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Escolas da Teoria Contábil

Por:   •  20/2/2018  •  10.139 Palavras (41 Páginas)  •  502 Visualizações

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Cerboni concebeu a Contabilidade envolvendo tudo o que se referia à gestão, mas enfatizou que não se confundiam tais ciências. Para isso, fundamentou a teoria nos seguintes axiomas:

- Toda a administração consta de uma ou várias aziendas (negócios), e toda azienda tem um proprietário ou chefe a quem pertence em absoluto ou por representação a matéria administrável. Por outro lado, não se pode administrar sem que o proprietário ou chefe entre em relação com agentes (empregados) e correspondentes (terceiros).

- Uma coisa é possuir os direitos de propriedade e de soberania da azienda e outra coisa é administrá-la.

- Uma coisa é administrar a azienda e outra é aguardar os bens da mesma e ser responsável por eles.

- Nenhum débito é criado sem que de forma simultânea se crie um crédito e vice-versa.

- Em relação aos empregados e terceiros, o proprietário é de fato o credor do ativo e o devedor do passivo. Os empregados e terceiros nunca serão debitados ou creditados sem que o proprietário seja creditado ou debitado pela mesma importância.

- O dever e o haver do proprietário somente variam como consequências de ganhos ou perdas ou de reduções ou reforços da dotação inicial da azienda.

D’Auria, ao afirmar que Cerboni criou os sistemas de funções, explica e sintetiza as funções da ciência da contabilidade como funções iniciais, executivas e conclusivas.

- Funções Iniciais: - Constituição da Sociedade

- Inventário

- Orçamento

- Funções Executivas: - Apuração

- Recebimento

- Destino

- Compromisso

- Liquidação

- Pagamento

- Função Conclusiva: - Prestação de Contas

- Revisão e Fiscalização

- Sanção

Cerboni, com seus argumentos, foi quem afirmou com maior precisão, o que vem a ser contabilidade. “Esta Ciência não é ramo da matemática aplicada como muitos autores pretendem. Não cogita ela somente da escrituração dos fatos administrativos, como é geral o modo de pensar dos profissionais da velha escola e de alguns escritores” (CERBONI, apud SÁ, 1997, p. 80). Como pode se perceber, a Contabilidade é Ciência muito vasta, pelos meios de que dispõe, e mais vasta ainda pelo seu imenso campo de aplicação.

Outro teórico e figura importante do Personalismo foi Giovanni Rossi (1845-1921). Masi (apud SÁ, 1997, p. 75), afirma que “o mais autorizado intérprete do pensamento cerboniano, o mais insigne e eficaz implantador da logismografia[1], o mais profundo logismógrafo do século passado e certamente o mais profundo pensador do personalismo foi Giovanni Rossi”. Rossi defendeu a abertura de contas para todas as classes de pessoas e para toda classe de direitos e deveres e para isso seria preciso três elementos para abrir uma conta:

- Uma pessoa capaz de direitos e obrigações.

- Um direito ou uma obrigação.

- E um objeto relacionado ao direito ou obrigação.

No personalismo, a entidade deve ser totalmente confiada ao administrador, pois ele é responsável pelo ativo e passivo, inclusive pelas contas do proprietário. Também está fundamentado no processo de inter-relacionamento entre Economia, Administração e Contabilidade. O personalismo começa a se expandir na metade do séc. XX que foi um período muito conturbado, pois foi logo após a crise da bolsa de 1929.

Com raro senso de medida científica, Rossi identifica as relações que entende como básicas na produção dos fenômenos que são objetos de estudo da teoria da contabilidade.

- Os bens patrimoniais que se encontram à disposição.

- Os fins que se propõe a entidade.

- As necessidades.

- As influências ou condições em meio à sociedade.

- As relações com terceiros.

- Os meios ou os modos com os quais se procede no curso da vida.

Enfim, os personalistas defendiam o estudo dos aspectos de direito e das obrigações que envolviam os donos da riqueza e tudo o que com esta se relacionasse. Esta corrente do pensamento contábil adotou como teoria fundamental da contabilidade a personificação das contas, o patrimônio como um conjunto de direitos e obrigações e as relações dos fatos contábeis sob o prisma de direito e obrigações. O personalismo teve como grande opositor a escola controlista de Fábio Besta.

2.3 Teoria do Controle

Assim como os personalistas fizeram oposição aos personalistas, também os controlistas fazem oposição aos personalistas.

A teoria do controle foi uma doutrina da contabilidade que teve a sua origem na 2ª metade do século XIX, na escola de Veneza e defende como objeto da Contabilidade o controle da riqueza administrada. Seu criador foi Fábio Besta, contador e professor, nascido em 1845, na Itália e falecido em 1922. Besta aparece em 1880, com seu discurso de inauguração do ano acadêmico em Veneza, criando novas formas de observar o objeto de estudos da contabilidade. A obra mestra de Fabio Besta é a Lagioneria (Entidade Contábil), publicada em 3 volumes. Nela, Besta (1845- 1922), afirma que:

A riqueza pertinente a uma azienda (um negócio) forma a substância ou patrimônio àquele legado e toda azienda possui substância, seja pequena, seja grande. O direito de possuir alguma coisa por si só nada vale. O legítimo proprietário conserva todos os direitos sobre as coisas, ainda quando lhe são roubadas; se não tem possibilidade de recuperá-las, aquelas coisas para ele de nada valem. O valor de uma coisa se refere à disponibilidade e ao seu livre uso, em suma a sua posse e esta jamais será plena se não lhe é assegurado isto no presente e no futuro, sem limite de tempo, ou seja, enquanto durar.

Classifica os controles, assim como atualmente o faz a auditoria, em antecedentes, concomitantes e subsequentes. Afirma que tudo deve ser registrado

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