Terapia Familiar Sistêmica – aspectos teóricos e aplicação na pratica
Por: Carolina234 • 15/5/2018 • 1.794 Palavras (8 Páginas) • 320 Visualizações
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2.2 A teoria geral dos sistemas
A “teoria geral dos sistemas” (TGS) foi descrita pela primeira vez em 1937 pelo biólogo austríaco com esse lindo nome: Ludwing Von Bertalanffy (não pode esquecer) que afirma que o universo esta composto por elementos que se interrelacionam entre si, constituindo os sistemas. Da mesma forma que há um sistema solar no qual a terra faz parte e depende ou da mesma forma que o ser humano é formado por um sistema nervoso, a família constitui um sistema formado pelas continuas interações entre seus membros e sua relação com uma totalidade, com o exterior.
As propriedades que caracterizam os sistemas abertos são:
- Organização complexa: refere-se que cada sistema esta composto por um número finito de elementos que se relacionam entre si de maneira que a mudança em um dos elementos supõe a mudança dos demais. Na relação com a família, se há a uma mudança na interação de um dos membros da mesma, haverá repercussão em todos os demais.
- Totalidade: Para entender um sistema, não nos serve compreender como atua cada elemento de forma isolada. É necessário ver a interação desse sistema em conjunto. Daí surgiu a importância de convocar as famílias em conjunto para as sessões.
- Equifininalidade: Este conceito refere-se que resultados idênticos podem ter origens diferentes ou ao contrário. Essa é fácil de visualizar. Irmãos mesmo criados da mesma maneira podem e são muito diferentes em diversos aspectos.
- Entropia Negativa: No campo da física a entropia é a medica da desordem em um sistema. A entropia negativa é o avanço da desordem e desorganização de um sistema quando este não é entendido. Outro fácil de entender: na família, quando os pais não exercem o papel de dar limites, os filhos acabam tendo dificuldades de lidar não só com a família, mas com o mundo exterior (o que em algumas vezes acaba fazendo o filho a buscar os limites de forma não adequada, assumindo condutas de risco. O atuar em detrimento do pensar).
- Casualidade Circular: em uma interação entre sistemas ou entre partes de um sistema, tudo é o princípio e o fim, todo comportamento é causa e efeito, não há casualidade linear. É necessário focar a ação num todo. Não em partes do sistema.
2.3 A teoria da comunicação Humana
Observando a comunicação humana podemos dizer que a mesma pode ser dividida em três áreas:
- da sintaxe: forma que as palavras estão reunidas numa frase. As palavras e suas configurações.
- da semântica: o significado da mensagem (tanto do emissor quanto do receptor).
-da pragmática: constitui-se do fato que o comportamento humano é afetado pela comunicação. Todo comportamento, não só a fala, é comunicação; e que toda comunicação, não só da fala, afeta o comportamento. (Comportamento é comunicação e comunicação é comportamento)
Temos então os axiomas da comunicação:
- Primeiro axioma: “É impossível não comunicar” – nos comportamos, logo comunicamos. (lembrando: segredos, formas não verbais, ações, atitudes, olhares, gestos, etc. Tudo é comunicação e tudo afeta no comportamento)
- Segundo axioma: “toda comunicação contém um aspecto de conteúdo e um aspecto de relação tais que o segundo classifica o primeiro e é, portanto, uma metacomunicação.” – relação entre duas pessoas se desenvolve em dois aspectos: o racional (argumentação objetiva) e o relacional (emoções, relação humana entre os interlocutores).
Obs: segundo Bateson, há duas operações na comunicação. O Relato (transmite os dados da comunicação) e a Ordem (diz como essa comunicação deve ser entendida)
- Terceiro axioma: “A natureza de uma relação está dependente da pontuação das sequências comunicacionais entre os comunicantes” - Tanto o emissor como o receptor da comunicação estruturam essa comunicação de forma diferente, e dessa forma interpretam o seu próprio comportamento durante a comunicação dependendo da reação do outro. Ou seja, a relação é fruto da comunicação e de como ela é levada pelos dois polos. O que um faz depende do que o outro permite.
- Quarto Axioma: Os seres humanos comunicam digital (a elaboração lingüística e verbal da comunicação) e analogicamente (comunicação não verbal, gestos, ritmo, entonação, expressão facial, ritmo da respiração, sudorese…manifestações do consciente e inconsciente).Importante: é aqui que mora o Duplo-vínculo e seu poder que pode desencadear psicopatologias.
- Quinto axioma: “Todas as permutas comunicacionais ou são simétricas ou complementares, segundo se baseiem na igualdade ou na diferença”. Podem ser saudáveis e construtivos. Podem ser deletérios e destrutivos. Numa comunicação saudável as pessoas variam nessas posições.
Só para dar um nó mental, foi também lançada a concepção da “metacomunicação”. Trata-se de quando se deixa de utilizar a comunicação para comunicar e se utiliza para comunicar algo sobre a comunicação utilizando concepções que não são parte da comunicação e sim referem-se à ela. Show de frase! Em outras palavras metacomunicar é falar sobre a comunicação, e por é falar sobre a relação.
2.4 A Cibernética
O termo “cibernética” vem do Grego “Kybernetes” e significa timoneiro. Sua origem faz referencia a arte de governar um barco. Os conceitos característicos provenientes da Cibernética que se aplicam na terapia familiar são: retroalimentação ou feedback, Homeostase e morfogêneses .
- Retroalimentação ou feedback: refere-se ao efeito que produz a ação de um membro da família sobre outro, convertendo em informação que este ultimo vai usar para determinar qual é a seguinte ação que deve ser realizada por sua parte.
- Feedback negativo: regula o sistema corrigindo possíveis desvios das pautas habituais, mantendo assim o modo de funcionar habitual.
- Feedback positivo: mecanismo que favorece a mudança, um desequilíbrio no sistema para conquistar um novo equilíbrio futuro.
- Homeostase – estado constante que o sistema mantém através do mecanismo de feedback negativo,
- Morfogêneses – Rompe-se o equilíbrio do sistema através do feedback positivo provocando mudanças.
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