SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UMA QUESTÃO DE GESTÃO
Por: eduardamaia17 • 27/3/2018 • 5.578 Palavras (23 Páginas) • 519 Visualizações
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Os empresários buscavam formas para aumentar a produtividade e os trabalhadores, necessitados de dinheiro, chegavam ao limite de trabalho suportado pelos seus corpos para aumentar a produtividade e conseguir mais recursos financeiros no final do mês. Porém, nos últimos anos, esta visão está mudando.
Devido os acidentes e doenças profissionais provocarem grandes prejuízos às pessoas, as empresas e a previdência social há uma crescente preocupação com a saúde e segurança do trabalho dentro das organizações. Além das responsabilidades legais por parte da criação de leis e multas para as empresas que não estão conformes as especificações de segurança do trabalho estipuladas, as organizações têm o dever moral em proporcionar um ambiente de trabalho livre de riscos desnecessários e condições ambientais que não provoquem danos à integridade física e mental de seus colaboradores.
Além dos prejuízos financeiros e humanos por conta da ocorrência de acidentes, atualmente, a empresa, que não têm como uma de suas prioridades o bem star de seus colaboradores, pode construir uma imagem muito negativa perante a sociedade, prejudicando o andamento do negócio e dificultando o destaque desta no mercado competitivo.
O problema abordado é a falta de compreensão da importância de se incluir a Segurança e Qualidade de Vida nas organizações, não apenas pelo fato de ser uma obrigação legal, mas também como fator de melhoria na gestão das empresas e por ser fonte de vantagem competitiva para estas.
Em algumas organizações, tanto empregadores quanto empregados, não dão o devido valor a outros fatores que não sejam o aumento da produção e da quantidade de lucro, deixando a qualidade de vida e a segurança em ultimo plano. Por esse motivo, o objetivo geral deste trabalho é mostrar aos profissionais gestores e Técnicos em Segurança do Trabalho a importância da implantação de programas de Qualidade de Vida no Trabalho. Os objetivos específicos são: mostrar as vantagens para as empresas na implantação dos programas de Qualidade de Vida no ambiente laboral e expor as consequências da não implementação desses programas para o progresso da empresa.
- METODOLOGIA
A metodologia, utilizada neste trabalho, é do tipo qualitativa e exploratória por consequência, uma vez que o conteúdo exposto neste trabalho é subjetivo, descrito pela interpretação realizada pela autora a respeito dos referenciais teóricos estudados.
Tripodi et al. Apud. Cunha et al. (1975), afirma que os estudos exploratórios têm base na pressuposição de que através do uso de procedimentos relativamente ordenados, podem-se desenvolver hipóteses relevantes a um determinado tema.
Já segundo Cervo apud. Vasconcelos (2008, p.14) “a pesquisa bibliográfica constitui parte da pesquisa descritiva ou experimental quando é feita com intuito de recolher informações e conhecimentos prévios”.
Para realizarmos o estudo aqui disposto, fizemos um levantamento bibliográfico de origem primária, através de artigos, dados estatísticos e acervos bibliográficos descritos e referenciados no final deste trabalho.
Este trabalho foi desenvolvido em seis capítulos. No primeiro, é apresentado o tema proposto, o problema e sua importância, bem como os objetivos a serem cumpridos até o final deste.
Neste segundo capítulo, apresentamos o tipo de pesquisa realizada e o levantamento do referencial que fizemos para obtenção dos resultados alcançados neste artigo.
No terceiro capítulo, faremos uma busca pela evolução histórica e jurídica da Segurança e Qualidade de Vida no ambiente de trabalho.
Na quarta parte, falaremos dos principais conceitos relevantes ao tema, com base nos estudos de outros autores.
No Quarto capítulo, apresentaremos as principais ferramentas para a implantação de um sistema de Segurança e Qualidade de Vida dentro das organizações.
No penúltimo, falaremos da importância da qualidade de vida dentro das empresas e das vantagens de se implantar esses sistemas para o bom andamento administrativo e competitivo das organizações.
Por fim, faremos uma breve análise conclusiva e considerações finais sobre o conteúdo aqui proposto, finalizando com as citações das referencias bibliográficas estudadas.
- EVOLUÇÃO
2.1 Evolução Histórica
Não são registros recentes os índices de doenças e acidentes por conta das atividades laborais. Porém, conforme os anos vão passando, as atividades se modificam de acordo com o surgimento de novos mecanismos capazes de sanar os problemas nos postos de trabalho, por conta do progresso tecnológico e criação de novas leis. O surgimento de novas atividades, ao longo do tempo, também são registros importantes, pois são responsáveis pelo surgimento de novas causas e doenças não registradas antes no local de trabalho.
O primeiro registro de que se tem notícia é de um estudo feito por Hipócrates (460-355 a.C.), que relatou sobre doenças provocadas por vermes em trabalhadores da mineração, cólicas intestinais dos que manuseavam chumbo e falou sobre a toxidade do metal para o ser humano. (ALVES, 1975; apud BULHÕES, 1976; apud ITO, 2010).
No entanto, a obra que foi um marco para a Segurança e Saúde do Trabalho foi uma publicação de 1700 intitulada “De Morbis Articium Diatriba”, elaborada por Bernardino Ramazzini, que ficou conhecido como o Pai da Medicina do Trabalho. Nesta obra, o autor apresenta cinquenta atividades profissionais diferentes e as doenças relacionadas a elas. Com essa relação em mãos, Ramazzini lançava a seguinte pergunta aos seus pacientes: “Qual é a sua ocupação?”. Isso queria dizer que, ao dizer a atividade profissional que o trabalhador exercia, o médico saberia qual era o risco que esse estava exposto e daria o diagnóstico preciso.
Na época da revolução industrial, com o surgimento da abordagem clássica da administração, a segurança, saúde e qualidade de vida no trabalho era algo que não era considerado de maior importância pelos empresários. Esse tipo de abordagem da administração surgiu com a administração cientifica, idealizada por Taylor, que tinha a ênfase nas tarefas, seguida pela Teoria Clássica, com ênfase na estrutura. Nessas duas teorias as necessidades humanas não eram prioridade. A produtividade e o lucro eram os fatores mais relevantes para as indústrias.
Para contrapor essas teorias, por volta
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