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AS RECOMENDAÇÕES NECESSÁRIAS PARA MINIMIZAR AS DIFICULDADES ENFRENTADAS POR ACOMETIDOS DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES INERENTES À DIREÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES.

Por:   •  18/12/2018  •  2.722 Palavras (11 Páginas)  •  451 Visualizações

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Neste sentido, dentre a gama variada de condições que podem gerar problemas de direção nos condutores de veículos automotores, pode-se ressaltar o processo das doenças cardiovasculares. A atenção que tem sido dedicada a esses pacientes está intimamente atrelada ao fenômeno de que incapacidades súbitas ou mesmo fatais podem comprometer a margem de segurança imprescindível para evitar acidentes de trânsito.

Assim, o problema que precisa ser respondido pela pesquisa é se: Existem medidas de trânsito que possam evitar acidentes em decorrência de problemas com portadores de doenças cardiovasculares na direção veicular?

O tema é relevante para todos os que se inserem no panorama do trânsito, conduzindo a uma justificativa coerente respeitante à constituição desta pesquisa, já que esta se traduzirá em aprimoramento da percepção social, acadêmica e profissional.

Como objetivo geral, se busca apresentar um estudo descritivo demonstrando a importância que assume a tomada de medidas prevemtivas que orientem os acometidos de doenças cardiovasculares na direção veicular.

Mais especificamente pretende contextualizar: - as principais características das doenças cardiovasculares; - e as recomendações dadas para a condizente direção veicular por acometidos de doenças cardiovasculares.

A pesquisa é qualitativa (bibliográfica), pois, permite a coleta de informação a partir de fontes já elaboradas (referências) examinando cada caso separadamente e constituindo um quadro teórico (método indutivo). O universo descrito abarca a doença cardiovascular e a direção veicular .

.2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS DOENÇAS CARDIO VASCULARES E A DIREÇÂO VEICULAR: O CASO DOS PORTADORES DE DCEI E CDI

As doenças cardiovasculares (cardio = coração; vasculares = vasos sanguíneos) afetam o sistema circulatório, ou seja, o coração e os vasos sanguíneos (artérias, veias e vasos capilares).

Existe uma diversidade bastante grande de doenças cardiovasculares (DCV), tendo como as mais recorrentes, a doença das artérias coronárias (artérias do coração) e a doença das artérias do cérebro.

Em sua grande maioria são geradas por aterosclerose, ou seja, pela sedimentação de placas de gordura e cálcio no interior das artérias que entravam a livre circulação sanguínea nos órgãos e que podem culminar na obstrução total da mesma.

O evento da aterosclerose no interior das artérias coronárias pode provocar sintomas e doenças como a angina de peito, ou produzir um enfarte do miocárdio. Caso o seu desenvolvimento se processe nas artérias do cérebro, pode ocasionar sintomas como, por exemplo, alterações de memória, tonturas ou engendrar um acidente vascular cerebral (AVC).

De acordo com estudos médicos as doenças cardiovasculares “englobam todas as doenças do coração e dos vasos sanguíneos” (WIDTH, 2009). Neste âmbito, as doenças cardiovasculares que mais se evidenciam são: a doença arterial coronariana (DAC), e o acidente vascular encefálico (AVE).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares tem uma alta incidência no mundo todo, e é uma das maiores causas de mortes.

Conceitualmente Gonçalves (2006, p.252) reporta que

É uma doença multifatorial, onde seus fatores de risco englobam tabagismo, obesidade, dislipidemias, diabetes, e várias outras. E pesquisas demonstram que o risco pode ser diminuído quando os níveis séricos de colesterol são controlados, através de uma dieta adequada, que contenha os nutrientes adequados, e também quando necessário do uso de fármacos.

Neste sentido, quase metade de indivíduos que apresentam a primeira manifestação de um episódio coronariano agudo são acometidos em função da doença arterial coronariana (LIEBSON, 2000, p. 23).

Quando a questão concerne ao trânsito, existe uma gama diversificada de circunstâncias que podem acometer condutores de veículos automotores dentre as quais, se pode evidenciar as das doenças cardiovasculares.

Isso porque, incapacidades imprevistas ou ainda que acarretem o óbito podem afetar a margem de segurança imprescindível quando é inerente a obstar acidentes de trânsito, portanto esses tipos de pacientes devem ser observados de maneira específica.

Nesse cenário, as conjunturas que se delineiam sem indícios premonitórios ou com sinais inesperados e extremamente debilitantes podem apor em perigo a vida do condutor, demais passageiros do veículo, pedestres e usuários das vias.

Dentre estes pacientes de risco podem ser evidenciados os portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis – DCEI, (ressincronizadores, marca-passos, e cardiodesfibriladores), os quais podem ser considerados em perigo constante tanto pela resultante da cardiopatia de base que acarretou a utilização obrigatória de um dispositivo eletrônico permanente, assim como pela presença pertinente destes dispositivos, que podem, em algumas ocasiões, sofrer interposições eletromagnéticas, evidenciarem mau funcionamento ou, mesmo, fornecer terapêuticas condizentes, porém que geram eventos de risco aperiódico, tais quais os disparos de choque dos Cardiodesfibriladores Implantáveis (CDI).

Deve ser ressaltado que, portadores de CDI correm perigo de inaptidão repentina, fator acarretador de causador de prejuízo a outrem enquanto permanecerem na condição de condutor veicular.

Sobre este panorama segundo ensinamento de Fenelon (212, p.1):

Os direitos do paciente com CDI competem com os direitos da sociedade para legislar quanto ao nível de risco que considera aceitável para a condução de um automóvel por portadores desse dispositivo. Qualquer política deve ser justa com as pessoas, reconhecendo que as restrições podem limitar a liberdade pessoal, a segurança no trabalho e a sensação de bem-estar. Alguma flexibilidade deve ser permitida, mas os riscos associados à recorrência da arritmia devem ser colocados continuamente no contexto das necessidades de formação profissional, pessoal e social, e, portanto, tais riscos não podem ser jamais negligenciados. Deve ser reconhecida, no entanto, que a meta de 1 % de risco zero é inatingível e que a sociedade já aceitou um certo nível de risco ao permitir que outros grupos de pacientes, candidatos à condução de veículos automotores, como os jovens e idosos, e as pessoas com deficiência – desde que em veículos convenientemente

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