A RELAÇÃO ENTRE A INFLAÇÃO E O DESEMPREGO
Por: Carolina234 • 29/8/2018 • 3.105 Palavras (13 Páginas) • 433 Visualizações
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Para que fosse possível o estudo da série temporal foi necessária a utilização do programa Gretl na versão 1.10.1. Primeiramente importamos os dados do site do Banco Central, padronizamos a tabela e então exportamos para o programa. Logo após verificou-se se a série temporal era ou não estacionaria; para fazer esta verificação com a ajuda do professor aplicou-se o teste de Autorregressão Vetorial (VAR).
2. Inflação e Desemprego
A inflação ocorre quando há o aumento dos níveis de preços de forma acelerada, e está normalmente relacionada com a oferta de moeda. Friedman (apud MISHKIN, 2000) relata que “a inflação é sempre e em qualquer lugar um fenômeno monetário”, ou seja, o crescimento da oferta de moeda é a principal causa da elevação dos preços dos produtos e serviços. O acelerado crescimento da taxa de inflação de um país sempre estará relacionado ao descontrole da taxa de oferta de moeda (MISHKIN, 2000).
Para analisar os efeitos da inflação a literatura costuma distinguir a inflação de demanda da inflação de oferta. Na primeira, a causa é o exagero do consumo e na segunda, a causa é o excesso de oferta de produtos disponíveis para compra. Segundo Vasconcelos (2006) a inflação de demanda pode ser entendida como um excesso de oferta monetária relativo aos bens disponíveis para a compra. Quanto mais perto uma economia estiver do pleno emprego dos recursos maior será a probabilidade de inflação de demanda.
A inflação de custos, inflação relacionada com a oferta de bens e serviços disponíveis no mercado para compra, ocorre quando há excesso da oferta de produtos disponíveis para a compra no mercado. Segundo Vasconcelos (2006) a quantidade de produtos ofertados no mercado aumenta por causa dos preços. Os preços finais dos produtos estão relacionados ao valor dos insumos utilizados para a fabricação destes.
A natureza da inflação de oferta esta relacionada diretamente com os custos de produção. Conforme Vasconcelos (2006) se o custo de produção aumentar o custo do produto provavelmente aumentará, porém os aumentos salariais não significam que os custos do produto fabricado deverão aumentar. Se a produtividade aumentar em tamanha proporção aos custos efetivos com os salários, os custos por unidade do bem não são afetados. Neste sentido, não haveria necessidade de reajustar o valor de venda do produto. Os aumentos salariais podem ser causadores da inflação apenas quando são reajustados acima do índice de aumento da produtividade.
Além dos fatores de demanda e oferta, no Brasil o processo inflacionário também esta relacionado com a inflação inercial, inflação de expectativas e a corrente estruturalista. De acordo com visão inercialista (aput VASCONCELOS, 2006), os preços correntes são reajustados através dos mecanismos de indexação formal (contratos, salários) e informal (reajustes de preço no comercio, tarifas publicas) e causam a preservação das taxas de inflação estabelecidas anteriormente. Para combater este fator e eliminar a memoria inflacionária, em 1986 no Brasil as autoridades adotaram o congelamento de preços e salários, desindexando a economia.
Os empresários buscando proteger sua lucratividade, devido expectativas de inflação futura e mudanças de governos, tendem a aumentar os preços dos produtos, ocasionando assim, a inflação de expectativas. Conforme Vasconcelos (2006) a inflação de expectativas seria uma alternativa aos empresários para evitar que ocorram eventuais congelamentos de preços e salários.
A corrente estruturalista diferencia-se das outras explicações sobre a ocorrência da inflação. A corrente estruturalista relata que a inflação ocorre por causa da estrutura agrária, pelos oligopólios de mercado e pelo comercio internacional.
Vasconcelos (2006) relata que o aumento do preço dos alimentos ocorre porque a agricultura não possui mecanismos capazes de responder ao crescimento de demanda e não possui latifúndios preocupados com o crescimento econômico. Os grandes oligopólios conseguem repassar os aumentos dos custos para os preços e manter suas margens de lucros estáveis. Por fim, a inflação pode seria provocada para compensar o déficit crônico da balança comercial de países subdesenvolvidos, que devido a exportação de produtos primários e importação dos produtos manufaturados provocam desvalorizações cambiais.
Pequenas oscilações na inflação não produzem efeitos graves na economia, porém elevadas oscilações no nível da inflação podem causar efeitos graves. Conforme Vasconcelos (2006) os movimentos Inflacionários são instáveis e não devem ser confundidos com o crescimento aleatório dos níveis de preços, a inflação pode ser definida como um aumento sucessivo e descontrolado no nível geral de preços.
As altas taxas de inflação podem provocar graves distorções econômicas. Segundo Vasconcelos (2006), o processo inflacionário pode gerar efeitos negativos no balanço de pagamentos quando as taxas de inflação forem maiores que o aumento dos preços internacionais.
A dificuldade de prever retornos, por causa das elevadas taxas de inflação, resulta em efeitos negativos nos investimentos, desestrutura o nível de emprego e a capacidade de produção futura dos agentes econômicos. Uma das distorções mais graves são as oscilações negativas no salário real que reduzem o poder aquisitivo dos assalariados. Quanto maior a taxa de inflação em um determinado país menor será a distribuição de renda (VASCONCELOS, 2006).
A curva de Phillips facilita a análise da oferta agregada x à demanda agregada, pois torna mais fácil a visualização da relação entre inflação e desemprego. Segundo Lopes e Vasconcelos (2000) a curva recebeu esse nome devidos aos estudos de A. W. Phillips, que foi o responsável por estabelecer uma relação antagônica sobre as taxas de inflação e o desemprego de forma empírica.
A curva de Phillips é clássica é deduzida com base na oferta agregada, onde os níveis de preços oscilam ao período anterior, derivando das diferenças entre a taxa de desemprego efetiva e a taxa de desemprego natural.
[pic 2]
Deduzindo a curva de Phillips, podemos rearranjar para uma equação final:
[pic 3]
O lado esquerdo da equação é definição de taxa de inflação, descrita como :[pic 4]
[pic 5]
Onde é a taxa de inflação, é a elasticidade da inflação
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