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Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica

Por:   •  12/4/2018  •  1.652 Palavras (7 Páginas)  •  320 Visualizações

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McGrath afirma que a teologia cristã é uma disciplina complexa, que reúne uma série de áreas relacionadas, tendo a Bíblia como fonte fundamental. O autor discorre a respeito de uma arquitetura que abrange: os estudos bíblicos, ou seja, a Bíblia como fonte fundamental da teologia cristã; a teologia sistemática que significa “algo organizado com base em interesses educacionais ou explicativos” ou “algo organizado com base com base em pressupostos metodológicos” dependendo da corrente; a histórica como o ramo da teologia que busca investigar as circunstâncias históricas em que as ideias se desenvolveram ou foram especificamente formuladas e tem por objetivo desvendar que há entre contexto e teologia; a pastoral onde a teologia é vista como algo que oferece modelos para a ação transformadora, e não como reflexão puramente teórica; a filosófica que é voltada para encontrar o “ponto comum” entre a fé cristã e as demais áreas da atividade intelectual; e a teologia mística ou espiritual que mesmo sem uma definição precisa é abordada, de modo geral, como algo relacionado à uma experiência com Deus e à transformação de vidas resultante dessa experiência.

Finalizada a seção a respeito da arquitetura da teologia, o autor aborda a questão do prolegomena. A palavra grega prolegomena significa prefácio, para a teologia é o que deve ser dito antes de iniciar o estudo da teologia. O autor enfatiza a relevância do assunto descrevendo situações como dos escritores apologistas do século II que se esforçaram para encontrar experiências que fossem comuns aos cristãos e pagãos e a partir deste ponto pudessem demonstrar como o cristianismo havia se estruturado, além de outros exemplos de abordagens como de F. D. E. Schleiermacher, Paul Tillich, Karl Rahner, que procuraram ancorar a teologia cristã nas experiências básicas da existência humana.

Continuando as seções das questões preliminares, o autor inicia uma reflexão a respeito do compromisso e imparcialidade na teologia. Mesmo que, segundo ele, não se tenha chegado a nenhuma conclusão há argumentos contra e a favor dos dois. Na defesa da imparcialidade, em suma, existe a ideia de que “compromisso” e “verdade” são coisas mutuamente incompatíveis e que em um ambiente universitário a crítica e questionamentos devem estar presentes, independente do que se acredita. Já na defesa do compromisso os teólogos da teologia da libertação criticavam o “distanciamento acadêmico” argumentando que este compromisso existe independente da área estudada mesmo que de forma não aparente e que se um teólogo não proclama a sua fé, não ora a Deus e não adora o Cristo ressuscitado, não é possível realmente dizer que tenha entendido do que se trata a teologia.

Para McGrath, os argumentos apresentados têm pontos fortes e fracos, por isso o debate permanece preso a uma espécie de impasse e relata o exemplo dos Estados Unidos que criaram as “faculdades de religião” ou “faculdades de estudos religiosos” nas universidades como uma forma de abranger as demais religiões e não somente o cristianismo.

Para finalizar o capítulo, McGrath faz um paralelo entre os termos “ortodoxia” e “heresia”. Ortodoxia que literalmente significa “ponto de vista correto” passou a ser vista como um “dogma coercitivamente imposto às pessoas por meio da autoridade” em que a “heresia” é normalmente vista como vítima da repressão por parte da igreja intolerante ou das autoridades estatais.

Em relação aos aspectos históricos os conceitos de “heresia” e de “ortodoxia” são associados à igreja cristã primitiva. Walter Bauer, porém, faz uma crítica onde alega que o significado de ortodoxia e heresia parecia arbitrária e representava as ideias e normas doutrinárias impostas por Roma. Normas que representavam uma criação posterior ao cristianismo. Henry Chadwick, especialista no estudo do período patrístico, considerava Roma e Jerusalém tinham importância no processo de reformulação da ortodoxia doutrinária. Esta visão era a mais plausível na visão de McGrath.

Em relação aos aspectos teológicos, McGrath diz que existe uma importância teológica continua associada a esses conceitos. Ele cita a obra Christian Faith [Fé Cristã] de F. D. E. Schleiermacher, onde o autor alega que a heresia era tudo aquilo que conservava uma aparência de cristianismo, mas que, porém, contrariava sua essência. A visão cristã a respeito de Deus consiste no fato de que Deus redimiu a humanidade por meio de Jesus Cristo e é essencial que as visões cristãs sobre Deus, Cristo e a humanidade sejam consistentes neste sentido. E se esta afirmativa é interpretada de forma que Cristo não possa operar a redenção da humanidade ou que a humanidade não possa ser redimida pode surgir daí uma heresia.

Schleiermacher descreve ainda quatro heresias: docetismo, embionismo, pelagiana e maniqueísta que ele considera como “heresias naturais” da fé cristã. Todas elas surgiram de uma interpretação inadequada da doutrina da redenção de Cristo. As duas primeiras oriundas da discussão que Jesus é ao mesmo tempo homem e Deus e as duas últimas relacionadas a redenção do homem pelo próprio homem.

Esta série de temas introdutórios, segundo McGrath, prepara o caminho para se dedicar ao estudo da teologia.

Hildiene Castro Silva

Disciplina: Introdução à Teologia

Curso: Bacharelado em Teologia (1° semestre)

Faculdade Teológica Batista de

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