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APRENDIZAGEM MOTORA E O ENSINO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA

Por:   •  25/10/2018  •  2.240 Palavras (9 Páginas)  •  475 Visualizações

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Segundo Tesche e Fiorin (2002), meados do séc. XIX havia grupos de ginástica alemãs na região sul e sudeste. Grupos esses que constituíram associações, com o passar dos séculos. Teve a aparição da primeira federação de ginástica, em 1942. Logo, se organizou o primeiro campeonato, tendo a participação apenas masculina, pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). Após um ano, em 1952, ocorreu o II Campeonato Brasileiro de Ginástica, agora com a participação das mulheres.

De acordo com Leguet (1987) e Nunomura (2008), apud Denardi e Corrêa (2016), a prática da ginástica artística necessita a coordenação dos movimentos, exigindo do indivíduo muita agilidade, força e potência, seguidas das habilidades de equilíbrio, flexibilidade, deslocamentos em bipedia, passagens pelo solo ou trave, rolamentos, volteios, saltos, aterrissagens, giros sobre os eixos transversal, anteroposterior e longitudinal, balanceios em apoios e em suspensão, passagens por apoio invertido e por suspensão invertida. Podendo ter variações de movimentos em algumas dessas habilidades de maneira estendida, grupada, carpada e selada. Para as mulheres é incluída a dança através da música, onde envolve muita harmonia e beleza dos movimentos. A execução de todas essas habilidades depende dos elementos que foram trabalhados anteriormente e que aumentam sua complexidade progressivamente de acordo com que cada praticante domine suas habilidades.

Certamente, todas essas contribuições atribuídas à GA dependem de outros fatores, como o nível em que a prática se manifesta: as características do treinamento serão (ou ao menos se espera que sejam) bem distintas das aulas de iniciação. Outra consideração é a postura de quem orienta a atividade, seja técnico ou professor. Dependendo do direcionamento da prática, certos aspectos podem ser mais ou menos enfatizados (TSUKAMTO E NUNOMURA; 2005).

O ensino das habilidades motoras da ginástica artística parte de uma série de combinações simples de movimentos para uma combinação complexa. As movimentações mais simples começam com uma série no solo, sendo a primeira etapa o ensino dos tipos de posturas. Em seguida são ensinadas as habilidades que necessitam do controle de estabilidade. A próxima etapa é trabalhada os rolamentos e saltos, a fim de aperfeiçoar o controle do deslocamento paralelo à estabilização. E por último, são ensinadas as habilidades mais complexas em nível de dificuldade competitiva, com acrobacias em rotação em variados eixos, onde será exigido um domínio cognitivo motor e proprioceptivo muito elevado, podendo ter a utilização de aparelhos como a barra fixa, trave de equilíbrio, argolas, cavalo com alças, paralelas simétricas e salto sobre a mesa (DENARDI E CORRÊA, 2016).

A coordenação motora representa um dos meios utilizados pelos indivíduos para solucionar problemas, estando diretamente relacionada ao repertório motor dos indivíduos em sua quantidade e qualidade (DANTAS e MANOEL, 2009; GRECO e BENDA, 1998; PELLEGRINI, 2000; VALDÍVIA et al., 2008). A coordenação motora representa a interação harmoniosa e econômica dos sistemas (muscular, nervoso e sensorial) com objetivo de produzir ações motoras por meio da ativação de todo corpo ou de algumas de suas partes. Contudo, a organização dessa estrutura deve se relacionar diretamente à meta ambiental (TURVEY, 1990).

Os praticantes de ginástica artística são estimulados a desenvolver habilidades baseadas na flexibilidade, força, velocidade, resistência muscular, equilíbrio, conscientização corporal e capacidade de reação sendo a coordenação motora um meio para o alcance desses objetivos. É exigido o máximo de perfeição na execução técnica dos elementos, para que a técnica consista num sistema especifico de ações e sequencias de movimentos. Cujo aprimoramento em relação ao tempo, espaço e situação indica a solução de tarefa na ação motora especifica do esporte.

Atualmente, no Brasil a GA parece estar atraindo á atenção da mídia, por participação em competições internacionais dos ginastas brasileiros (NORMILE, 2007; TURNER, 2007). Porém, terá que ser levado em consideração à questão de quê o desporto já vem se destacando á certo tempo, tendo uma visão desde as olimpíadas, uma vez que, as olimpíadas é um grande evento, logo se tem os holofotes voltados para ela e todos os esportes que nela estão inseridos.

Observando diversos artigos sobre o tema em questão, pude notar que é gritante a questão do desenvolvimento precoce na GA. No entanto, dentro de tantos conflitos de interesses e opiniões, alguns autores entram em "consenso". Chegando a conclusão de quê para o alto rendimento é interessante que a criança tenha entre 5 ou 6 anos, pois o tempo de preparação para ela chegar em alto nível requer treino o quanto antes. Na Ginástica artística é de fundamental importância a técnica em seus movimentos, por isso que á mesma é associada a repetição intensiva dos gestos/movimentos e séries até atingir certa consistência na execução (TRICOLI, SERRÃO, 2005). Segundo Alves (1994) essa modalidade apresenta uma vasta quantidade de movimentos, extremamente motivam-te pelo desafio que proporcionam á necessidade da criança. Tendo um caráter múltiplo, por ter grande variedade e um elevado grau de complexidade, exigindo assim uma gama de capacidades e práticas físicas, motoras e psíquicas expressivas.

Para a prática da ginástica artística é necessário aperfeiçoar as capacidades requisitadas, sendo assim, a melhora ocorre mediante as sessões de treinos e durante longos anos de dedicação. Segundo Barbanti (1996) e Weineck (1999) as capacidades exigidas para a GA são diversas, sendo elas classificadas em dois tipos, condicionais e coordenativas.

As condicionais são aquelas essenciais na eficiência do metabolismo energético, são as capacidades condicionais de resistência, resistência-força, velocidade e flexibilidade; e as capacidades coordenativas que dependem de conduções nervosas e da condição em organizar e regular o movimento, como a diferenciação sensorial, a observação, a representação, a antecipação, o ritmo, a coordenação motora, o controle motor, a reação motora e a expressão motora.

Nas coordenativas, a coordenação motora, o equilíbrio, o ritmo, a reação e a combinação de movimentos representam o conjunto das capacidades coordenativas. Essas são essenciais, pois a GA conjuga inversões, rotações, posições estáticas e vôo, executados isoladamente ou combinados. E o desafio é coordenar as diferentes ações da GA nessa diversidade de situações que o corpo pode assumir, o que torna as capacidades

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