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TEOLOGIA E SEXO

Por:   •  15/2/2018  •  3.481 Palavras (14 Páginas)  •  497 Visualizações

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Ela foi influenciada por vários fatores: A pílula anticoncepcional, Freud, a II Guerra Mundial, penicilina, filmes e novelas cada vez mais permissivos entre outros que geraram a partir dessa época uma ética relativista em relação ao sexo, onde a virgindade passou a ser vista como um tabu e o sexo antes do casamento uma necessidade. A visão de sexualidade foi de um extremo de pecaminosidade ao outro extremo de liberalismo. (Natanael, p. 108, 2000)

A TEOLOGIA DA SEXUALIDADE NO VT.

A teologia da sexualidade no VT começa a ser desenhada com as declarações de Gen. 1:27, 2:18-25. O ideal de Deus para a sexualidade humana é mostrada nos seguintes aspectos:

1. A Imagem de Deus está representada no homem e na mulher. Essas palavras tem implicações muito amplas, mostrando a igualdade dos sexos perante Deus. 1:27

2. A mulher foi tirada da costela mostrando sua igualdade de condições perante o homem.

3. O sexo como procriação: foi dada uma ordem divina para a criação de filhos.

4. O sexo como prazer: era símbolo da união maior. Essa visão do prazer da sexualidade é mais desenvolvida no livro de cantares e em vários textos da bíblia.

5. O sexo como símbolo da União entre os elementos da Trindade.

No VT a sexualidade é abordada de modo positivo. Em Gen. 4:1 temos a relação sexual como conhecimento, o que mostra o nível plenamente pessoal do sexo que implica numa união física e mental. A consumação de uma intimidade plena que só pode existir dentro do casamento. Ele é enxergado como um dom divino, onde se deve ter prazer (Ecl. 9:7-9); os filhos são vistos como uma bênção (Sal. 127:3-5) e a família é o objeto do sexo. (Esd. 8:14). Porém no VT nenhum lugar trata da sexualidade humana de modo tão explícito como no livro de Cantares.

Porém não somente de modo positivo, mas a há um aspecto negativo da sexualidade que estão presentes nos mandamentos do Pentateuco e no restante do VT. Em Lev. 18 temos uma lista de proibições acerca de diversas perversões sexuais, que eram consideradas normais pelos povos ao redor que deveriam ser vedadas ao povo de Deus. Entre elas estava: relacionamentos com pai e mãe (v. 7); com filhos (v. 10); de tios (v. 12); de nora (15); homossexualismo (v. 22); bestialismo (v. 23); adultério (v. 19) e entregar filhos para sacrifício. (v. 21).

Quanto ao adultério Deus considerava o caso tão importante que colocou um mandamento específico nos 10 Mandamentos, cujo significado mais profundo foi posteriormente ampliado por Cristo.

No VT temos uma condenação a exposição dos órgãos sexuais (II Sam. 6:20); a tentativa de impelir uma virgem a praticar o ato sexual (Êxo. 22:16); e orientações semelhantes. É importante ressaltar que a legislação Israelita sobre sexualidade era revolucionária para os padrões da época; muito mais rígida que a maioria dos povos da antiguidade e completamente diferente das nações circunvizinhas.

Lamentavelmente apesar do alto ideal que Deus tinha para o seu povo os Israelitas muitas vezes se desviaram do caminho que Deus tinha intencionado para eles, contaminando-se ocasionalmente com os costumes das nações vizinhas (Num. 25), e muitas vezes incorrendo na prática da poligamia.

O ideal de Deus em Gênesis é a monogamia. Não obstante a prática ser regulamentada em Deut. 21:15 (como o divórcio dado como uma permissão, não como um mandamento), Cristo no NT reafirmou o ideal de Deus e os líderes da Igreja no NT deviam ser monogâmicos I Tim. 3:2. “Deus não sancionou a poligamia num único exemplo sequer. Ela é contrária a Sua vontade.” (ELLEN WHITE, 1972, p.76).

“A poligamia foi praticada em época primitiva. Foi um dos pecados que acarretaram a ira de Deus sobre o mundo antediluviano. Todavia, depois do dilúvio, tornou-se novamente muito espalhada. Era o esforço calculado de Satanás perverter a instituição do casamento, a fim de enfraquecer as obrigações próprias à mesma, e diminuir a sua santidade; pois de nenhuma outra maneira poderia ele com maior certeza desfigurar a imagem de Deus no homem, e abrir as portas à miséria e ao vício.” (ELLEN WHITE, 1995b, p.338).

CANTARES

Este livro se conhece usualmente como o Cântico de Salomão. Seu nome latino é Canticum Canticorum, ou seja, o Cântico dos Cânticos. Em hebreu se chama Shir-hashshirim (Sir há-sirim),"o Cântico dos cânticos" ou "o cântico por excelência", talvez uma forma idiomática para significar "o melhor dos muitos cânticos de Salomão", assim como "Rei de reis" significa "o Rei supremo".

Salomão "compôs três mil provérbios, e seus cânticos foram mil e cinco" (1 Rei. 4: 32). No cânon do AT hebreu se conservou um livro de seus Provérbios, mas o Cântico dos Cânticos parece que foi o único de seus cânticos que se incluiu no cânon. (Nichol, 1994, p.1127)

Existem algumas teorias a respeito do livro:

- Cantares como referencia a rituais cúlticos.:

Alguns relacionam Cantares aos ritos de fertilidade, associados com o culto babilônico a Dummzi (Tamuz), ou Inana (Istar), ou com o culto a Baal/Anate, de Canaã. O ponto central nestes cultos é a celebração da deusa, na pessoa da sacerdotisa, com o rei, ou festival de entronização que celebra a vitória do deus/rei sobre a morte e a seca. Os rituais cúlticos relacionados com estas entidades têm caráter explicitamente sexual. (EATON, 1989, p. 210)

- Cantares como veiculo de instrução (poema didático) :

As abordagens tradicionais, alegóricas e tipológicas, presumem que Cantares intenciona ensinar algo sobre relacionamento entre Deus e Seu povo. Quer esta abordagem se apresente em termos da história de Israel... quer seja revestida de termos cristãos, de Cristo e Sua igreja, a alma e Maria, ou do crente e a sabedoria, Cantares torna-se um instrumento que fornece acesso a alguma verdade espiritual mais profunda, e não um meio de explorar relacionamentos num nível mais humano, mais pessoal. (Idem, p. 212)

O Cântico dos Canticos foi objeto de muitas alegorias através dos séculos. O início da alegorizacão das Escritura na igreja cristã se remonta até a escola alexandrina do Egito, e especialmente até Orígenes (C. 184-c. 254 DC) como primeiro grande expoente deste método. Este sistema surgiu como resultado da fusão da filosofia grega com o

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