Teoria da burocracia na administração
Por: eduardamaia17 • 25/8/2017 • 2.103 Palavras (9 Páginas) • 797 Visualizações
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A legitimidade do poder racional e legal se baseia em normas legais racionalmente definidas.
Na dominação legal, a crença na justiça da lei é o sustentáculo da legitimação. O povo obedece às leis porque acredita que elas são decretadas por um procedimento escolhido elos governados para o governantes.
O aparato administrativo que corresponde à dominação legal é a burocracia. Tem seu fundamento nas leis e na ordem legal. A posição dos funcionários e suas relações com o governante, os governados e colegas burocratas são definidas por regras impessoais e escritas que delineiam de forma racional a hierarquia do aparato administrativo, os direitos e deveres inerentes a cada posição, métodos de recrutamento e seleção etc.
Weber concebeu a burocracia como tipo ideal de estrutura organizacional, sendo importante salientar que ele não desenvolveu seu modelo com a intenção de que fosse um modelo para uma organização, mas na verdade, muito mais, com o intuito de identificar características típicas de determinado tipo de organização, servindo, portanto, como instrumento analítico para comparações históricas de diferentes situações reais.
No modelo burocrático, enfatiza-se o profissionalismo e a especialização proveniente de pessoas competentes. Tal competência se dá através de um processo seletivo racional baseado em testes que certifiquem a sua competência real.
2.1 Características
Weber concebeu a teoria da Burocracia como algo que tornasse a organização mais eficiente, tornando-a mais racional e homogênea, reduzindo, assim, os atritos, as discriminações e as subjetividades internas. Houve preocupação em se padronizar a liderança, isto é, decisões semelhantes em situações parecidas e o alcance dos objetivos.
A Burocracia, em síntese, busca amenizar as consequências das influências externas à organização e harmonizar a especialização dos seus colaboradores e o controle das suas atividades de modo a se atingir os objetivos organizacionais através da competência e eficiência, sem considerações pessoais.
Weber definiu as características do modelo burocrático da seguinte maneira:
- A organização burocrática é regida por normas escritas que determinam atos e decisões administrativas. Essas regras estão além dos indivíduos que ocupam o cargo, permitindo dessa forma manter a continuidade do trabalho;
- A burocracia baseia sua divisão de trabalho de forma que estabelece o grau hierárquico de cada cargo, o poder e a responsabilidade, as atribuições e as condições necessárias;
- No sistema burocrático, o fator mérito individual é o mais importante critério de seleção, promoções e transferências de pessoas de um cargo a outro;
- Weber enfatiza a necessidade de separar o corpo administrativo da propriedade da administração;
- Os bens da organização burocrática devem estar livres de qualquer controle externo, não se permitindo monopolização de posições;
- A burocracia procura caracterizar a profissionalização de seu membros;
Weber, procura desvincular a empresa e os indivíduos ao mesmo tempo que exige a aceitação dos objetivos organizacionais, ou seja, procura vincular as identificações à posição e não a seu ocupante.
2.2 Vantagens do modelo burocrático
Dentre as vantagens elencadas pelos autores que estudam o modelo burocrático de Weber, destacam-se a previsibilidade do funcionamento, a univocidade de interpretação, a padronização de rotinas e procedimentos, a redução de conflitos, a subordinação natural aos mais antigos, a confiabilidade nas regras do negócio, a hierarquia formalizada, a precisão na definição de cargos e as operações.
Além disso, o trabalho é profissionalizado, evita o nepotismo e as condições de trabalho favorecem a moralidade econômica e dificultam a corrupção. Há equidade das normas burocráticas, sempre baseadas em padrões universais de justiça e tratamento igualitário. A burocracia tem a virtude de assegurar cooperação entre grande número de pessoas, sem que elas se sintam necessariamente cooperadas. As pessoas cumprem as regras porque os fins desejados pela organização são valorizadas e cada qual deve fazer sua própria parte para que o objetivo seja alcançado.
2.3 Críticas à teoria burocrática
Se para Weber a burocracia constitui a forma de organização eficiente por excelência, apresentando como principais vantagens a racionalidade, a precisão, a univocidade de interpretação, uniformidade de rotinas e procedimentos, constância e continuidade, entre outras, de outra parte, identifica consequências imprevistas ou disfunções que conduzem à ineficiência da organização burocrática. Tais anomalias de funcionamento da estrutura burocrática decorrem da interação do elemento humano com o modelo burocrático preestabelecido.
A burocracia é uma organização cujas consequências desejadas se resumem na previsibilidade do seu funcionamento no sentido de obter a maior eficiência da organização.
Na burocracia existem duas consequências previstas e imprevistas, que recebeu o nome de Disfunções da burocracia, ou seja, anomalias e imperfeições no funcionamento da burocracia, que foram listadas pelos mais diversos autores, quais sejam, a internacionalização das regras e exagero apego aos regulamentos, o excesso de formalismo, a resistência a mudanças, a despersonalização do relacionamento, a categorização como base de decisão e a exibição de sinais de autoridade no sentido de poder.
Kwasnicka (2004, p.38) critica o modelo de Weber no caso concreto, ao se referir que ele sofre os mesmos problemas que uma organização construída nos moldes dos princípios da teoria clássica, qual seja a impessoalidade e a racionalidade do modelo não permitem liderança competitiva, que para Kwasnicka é um problema, pois não permitiria a sobrevivência desse modelo num ambiente dinâmico. Com isso essa mecanização e a desatenção ao comportamento humano inibem a criatividade e a flexibilidade, tão necessárias na organização moderna.
Kats e Kahn salientam que a organização burocrática é superracionalizada e não leva em conta a natureza organizacional, bem como as condições circunjacentes do ambiente. As vantagens da burocracia têm sido exageradas. Para estes autores, o sistema burocrático consegue sobrevivência
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