TEORIA POLÍTICA CONTEMPORÂNEA
Por: YdecRupolo • 27/6/2018 • 22.729 Palavras (91 Páginas) • 344 Visualizações
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As seis regiões e suas respectivas cidades-alvo estão listadas abaixo:
Região
Número de Entrevistados por Região
1. Paranoá, São Sebastião, Sobradinho e Planaltina
133
2. Ceilândia Norte e Sul
151
3. Gama, Santa Maria, Brazlândia, Samambaia e Recanto das Emas
178
4. Taguatinga Norte, Taguatinga Sul e Guará
162
5. Núcleo Bandeirante, Candangolândia e Riacho Fundo
33
6. Plano Piloto, Lago Sul, Lago Norte, Cruzeiro, SMU, e etc.
162
Total
819
Depois de recolhidos os questionários, os dados foram inseridos no programa Excel, onde foram construídos gráficos para a melhor visualização dos resultados, que foram analisados e a seguir, comparados com teorias políticas que possuem caráter explicativo, cada uma com sua interpretação da realidade.
- Desenvolvimento
- Teorias Políticas
Antes de serem expostos os resultados da pesquisa realizada faz-se necessário uma explanação de diferentes teorias que buscam explicar a realidade política, cada qual com seus conceitos e abordagens, para que posteriormente possam ser feitas correlações destas com os dados obtidos. Para tanto, analisaremos abordagens do elitismo, pluralismo, neomarxismo e neo-liberalismo, sem deixar de citar autores representantes dessas correntes e incluindo suas visões a respeito de Poder, Estado, Política e Democracia.
O elitismo, ou teoria das elites, tem suas origens no final do século XIX e início do século XX em resposta às idéias socialistas que emergiram no período. Tal teoria surgiu, portanto, como uma resposta conservadora à crescente influência das idéias marxistas. De uma maneira geral, o elitismo defende a idéia de que em toda e qualquer sociedade, existe sempre e apenas uma única minoria de pessoas que monopoliza o poder político, em detrimento de uma maioria que é submissa a ela.
O italiano Gaetano Mosca pode ser considerado um dos grandes precursores desta corrente. Ele se remeteu a um esforço de transformar a Ciência Política em uma ciência exata, propondo leis as quais considerava passíveis de serem comprovadas. Certamente a tese de que toda sociedade é dividida em governantes e governados, sendo que a primeira é sempre uma minoria, não era recente. Mas Mosca, ao tomar essa tese como seu axioma básico, garantiu cientificidade e universalidade a ela.
Segundo ele, todos os organismos políticos, por mais distintos que fossem, apresentariam dentro de si duas classes de pessoas. Uma delas seria uma minoria, a qual exerceria todas as funções políticas, monopolizaria o poder e gozaria de suas vantagens. Tal minoria receberia o nome de classe dirigente ou classe política. A outra classe seria composta por uma maioria, dirigida e controlada pela minoria. Mosca fala, portanto, em uma submissão de uma classe mais numerosa por uma menos numerosa, o que nada menos seria do que uma constante universal. De acordo com Mosca, devemos enxergar a realidade como ela é.
Mosca, portanto, esvazia o conceito marxista de classe para lhe atribuir um conteúdo político. De acordo com ele as pessoas são diferentes e exercem diferentes funções dentro da sociedade. A sua unidade de análise, portanto, é o indivíduo, e não classes sociais.
O autor ressalta que a função do conceito de classe política está no fato de que a estrutura variável dessa classe dirigente, ou classe política, teria importância preponderante na determinação do tipo político e também do estágio da civilização. A divisão aristotélica da classificação das formas de governo em monarquias, aristocracias e democracias seria superficial e não abarcaria a realidade como ela realmente é. Segundo ele, dentro de um organismo político coexistem princípios democráticos, aristocráticos e monárquicos.
Mosca não se restringiu em afirmar que toda classe dirigente, ou seja, que toda classe política é composta por uma minoria, a qual exerce o poder e desfruta de suas vantagens, mas buscou também dar uma explicação ao fenômeno, enfatizando a idéia de que o que garante a força dessa classe é a sua organização. A organização da classe dominante compreenderia tanto as relações de interesse que tornam essa classe um grupo homogêneo, coeso e estruturado contra uma maioria desorganizada e desarticulada, como o aparelho estatal que serve como meio pelo qual a classe política exerce seu poder.
Mosca também trata da legitimação de tal classe política. Além de ser organizada, a minoria se distinguiria das massas devido à posse de valores ou atributos, reais ou aparentes, os quais lhe atribuiriam superioridade material, intelectual e até mesmo moral. O exercício do poder seria, portanto, justificado em nome de princípios morais e universais. A fonte de poder estaria, portanto, na própria elite. Tais atributos valorizados, segundo Mosca, mudariam historicamente de acordo com a transformação material da sociedade.
O autor partiu então para uma análise histórico-evolutiva, ressaltando as diferentes origens do poder da classe política. Enquanto nas sociedades primitivas o atributo valorizado era o militar, com o passar do tempo passou a ser a riqueza. A partir de então, esta se tornaria indispensável para a conquista de uma série de atributos buscados pela minoria organizada, como o conhecimento científico e o conhecimento da prática de governar.
Quanto à hereditariedade, Mosca afirma que todas as classes dirigentes tendem a se tornar hereditárias por inércia. Valor militar e riqueza seriam facilmente transmitidos, o que tornaria mais comum a cristalização das elites no poder, ou seja, a manutenção do status quo. O mais comum, portanto, seria a permanência de elites no poder.
A teoria das elites apresentada por Mosca, porém, estaria longe de ser estática. Segundo ele, caso o princípio da hereditariedade fosse único e exclusivo a história da humanidade seria bem mais simples do que ela é. O autor afirma que quando um novo valor
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