Teorias administrativas
Por: Juliana2017 • 26/1/2018 • 5.972 Palavras (24 Páginas) • 410 Visualizações
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o processo produtivo, avaliou-se a complexidade do sistema, a tecnologia e a perecibilidade dos produtos.
“Segundo Major (2009, apud SCARPIN et al, 2013 ), a literatura que relaciona tecnologia a SCG é a que conta com maior desenvolvimento na investigação baseada em contingência, em que tecnologias padronizadas e automatizadas são mais bem apoiadas por meio de SCGs tradicionais e formais e a incerteza nas atividades tende a reduzir a confiança dos gestores nos SCGs (Merchant, 1984; Macintosh & Daft, 1987)”.
Portanto, a P5 não é comprovada.
P5 - No período que antecedeu a modificação do sistema de custeio, os gestores da empresa perceberam movimentação na estrutura (modificação na posição continuum entre mecanicista e orgânica).
De acordo com os relatos, a estrutura organizacional não sofreutransformações nesse aspecto, mesmo com o crescimento da receita, logo a P5 também não é evidente.
P6 - Novos fatores contingenciais externos geraram inadequação e consequente perda de desempenho da empresa; em resposta, ela reorganizou-se, e a modificação no sistema de custeio ocorreu como forma de adequação contingencial.
No caso da organização analisada, o novo sistema de custeio foi implementado por ocorrência de fatores externos impactantes no desempenho, o que exigiu realinhamento das estratégias, de forma a garantir a rentabilidade. Além disso, as informações fornecidas pelo sistema anterior não eram mais capazes de atender às necessidades, o que resultou na sua substituição. Percebeu-se que os fatores contingenciais foram os causadores na modificação do sistema de custeio na empresa, o que torna a P6 verdadeira.
Os fatores contingenciais causadores da modificação do sistema de custeio na indústria foram: concorrência, tecnologia, ambiente, mercado, sistema gerencial, produto e regulamentação do mercado.
Segundo CHIAVENATO (2004), as empresas bem sucedidas são aquelas que conseguem adaptar-se adequadamente às demandas ambientais. Logo, os aspectos das organizações dependem das características do ambiente que estão inseridas. Nesse sentido, o ambiente molda as organizações.
O termo contingência é definido como algo incerto ou eventual, que pode ocorrer ou não. Refere-se a algo que só pode ser provado a partir da evidência. (CHIAVENATO, 2004)
A Teoria da Contingência, na Administração, representa um passo a frente à Teoria dos Sistemas, pois é com aquela que ocorre a transferência da visão de dentro pra fora da organização. Ou seja, a ênfase é no ambiente, no contexto e nas demandas da dinâmica organizacional.
Essa teoria surgiu a partir de pesquisas feitas para comprovar se as organizações mais eficazes seguiam o modelo da Teoria Clássica. “Os resultados das pesquisas conduziram a uma nova percepção de organização: a estrutura da organização e o seu funcionamento são dependentes da interface com o ambiente externo” (CHIAVENATO, 2004).
A abordagem contingencial esclarece que há uma relação entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis ambientais são variáveis independentes, enquanto as técnicas administrativas são variáveis dependentes dentro dessa relação. Segundo essa abordagem, não existe um ideal nas relações ou teorias administrativas, tudo é relativo.
O artigo lido e analisado em sala “Fatores contingenciais que contribuem para a decisão de modificação do sistema de custeio: estudo de caso em uma indústria moageira”, dos autores Márcia da Silva, Jorge Eduardo, Welington Rocha e Daniela Di Domenico teve como principal objetivo investigar quais eram os fatores contingenciais presentes na indústria de moagem de trigo localizada em Santa Catarina, Brasil, e como os mesmos influenciaram na decisão de modificar o sistema de custeio.
Os autores se basearam nos seguintes fatores contingenciais: incerteza ambiental, tamanho, estrutura organizacional, tecnologia e ambiente e levantaram seis pressupostos que direcionam o estudo de caso, e de acordo com o levantamento de dados fornecido pelo software, analisaram e interpretaram os resultados, validando ou não suas proposições. A pesquisa descritiva realizada coletou dados e relatos através de entrevistas, e havia o critério de seleção que a organização a ser estudada poderia ter modificado seu sistema de custeio há no máximo dois anos.
P1 - A modificação do sistema de custeio da empresa foi influenciada pela percepção dos gestores sobre a ocorrência de modificações no ambiente.
A hipótese era quando uma organização aumenta de tamanho, sua estrutura organizacional geralmente se torna mais complexa e pode ocorrer o aumento do número de funcionários, a maior formalização dos processos e o nível de controle de gestão estendido.
Uma característica existente nos relatos foi a procura por diversificação de produtos e clientes, com foco em melhoria da lucratividade. A partir das entrevistas, conclui-se que causas externas forçaram a empresa a mudar sua estratégia de comercialização e as informações fornecidas pelo sistema de custos não mais atendiam às novas contingências, o que valida a P1.
P2 - A modificação do sistema de custeio foi influenciada por alteração no porte da empresa.
Segundo Thomas (1991 apud SCARPIN et al, 2013), por meio de uma revisão da literatura, sugere que a incerteza ambiental e a estrutura organizacional influenciam o design de sistemas de gestão de contabilidade.
Com o auxílio do software Atlas.ti, constatou-se que houve aumento relevante no porte da empresa, tanto na capacidade de produção como no volume alcançado logo depois da ampliação. A P2 foi também validada.
P3 - No período que antecedeu a modificação do sistema de custeio, os gestores da empresa perceberam movimentação na estrutura (modificação na posição continuum entre mecanicista e orgânica).
A alteração na posição mecanicista em direção à orgânica influencia diretamente a estrutura. Na estrutura mecanicista predomina a verticalização da hierarquia, a autoridade é centralizada e existe um alto grau de especialização das tarefas, a estrutura é mais rígida e inflexível. Já estrutura orgânica é mais flexível e os fluxos de comunicação ocorrem em todas as direções, as equipes participam ativamente dos processos de gestão e o poder é descentralizado. Após a análise dos dados, foi identificado o deslocamento da organização em direção à estrutura orgânica, causado por variáveis como a redução
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