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Melhoramento de milho no Brasil

Por:   •  31/10/2017  •  2.294 Palavras (10 Páginas)  •  380 Visualizações

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Os produtores de sementes de milho no Brasil comercializaram na safra 2009/2010, cerca de 11,6 milhões de sacos de 20 Kg de sementes, o que seria suficiente para o plantio de cerca de 84% da área com milho no país (ABRASEM, 2012). Por essa situação percebe-se que o mercado de sementes mostra um imenso potencial de crescimento.

1. Breve histórico do melhoramento de milho no Brasil

O milho é originário das Américas, provavelmente do México, tendo sido desenvolvido nos últimos oito mil anos. Os povos primitivos que habitavam a América Central conseguiram domesticar o milho e ao mesmo tempo, por seleção, produzir um número grande de raças. Colombo encontrou o milho cultivado pelos índios, no interior de Cuba e milho muito antigo foi encontrado nos túmulos do México e do Peru. No Brasil, entre os milhos indígenas, a maioria era constituída por milhos de grãos farináceos (amarelos e brancos), muito moles, que se prestavam à moagem e à produção de farinha. No entanto, havia ainda os de pipoca (redondos e pontudos) e os de grãos duros (laranjas e brancos). Esses foram os principais milhos desenvolvidos pelos índios no Brasil, Uruguai e Paraguai, e tiveram grande importância no melhoramento genético atual, principalmente o milho cateto (duro de cor laranja) (PATERNIANI et al., 2000).

No início do século passado, as variedades da época eram de ciclo tardio, espigas grandes, grãos duros e o melhoramento era feito através da seleção massal pelos agricultores e/ou através da seleção no esquema pedigree (espiga por fileira) por alguns pesquisadores (HUNNICUTT, 1924),

O desenvolvimento de trabalhos de melhoramento de populações de milho no Brasil teve início na década de 60, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ, sendo as primeiras cultivares lançadas na década de 70 (Centralmex, Dentado Composto e Flint Composto) (PATERNIANI, 1980).

No Brasil os primeiros estudos com milho híbrido iniciaram no Instituto Agronômico de Campinas em 1932 e na Universidade Estadual de Viçosa em 1935 (PATERNIANI E CAMPOS, 1999).

O milho é cultivado na maioria das propriedades agrícolas do país abrangendo uma área em torno de 12,8 milhões de hectares (FAO, 2012) em duas safras anuais. Observando-se os dados da FAO (2012) verifica-se um aumento da produtividade ao longo do tempo. Segundo dados da CONAB (2012) verifica-se uma redução na diferença entre as produtividades da safra de verão e da safra de inverno (“safrinha”) nos últimos anos.

Há ainda uma enorme diversidade de condições de cultivo que vão desde a agricultura de subsistência a agricultores que utilizam o máximo de tecnologia disponível, obtendo produtividades semelhantes às obtidas em países de agricultura mais avançada. A diversidade climática no país também é muito grande, além da diversidade em época de semeadura (Safra e safrinha). Devido a essa diversidade de condições de cultivo, de clima e de época de semeadura é esperado que a interação genótipos x ambientes seja grande, exigindo assim, o desenvolvimento de cultivares com boa estabilidade ou específicos para determinadas condições de cultivo (RAMALHO, 1999).

2. Métodos de Melhoramento

Existem várias opções de métodos de melhoramento aplicáveis à cultura do milho. Contudo, eles podem ser incluídos em duas categorias: seleção e hibridação.

2.1. Seleção massal

A seleção massal é o método mais antigo e simples, sendo utilizada desde a domesticação da planta de milho, e da qual se desenvolveram diversas variedades.

A seleção massal praticada pelos índios e pequenos agricultores familiares baseia-se unicamente no progenitor feminino, correspondendo a uma forma de acasalamento ao acaso com seleção, não há nenhum tipo de controle ambiental. Consiste na escolha das melhores plantas por ocasião da colheita e aproveitamento das suas sementes para o plantio da próxima geração, baseando-se no vigor das plantas, na qualidade dos grãos e com caracteres específicos de acordo com a vontade do produtor. As sementes das plantas selecionadas são misturadas entre si, sendo a próxima geração obtida desta mistura.

A vantagem deste método consiste no aumento da frequência de genes favoráveis, sua eficiência depende do número de genes e da herdabilidade do caráter. Tem sido efetiva na adaptação de variedades, tornando-a adequada à produção em novas áreas.

A ineficiência da seleção massal para determinados caracteres baseia-se na incapacidade de se identificar genótipos superiores pelo aspecto fenotípico de plantas individuais e a polinização não controlada, de modo que as plantas selecionadas podem receber pólen tanto de plantas superiores como de plantas inferiores.

Como já mencionado, o grande problema da seleção massal é a heterogeneidade ambiental. Por essa a razão, Lonquist (1960) propôs a divisão do lote isolado em estratos, isto é, áreas menores. A seleção é, então, efetuada dentro de cada estrato separadamente. Desse modo, o efeito da variação ambiental teria reflexo apenas entre as plantas dentro do mesmo estrato. Com isso, o efeito da heterogeneidade ambiental é atenuado.

A seleção com testes de progênies foi definida por Allard (1971) como sendo "a avaliação do genótipo dos progenitores com base no fenótipo de seus descendentes". Após a obtenção e avaliação das progênies, são identificados os progenitores superiores que deram origem as progênies. Esses progenitores superiores é que são usados para a obtenção da geração seguinte melhorada.

A seleção com teste de progênie de se resultar em maior eficiência em relação à seleção de plantas individuais (seleção massal ou fenotípica), devido à avaliação mais precisa das plantas a serem selecionadas no primeiro caso. Como usualmente as progênies são avaliadas em ensaios com repetições, resulta uma maior precisão das médias de progênies em relação à precisão das observações individuais. Além disso, a possibilidade de repetição em vários locais (ambientes) diminui o efeito da interação genótipo x ambiente no resultado da seleção, permitindo, assim, uma utilização mais ampla do material selecionado.

2.2. Híbridos de linhagens

Com o descobrimento do vigor híbrido por Shull, no início do século XX vislumbrou-se a possibilidade da utilização de híbridos. Isso se tornou viável com a proposta de Jones em 1918, com o emprego de híbridos duplos (HALLAUER e MIRANDA FILHO, 1988).

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