QUALIDADE DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE: FATOR QUE INFLUENCIA NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO DO PROFISSIONAL DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE.
Por: Juliana2017 • 6/12/2018 • 4.368 Palavras (18 Páginas) • 516 Visualizações
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Filho (2008) nos fala que tempos depois da proclamação da república a população continuava miserável e enfrentando várias doenças, principalmente o homem do campo que para uma economia baseada na agricultura e sem equipamentos modernos para dar suporte na produção, o trabalhador rural não poderia, doente, ser eficientemente utilizado nesse processo.
Filho (2008, p. 21) ainda destaca que:
Em 1918, o Brasil tinha uma população rural em torno de vinte milhões de pessoas; havia 17 milhões de enfraquecidos pelos parasitas intestinais, três milhões de vítimas da doença de Chagas, dez milhões de atacados de malária e ainda cinco milhões de tuberculosos. Mesmo considerando apenas esse pequeno conjunto de doenças, podemos concluir que as pessoas padeciam geralmente de mais de uma enfermidade. Juntando a esse quadro a subnutrição e o alcoolismo, conclui-se que o homem rural brasileiro era acima de tudo um personagem doente (FILHO, 2008, p.21).
A partir de então Filho (2008) diz que começa a surgir então os institutos com importantíssima contribuição para a saúde do país até hoje. Sua missão era acabar com o problema sanitário erradicando endemias e epidemias que assolavam a população.
De acordo com Ibanez (2011, p.111) “enfim, o SUS, a mais ambiciosa e abrangente política pública de saúde já formulada no país, emerge completamente sitiado pela conformidade da relação Estado/Sociedade nesse momento histórico”.
A verdade, segundo Ibanez (2011) é que à saúde pública nunca foi dada a atenção e a devida importância ao qual merece, uma vez que os recursos destinados a saúde não são suficientes e boa parte deste é desviado antes e depois de serem empregados.
Como diz Filho (2008) que:
O compromisso governamental com as necessidades básicas da população tem sido relegado sempre a segundo plano, perpetuando um círculo tristemente vicioso: desamparado e sem participação decisiva nas decisões do governo, o trabalhador recebe salários baixos e vive mal, adoecendo com facilidade (FILHO, 2008, p.15).
Vale ressaltar também o que Filho (2008) afirma que o foco das medidas preventivas de saúde nesse período, não eram as pessoas em si, mas sim, os agentes determinantes para o crescimento e modernização da economia como: saneamento, estrutura dos portos e algumas empresas. O que de forma indireta acabava beneficiando a população.
Cianciarullo (2003) afirma que as instalações das unidades públicas de saúde no Brasil são em sua grande maioria mal estruturadas em termos de recursos físicos, humanos e equipamentos necessários para um diagnóstico rápido e preciso. E no que tange ao atendimento, há a falta de ambientes adequados para que o profissional possa dispensar um atendimento de qualidade com os recursos adequados e suficientes para que os procedimentos sejam executados dentro dos parâmetros ao qual são regidos.
Nos vemos, portanto, de frente ao que Cianciarullo e Cornetta (2002) afirmam que:
Pensar no trabalhador somente como uma máquina é esquecer acima de tudo de sua multidimensionalidade, incluída nesta a sua subjetividade. É necessário integrar as dimensões pessoais, profissionais e institucionais, assumindo a complementaridade destas. Afinal, como cuidar do cliente em sua integralidade se os sujeitos trabalhadores também não forem considerados em sua multidimensionalidade? (CIANCIARULLO, CORNETTA, 2002, p.217).
Orlando (1978) diz que podemos observar e destacar em nosso meio que existem uma série de fatores que causam o processo chamado de “desumanização”. Neles podemos observar e dividi-los em fatores extrínsecos e intrínsecos. Os fatores extrínsecos estão relacionados e ligados ao meio, à formação, e a conexão do profissional que trabalha nessas instituições de saúde na sociedade. Já os fatores intrínsecos estão especificamente ligados à assistência e atenção à saúde e os efeitos colaterais da boa ou má qualidade da assistência.
Em consequência disso torna-se verdade o que Cianciarullo (2003) diz que tais motivos fazem com que o atendimento da saúde pública seja tão criticado e insuficiente. Ainda segundo o autor supracitado faz-se necessário criar medidas estratégicas e pontuais em todas as instâncias governamentais para sanar ou minimizar essas deficiências propiciando ao profissional qualidade de trabalho, o que refletirá na qualidade de atendimento, gerando satisfação e qualidade de vida social a ambas as partes: profissional e cliente (paciente).
Cianciarullo e Cornetta (2002) afirmam que “são as condições de trabalho insatisfatórias e as relações de trabalho as apontadas pelos trabalhadores como limitantes ao alcance da qualidade de vida no trabalho” (CIANCIARULLO, CORNETTA, 2002, p. 214).
Com base no que foi exposto, se formulou o seguinte questionamento: Como a valorização do profissional da saúde referente à compensação justa e adequada, condições de trabalho e segurança, influencia na qualidade do atendimento do profissional da saúde da rede pública? Uma das hipóteses possíveis correlaciona a qualidade de atendimento dos colaboradores da saúde e o ambiente de trabalho, assim como os recursos para que tal procedimento seja realizado hipótese objeto levantada neste estudo. A metodologia utilizada neste trabalho foi pesquisa bibliográfica através de consulta feita a vários autores, sites e artigos sobre o tema em questão nas bases de dados online MEDLINE, LILACS, PUBMED e em livros sobre a temática.
Esta pesquisa objetiva analisar a visão de autores sobre a relação que pode existir entre qualidade da assistência e do trabalho dos profissionais de saúde no atendimento em hospitais públicos, e como ele pode ser encarado como fator que influencia na qualidade do atendimento do profissional da rede pública de saúde, além de entender as dificuldades enfrentadas por eles compreendendo assim como a precariedade do sistema público afeta a qualidade do atendimento. A relevância desta pesquisa está nas contribuições que poderão trazer aos governos, aos profissionais e pincipalmente à população assistida pelo Sistema Único de Saúde – SUS, e à própria comunidade acadêmica que poderá fazer dele uma proposta de mudança prática do novo modelo de atendimento que deve ser adotado: “atendimento humanizado”.
Ao estudarmos a qualidade do atendimento do profissional da saúde em relação a sua qualidade de trabalho, levando-se em conta os diversos fatores relacionados ao tema em estudo, identificaremos os pontos negativos e os positivos,
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