A TEORIA CONTINGÊNCIAL
Por: Sara • 10/3/2018 • 7.018 Palavras (29 Páginas) • 307 Visualizações
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- TEORIA DOS SISTEMAS
A partir dessa teoria surge a construção de modelos abertos que relacionam dinamicamente com o ambiente. Trata da situação em que todos os sistemas internos (subsistemas) se relacionam entre si, mas também se relacionam com o sistema externo, que por sua vez interage também com todos os subsistemas. Apesar de tratar da organização como um sistema aberto, se trata de uma teoria muito abstrata, sem condições de resolver problemas específicos da organização.
Em síntese, a Teoria da Contingência faz uma mudança de referencial, de dentro para fora da organização. Essa mudança é decorrente da abordagem da teoria que afirma que são as características ambientais que condicionam as características organizacionais. Sendo assim, não há somente uma única forma mais eficaz de se atingir os objetivos (the best way). A melhor forma dependerá (it depends) das características do ambiente que são relevantes para a organização. Logo, para se entender as características da organização, é necessário analisar as características ambientais com as quais a organização está relacionada.
Em resumo, há uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance dos objetivos da organização. Fazendo uma analogia com a matemática, é como se as variáveis ambientais fosses variáveis independentes, enquanto as variáveis organizacionais são variáveis dependentes.
ORIGEM
O surgimento da Teoria Contingencial surge depois de vários estudos feitos com o intuito de verificar os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em determinado tipo de empresa. O principal objetivo dessas pesquisas era verificar a validade das principais ideias defendidas pela Teoria Clássica. Foi a partir dos resultados destes estudos que chegou-se à conclusão de que a estrutura depende diretamente do ambiente.
Serão aqui citados diferentes pesquisas feitas, mas antes de mencioná-las, é importante tratarmos da definição de ambiente, já que esse foi um termo inserido anteriormente sem nenhuma definição. Quando estamos tratamos dessa palavra, podemos ter diversos significados, em diferentes abordagens, e por este fator se torna importante conhece-lo bem antes de tratarmos mais profundamente dessas pesquisas feitas.
Por definição, ambiente é:” (...) o contexto que envolve externamente a organização. É a situação dentro da qual uma organização está inserida” [1]. Nessa definição fica clara a relação entre ambiente e organização, e por que o entendimento do ambiente é crucial para o explorar as influências do ambiente sobre a organização.
PESQUISAS
- PESQUISA DE CHANDLER SOBRE ESTRATÉGIA E ESTRUTURA
Chandler analisou as mudanças de quatro grandes organizações norte-americanas – DuPont, General Motors, Standard Oil Co. e Sears Roebuck & Co.), relacionando-as com as estratégias de negócio, para demonstrar como a estrutura dessas empresas foram adaptadas e ajustadas à estratégia individual.
Para entender melhor esses aspectos, é importante conhecer que a estrutura organizacional corresponde ao desenho da organização, ou seja, a forma que assumiu para integrar seus recursos. Em contrapartida, a estratégia corresponde ao plano global de alocação de recursos, para atender às demandas do cliente. Segundo o autor, as quatro empresas passaram por quatro fases distintas de adaptação:
- Acumulação de Recursos:
Após a Guerra da Secessão americana (1865), houve uma expansão da rede ferroviária, que fortaleceu o mercado de aço e o mercado de capitais. Houve uma intensa migração rural e início da migração europeia, que impulsionado pela rápida expansão da malha ferroviária, provocou intenso crescimento urbano. Nessa fase então as empresas então ampliaram suas instalações de produção e investiram em uma rede de distribuição. A aquisição organizações fornecedoras era frequente, pois dessa forma mantinham controle sobre as matérias-primas.
- Racionalização do Uso dos Recursos:
As empresas que até então estavam organizadas verticalmente precisavam ser melhores organizadas pois acumularam mais recursos que o necessário. A necessidade por uma melhor estrutura funcional, com intuito de reduzir custos, culminou com o investimento em linhas de autoridade e comunicação. O lucro dependia dessa organização e era dependente das oscilações do mercado. Então, como forma de tentar reduzir os riscos com a flutuação do mercado, passaram a focar em planejamento, organização e coordenação.
- Continuação do Crescimento:
A reestruturação resultante da segunda fase culminou com aumento na eficiência das vendas, compras, produção e distribuição, e que diminuiu as diferenças de custo entre várias empresas. Os preços finais então se tornaram bastante semelhantes, o que baixou os lucros, saturou o mercado e impossibilitou uma maior redução de custos. Foi a partir de então que surgiu a necessidade de diversificação e busca por novos mercados. Como a fase anterior não previu essas mudanças, foi necessária a adaptação das empresas, e desenvolvimento de novos departamentos, como o de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), engenharia de produto e desenho industrial.
- Racionalização do uso de Recursos em Expansão:
A estratégia para se conseguir expandir o mercado e desenvolver novos produtos foi investir na estratégia mercadológica. As antigas estruturas de autoridade e comunicação não eram suficientes para responder à nova complexidade de produto e de operações, ou seja, desenvolver uma estrutura de divisão de departamentos. Nesse sentido, é importante destacar a General Motors e a DuPont, que foram as primeiras a introduzir uma divisão autônoma para cada linha de produtos.
- PESQUISA DE BURNS E STALKER SOBRE ORGANIZAÇÕES
Tom Burns e G. M. Stalker, sociólogos, estudaram várias indústrias inglesas com o intuito de se relacionar as práticas organizacionais com o ambiente externo que influenciavam essas indústrias. Como resultado, encontraram diferentes práticas administrativas e ambientes externos. De acordo com o perfil das empresas estudas, as dividiram em dois tipos de organizações, com diferentes características:
- Organizações mecanísticas ou
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