CRUZ, 2007).

Segundo Rubin (2009), “No Brasil, estudos com D. luteipes indicou essa espécie como um dos inimigos naturais na supressão de pragas na cultura do milho.” Reis et al. (1988) cita, “O inseto tem presença comum no campo durante todo o ano, ele apresenta um ciclo biológico longo, podendo ser encontrados indivíduos vivendo quase um ano, em culturas que apresentam arquitetura foliar do tipo “cartucho”, como o milho e sorgo.” É comumente encontrado no interior dessas folhas, local onde ela coloca ovos e onde se encontra a lagarta do cartucho (CRUZ et aI.,1995).Quando nascem as formas jovens, juntamente com as formas adultas, se alimentam tanto dos ovos quanto das lagartas pequenas, assim fazendo o controle biológico (CRUZ, 1999).

De acordo com o trabalho já realizado cujo tema estudado foi “BIOLOGIA E POTENCIAL DE DORU LUTEIPES NO CONTROLE DE SPODOPTERA”, em estudos no campo e laboratório foram observados que as posturas possuem, em média, 26,6 ovos. O experimento foi dividido em duas fases: ninfal e adulta. O inseto mostrou um bom potencial como predador de S. frugiperda, apresentando um consumo diário na fase ninfal de 12,10 e 8 larvas, conforme estas foram oferecidas isoladamente, com folhas de milho ou com dieta. Na fase adulta, o consumo foi na mesma sequência da anterior, de 21, 19 e 10 larvas. Concluíram se, então, que este predador possui grande potencial para o controle biológico deste inseto.

De acordo com Cruz (2007),

O período de incubação da espécie Euborelia annulipes, no verão é em torno de sete dias. O ovo se desenvolve com emergência de ninfas com 60 dias. Elas apresentam a cor branca, olhos pretos e parte posterior do abdômen marrom. Quando se transformam em adultos, no inicio elas são brancas e depois ficam escuras. Não há asas e a fêmea é maior do que o macho.

- Entomopatógenos

O controle biológico com entomopatógenos pode ser definido como o uso de microrganismos (fungos, vírus, bactérias, nematoides e protozoários) no controle de insetos-praga. (VALICENTE, 2009).

- Baculovírus

O controle de pragas com Baculovírus tem se destacado desde ano de 1975. É muito estudado para a classe Insecta e são fáceis de serem produzidos em grande escala. É nofensivo ao ser humano, além de ser não poluente, mantendo o equilíbrio do ecossistema. Eles possuem uma estrutura básica com um capsídeo coberto de uma forma circular. O nucleocapsídeo é um “core” cilíndrico de DNA e proteína, e internamente a fita de DNA associa-se com uma proteína básica. São organizados de formas distintas dentro de cada envelope protéico, fazendo que se dividam em dois grupos de acordo com a forma dos nucleocapsídeo (VALICENTE & TUELHER, 2009).

Os vírus contaminam a Spodoptera frugiperda por via oral, quando são ingeridas partes vegetativas da planta. A rota principal de infecção é via ingestão dos poliedros e a penetração dos vírus nas células epiteliais do intestino médio. Após a ingestão dos poliedros a matriz protéica é dissolvida (devido pH alcalino) e há liberação dos vírions no lúmen digestivo. Os nucleocapsídeos são transportados ao núcleo onde liberam seu DNA e inicia o processo de replicação. Com o processo de replicação, o vírus passa a infectar todos os outros tecidos. A forma oclusa do vírus é produzida nos estágios finais da infecção onde os vírions são envelopados

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