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O ENSINO DO DIREITO E A CIDADANIA O NOVO PERFIL PROFISSIONAL

Por:   •  4/1/2018  •  2.074 Palavras (9 Páginas)  •  475 Visualizações

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uma coisa, que é preciso fazer bem feito caso contrario não terá sucesso profissional. Posso ser o melhor decorador; entendedor de leis, mas em algum momento se não tiver sensibilidade de compreender pessoas ou situações, irei me esbarrar em problemas. Como tentar ser um jurista de sucesso, sem promessas falsas, sem milagres, unindo a técnica (dogmática), mas não abandonando a ideia que tenho que é saber lidar com pessoas e não só com leis. Vara nos diz que é preciso quebrarmos um pouco esses paradigmas para inovarmos.

Pelo fato do saber acadêmico tradicional ser dogmático, e esse, é o ponto central da problematica em si. O ensino do Direito propõe que os operadores do Direito devam afastar-se do positivismo, ter uma visão ampla, olistica, desfragmentando o saber. O ensino jurídico precisa ser pensado e organizado levando-se em conta as transformações da sociedade, bem como prospectando o futuro das profissões jurídicas.

Para tanto, busca-se nas ideias de Edgar Morin e da consultora Milena Moratti Aguilar uma reflexão sobre qual caminho o ensino do direito poderá percorrer, e assim construir um profissional mais humano, com uma visão ampla, que compreende melhor o mundo.

O sociólogo Edgar Morin, considerado um dos principais pensadores contemporâneos e um dos principais teóricos da complexidade, trabalha com a ideia de sete saberes necessários à educação do futuro. No qual, um desses saberes “Conhecimento Pertinente” ou “Fragmentação do Saber”, nos diz que este é o conhecimento que mutila o seu próprio objeto de estudo. Nosso saber atual está fragmentado em disciplinas e não compreender a leitura de um todo. As ciências e os saberes estão intrinsicamente unidos, sem divisões e fragmentações dos saberes. O conhecimento para ser verdadeiro precisa estar inserido no seu contexto. O ensino por disciplina e fragmentado em matérias impede a capacidade que deve ser estimulada e desenvolvida pelo ensino.

Essa fragmentação das disciplinas faz com que o jovem seja colocado diante de vários conteúdos. Estudamos história, geografia, ciências, etc, só que de forma fragmentada. Nós não conseguimos nunca unir todo esse conhecimento em torno de uma complexidade. Seria a compreensão do ser humano. Para compreender o ser humano, preciso unir tudo aquilo que aprendemos na escola e usar todos aqueles conhecimentos para montar uma esfera recheada de conteúdos. Uma essência que vai nos levar a compreensão do ser humano, da condição humana de forma desfragmentada.

Se a geografia continuar a ser apenas geografia, a história apenas história, as ciências apenas ciências, nós não conseguimos unir os elementos e entender o todo. Então essa desfragmentação tem que partir da escola.

A partir do momento em que nós trabalharmos de forma mais contextualizada, mais reflexiva, mais interdisciplinar, integralizando o conhecimento, com isso, talvez o aluno tenha uma maior fácilidade para compreender de fato o ser humano. Assim, a literatura, a poesia, a arte, a filosofia e a sociologia, são fundamentais para nós compreendermos os processos históricos, a capacidade humana, as interações, as emoções, as diferenças entre os seres humanos, as diferenças entre os povos, as questões culturais. Só assim a gente consegue compreender a complexidade humana. (CARVALHO, 2011).

O novo perfil profissional que se exige hoje na era contemporanea é aquele profissional multifuncional e mediador, que é aquele capaz de fazer outras atividades, que não só aquela desenvolvida de forma dogmática. Morin critica o especialista, onde esta mascarado na fragmentação do saber, se oferece um titulo de especialização naquela atividade, no entanto, é só um foco a mais e ele precisa se preparar com outros olhares, não só em uma ótica, precisa de um olhar mais aprofundado que vai além da especialização. Não quer dizer que não possamos nos especializar em uma área, mas que não abandonamos outros olhares, as conexões, interrelacionar outros saberes, que esse saber seja desfragmentado. Aquela ideia de não iliminar conhecimento e sim, acumular saberes.

Não é fácil guardar tudo, pois internalizamos aquilo que nos esta mais proximo, para tanto diz Morin, cabe muito ao profissional, ao professor da area juridica para que faça despertar esse interesse, temos de ensinar o professor a ensinar, o primeiro compromisso esta na forma em que o professor disperta esse interesse no aluno. O professor não vai ensinar necesáriamente, repassar, transmitir, não se utilizando mais esse tipo de termologia no ensino comtemporaneo, o professor vai compatilhar, repartir, reforçar e assim despertar.

A consultora em Gestão Estratégica para Serviços Jurídicos, Milena Moratti Aguilar, expõe sobre o novo perfil do profissional juridico, onde orienta que “a figura profissional requerida hoje, tanto por empresas quanto por pessoas físicas, é de um advogado orientador, conselheiro, mediador, negociador e condutor de negócios, em diversos segmentos e graus de atuação.” (AGUIAR, 2014, p.1).

Nesse novo contexto de profissional, busca-se do advogado o desenvolvimento de habilidades que se distinguem dos atualmente usados nos tribunais. Sabemos que uma das formas de aliviar os tribunais é a busca do processo de mediação, no qual as partes, com o auxílio do profissional do direito, constroem a solução para a questão conflitante. Neste aspecto é fundamental a presença de um mediador com conhecimento sistêmico interdisciplinar e com técnicas específicas para administrar os dissabores, as emoções dos envolvidos, e buscar demonstrar, de forma respeitosa, que o conflito pode ser um fator de crescimento e aprendizagem para as partes.

Segundo Aguiar, é necessário um maior aperfeiçoamento na área, com profissionais que tenham maior abertura à visão sistêmica do negócio, englobando diversos domínios, como o administrativo, financeiro e tecnológico e de recursos humanos, pois cabe também ao líder jurídico a gestão de pessoas, técnicas e habilidades financeiras, planejamento, orçamentário, redução de custos, alta performance, comunicação integrada, ou seja, requer-se a figura de um advogado empreendedor. (AGUIAR, 2014, p.1).

O profissional do direito deve ampliar a sua visão para o conhecimento detalhado do negócio, do mercado correspondente, do modelo econômico e da atividade tecnológica necessária. A atuação jurídica requer cada vez mais métodos estratégicos de prevenção e, para isso, deve estar integrada ao objetivo do negócio e com todos os demais processos internos corporativos, cabendo ao profissional assumir uma função executiva e de gestão do negócio, e não apenas como um solucionador de conflitos e litígios.

De acordo com Aguiar, “a formação acadêmica

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