QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: Pesquisa bibliográfica na Base Scielo no Período de 2010 a 2015.

Paulo Henrique de Castro

RESUMO: Este artigo tem como objetivo analisar as características da Qualidade de Vida no trabalho na Base Scielo no período do ano de 2010 a 2015.

PALAVRAS CHAVE: Qualidade de Vida no Trabalho, Satisfação, Funcionário, Salário.

1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais um dos assuntos mais citados se refere a qualidade. Em tudo que almejamos, seja na vida pessoal, no trabalho, nas tarefas diárias, nos produtos os quais adquirimos e nos atendimentos em geral a qualidade é a primeira exigência para uma total satisfação. Segundo Albuquerque & França (1998, p.43), “A qualidade deve ser gerenciada junto com a qualidade de vida”. Entretanto é evidente que há uma grande separação entre o discurso e a prática do que seria o bem estar das pessoas.

Quando o fator humano não é levando em consideração, o desempenho do funcionário, que é o cliente interno, fica comprometido com a satisfação dele; afetando às exigências do cliente final, o cliente externo. Com a insatisfação no trabalho algumas consequências são inevitáveis como o absenteísmo, diminuição da produtividade, reclamações tur-over e vários tipos de doenças como por exemplo o stress. Estas repercussões na saúde física e mental dos trabalhadores implicam na queda da rentabilidade empresarial (FERNANDES, 1996).

        Embora a Qualidade de Vida no Trabalho QVT tenha ganhado ênfase no início da década de 70, percebe-se relatos desde a antiguidade sobre esta tendência de cada vez maior de se ter uma boa QVT. Para que se tenha uma QVT satisfatória é necessário que haja um equilíbrio perfeito entre as expectativas do indivíduo e da organização a qual ele trabalha. Através deste equilíbrio, onde a interação entre a exigência e necessidades de ambas as partes, resultará num casamento perfeito atingindo assim uma QVT total.

A Qualidade de Viva no Trabalho (QVT) tem sido a preocupação do homem desde o início dos tempos, ou desde que o trabalho foi concebido como meio de sobrevivência. Observa que as empresas passaram por uma revolução na produtividade que gerou transformação na vida das pessoas. Isso estabeleceu um ritmo de vida considerado alucinante, com excesso de horas de trabalho e uma pressão excessiva para que todos sejam produtivos. O lado profissional passou, portanto a ser a face predominante dos ser humano, que viu a necessidade de se tornar um profissional excelente e, para tanto não poupa esforços em longas jornadas de trabalho (CONTE, 2003).

        Conforme Conte (2003), a importância da QVT reside no fato de que passamos mais de oito horas por dia no ambiente de trabalho, durante pelo menos 35 anos de nossas vidas. O autor cita ainda que QVT resulta em maior probabilidade de se obter qualidade de vida pessoal, social e familiar, embora se desempenhe papeis distintos nestas diferentes esferas.

O conceito de qualidade de vida no trabalho não se resume apenas aos bons salários ou benefícios oferecidos por algumas empresas. Também conhecida como QVT, ela se relaciona com a satisfação de uma pessoa em desenvolver sua carreira e vida pessoal através do ambiente profissional.

A escolha de uma profissão, a cultura de certo local, os valores, a infraestrutura familiar, as relações interpessoais são fatores relevantes para a Qualidade de Vida no Trabalho. O conceito Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) envolve tanto o aspecto físico e ambiental, como os aspectos psicológicos do local de trabalho.

 Sob esse ponto de vista, Fernandes (1996, p.37) afirma que “a melhor qualidade de vida dos trabalhadores é o alicerce para a implantação da gestão da Qualidade Total”. No entanto, há certa tendência das empresas em investirem nos aspectos técnicos orientados para a produção, esquecendo-se das pessoas que fazem parte desse processo produtivo. Não se pode falar em Qualidade Total se as pessoas que estão envolvidas nesse processo não têm Qualidade de Vida no Trabalho, fator que pode ser importante para o comprometimento de todos.

Diante deste contexto pergunta-se: Quais as características da Qualidade de Vida no Trabalho encontrada na Base Scielo no período de 2010 a 2015?

Uma Qualidade de Vida no Trabalho visa garantir maior eficácia e produtividade, e ao mesmo tempo o atendimento as necessidades básicas dos trabalhadores; isso não quer dizer que para se ter uma QVT não necessariamente é preciso a empresa investir em melhorias nas condições físicas das instalações, atendimento as reivindicações salariais, redução da jornada de trabalho e outras medidas do gênero.

A qualidade de vida tem como objetivo entrar no campo da motivação humana, buscando descobrir quais as necessidades do homem e o que aspira como realização de vida, por esse motivo o objetivo principal do artigo é analisar as características da QVT encontradas na Base Scielo no período de 2010 a a2015.

Para Fernandes (1996), pode-se entender QVT como um programa que visa a facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na organização, tendo como idéia básica o fato de que as pessoas são mais produtivas quanto mais estiverem satisfeitas e envolvidas com o próprio trabalho. A conquista da qualidade de vida em grande parte depende do indivíduo, por isso vamos descrever os principais problemas encontrados na base da pesquisa, evidenciar os problemas encontrados na pesquisa da Base Scielo sobre a QVT e identificar as possíveis ações para se ter uma melhor Qualidade de Vida no Trabalho.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA QVT

        Segundo RODRIGUES (1999), com outros títulos e em outros contextos, mas sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de suas tarefas, a qualidade de vida sempre foi objeto de preocupação da raça humana. Historicamente exemplificando, os ensinamentos de Euclides (300 A.C.) de Alexandria sobre os princípios da geometria serviram de inspiração para a melhoraria do método de trabalho dos agricultores à margem do Nilo, assim como a Lei das Alavancas, de Arquimedes, formulada em 287 A.C., veio a diminuir o esforço físico de muitos trabalhadores.

A origem do movimento de qualidade de vida no trabalho remonta a 1950, com o surgimento da abordagem sociotécnica; porém, somente na década de 1960, tomaram impulso as iniciativas de cientistas sociais, líderes sindicais, empresários e governantes, na busca de melhores formas de organizar o trabalho a fim de minimizar os efeitos negativos do emprego na saúde e no bem-estar geral dos trabalhadores. (FERNANDES, 1996).

Ainda sobre a origem do termo, Gordia et al. (2011) coloca que suas raízes estão em duas culturas: oriental e ocidental. Em cada uma destas, características culturais relacionadas ao bem estar são colocadas como “Boa Qualidade de Vida”. Por um lado, verifica-se na "antiga filosofia chinesa referente à sua arte, literatura, filosofia e medicina tradicional, bem como, nas forças positivas e negativas representadas pelas definições de Yin e Yang, as quais, em equilíbrio, representam boa Qualidade de Vida" (Kawakame; Miyadahira apud GORDIA et al.2011).