A TEOLOGIA NO ÂMBITO DA FILOSOFIA
Por: Juliana2017 • 5/10/2017 • 3.684 Palavras (15 Páginas) • 514 Visualizações
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pesquisadores na Old Quest volta como indiscutível para os pesquisadores da
Third Quest, como a relevância dada por Bultmann ao querigma, que foi motivador da New Quest, se vislumbra dentre os novos exegetas e historiadores da Third Quest. Essas e outras questões nos descortinam
os constantes desafios e mudanças que transitam ao longo da pesquisa
histórica da pessoa de Jesus.
A nosso ver, há continuidade ao longo das três buscas do Jesus histórico. Essa
continuidade é marcada pelo método histórico crítico que permeia a todas as buscas. A
mudança está no enfoque que cada busca ressalta. O método histó
rico crítico é a linha que
perpassa ao longo da história. Diversas vezes, usado de maneira parcial, como veremos no
próximo capítulo, onde trataremos de forma pormenorizada sobre esse método. Por hora,
consideramos válido somente fazer essa consideração a
cerca do método histórico crítico.
Dessa forma, cabe a pergunta: teria sido a
Old Quest
superada? Cremos que
podemos responder de forma objetiva e subjetiva.
Objetivamente, diríamos que sim. Ela foi superada. Como bem notou Albert
Schweitzer, esse Jesus
procurado pela pesquisa histórica não existe e é impossível de
encontrá
-
lo através da pesquisa histórica. Há dessa forma uma ruptura ao longo da história. O
enfoque é mudado: não mais o histórico enquanto aquele fato que pode ser comprovado como
acontecido
no tempo e no espaço é relevante, mas o contexto e interpretação dada e esses
fatos por meio das comunidades que ouviram os primeiros testemunhos que se torna digno de
nota e tem
-
se a pretensão de achar.
Subjetivamente, cremos que não. Ao longo das duas
buscas que vieram
posteriormente à primeira, a preocupação em recuperar aquilo que Jesus fez, disse e viveu nos
contextos em que fez e viveu não seria uma tentativa de refazer a mesma pesquisa histórica
proposta no início pela
Old Quest
? Não estaria atravé
s do método histórico crítico, a tentar
encontrar aquilo que é comprovável historicamente? O que muda é somente a consciência de
que não é possível encontrar a história de fato, mas o objeto da pesquisa continua o mesmo:
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recuperar e encontrar quem é Jesus
de Nazaré dentro da história. Nesse sentido, o método
histórico crítico e sua pretensão marcam a cumulatividade ao longo das buscas pelo Jesus
histórico.
O que sobra de toda essa busca do Jesus histórico? Talvez a resposta mais sensata
que podemos ter é a
de Daniel Marguerat quando este afirma que “a busca do Jesus histórico é
uma ferida permanente infligida na tentativa de capturar a Jesus dentro de um sistema
dogmático
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”.
Mesmo com esse veredito, seria possível relacionar, de maneira satisfatória, esses
dois conceitos? Se possível, como fazer de forma que seja fidedigno tanto com as questões de
fé pregada pela Igreja como com as questões da razão tão imprescindível à história? O que
teremos ao fazer essa relação? Algo totalmente divergente, assintótico, c
onvergente?
Como Joseph Ratzinger relaciona esses dois conceitos?
Essa é a pergunta que tentaremos res
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Considerações finais
De Reimarus a Bultmann, Ratzinger propõe um desfecho interessante. Não nega,
de forma nenhuma, a pesquisa histórica e sua importân
cia, o trabalho dos exegetas, o estudo
das fontes e das formas, o método histórico
-
crítico, a desmitologização, o método das ciências
naturais.
Vê, em todos eles, grandes contribuições para o pensar e fazer teológico, contudo
não deixa de perceber que tod
os esses métodos trazem consigo suas limitações e que, basear
em somente um deles para justificar a fé é muito pretensioso.
No caso de se basear no método histórico como método de achar o verdadeiro,
sinaliza o grande drama da história
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