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Uso adequado dos instrumentos de percussão na liturgia

Por:   •  2/5/2018  •  2.135 Palavras (9 Páginas)  •  418 Visualizações

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Seguindo o mesmo tema, podemos encontrar dois versículos: O primeiro encontra-se no sexto capítulo (versículo 5) do segundo livro de Samuel. “Davi e toda a casa de Israel dançavam com todo o entusiasmo diante do Senhor, e cantavam acompanhados de harpas e de cítaras, de tamborins, de sistros e de címbalos.” O segundo encontra-se no vigésimo primeiro capítulo (versículo 12) do livro de Jó onde as pessoas “Cantam ao som do pandeiro e da cítara, divertem-se ao som da flauta.”

Novamente podemos notar através desses versículos que os instrumentos de percussão podem ser usados para acompanhar o canto.

3. Os instrumentos de percussão presentes nos estudos das conferencias episcopais locais.

Graças ao parágrafo 120 da Sacrosanctum Concilium (citado anteriormente), a Igreja da abertura ao uso de outros instrumentos musicais na ação litúrgica. O órgão de tubos continuou sendo o instrumento oficial, porem muitos instrumentos foram incorporados e inculturados em nossa realidade. Coube então a CNBB em 1999 publicar um subsidio abordando a música litúrgica no Brasil (Estudo 79), pois o documento 7 estava ultrapassado.

À luz da constituição conciliar, o estudo 79 nos revela que possui grande apresso pelo uso de novos instrumentos musicais e ressalta sua grande importância. Além de serem usados para sustentar o canto (sua função principal), podem proporcionar momentos de forte espiritualidade. O estudo também convoca todos os instrumentos a fazerem parte dessa missão. Sendo assim, podemos incluir os instrumentos de percussão nessa atividade.

A linguagem musical dos instrumentos tem seu lugar e importância na celebração da fé, não somente enquanto acompanha, sustenta e dá realce ao canto, que é sua função principal, mas também por si mesma, ao proporcionar ricos momentos de prazerosa quietude e profunda interiorização ao longo das celebrações, proporcionando-lhes assim maior densidade espiritual. Instrumentos de todo o tipo estão sendo convocados a prestar esse serviço, contanto que se leve em conta o gênio e as tradições musicais de cada cultura, a especificidade de cada ação litúrgica e a edificação da comunidade orante. (Estudos da CNBB; 79, 1999, p. 41).

O estudo também nos coloca em seu parágrafo 263 que “Assim como a voz humana, o instrumento musical não deve ser classificado como sacro ou profano.” Devemos ter em vista o sentido para qual o instrumento está sendo utilizado, se a Bateria, o Timbal, o Afoxé, o Cajon e diversos outros instrumentos estão a serviço da liturgia, se o som e se a música que sai deles estiver glorificando ao Senhor, eles podem ser utilizados normalmente, anulando assim essa problemática. Podemos encontrar esse tema no parágrafo 335 do mesmo estudo.

Desta maneira, o problema do sacro e do profano passa a inexistir: desde que corresponda ao que dela se espera na liturgia, em determinado momento da celebração de uma comunidade, uma determinada música será litúrgica. Portanto, a Igreja aprova e admite ao culto divino qualquer gênero de arte musical que preencha a finalidade de glorificar a Deus na linguagem da assembléia orante. (Estudos da CNBB; 79, 1999, p. 66).

4. Quanto ao uso apropriado dos instrumentos de percussão.

O texto Instrumentos de percussão na liturgia, escrito por Marcio Antonio de Almeida, nos diz que “os instrumentos de percussão ‘falam’ com o povo, e ‘cantam’ com a assembléia celebrante. Sons dispersivos levariam ao caos; a ordenação desses sons, pelo contrário, ativa a nossa inteireza e nos coloca em sintonia com o ritmo do universo.”

É muito importante, que o percussionista conheça a liturgia, para que a interpretação instrumental valorize o rito, sem empobrecê-lo ou ofuscá-lo.

O percussionista litúrgico necessita conhecer o que é próprio de cada rito e perceberá que, em alguns momentos da celebração, a percussão deve ser muito discreta ou até nula por exigência da densidade e características próprias de momento da celebração. Primar pela leveza e discrição quando o rito é mais sóbrio, como no ato penitencial ou no salmo responsorial; manter o canto da assembléia em exultação quando o rito é mais vibrante, como no Glória ou na Aclamação; dosar o volume para não encobrir o canto da assembléia... cada momento da celebração exige uma interpretação instrumental adequada às características próprias de cada rito .(Instrumentos de percussão na liturgia, 2014).

Deve-se ter consciência que a Ação Litúrgica não é um show e sim a celebração do Mistério pascal. O músico deve levar em consideração a força aplicada ao toque do instrumento, para não tocar demasiadamente forte, atrapalhando os fiéis, que neste momento através da música, buscam entrar em sintonia com o Transcendente.

Com efeito, leve-se também em consideração o espaço litúrgico, pois dependendo tamanho do templo, torna-se insuportável a presença de um instrumento de percussão.

O instrumento usado seja tocado sempre de forma adequada ao momento celebrativo e à natureza da assembléia, nunca abafando a sua voz ou a do coral. É mister recordar a necessidade de considerar a proporcionalidade entre os instrumentos musicais e o espaço celebrativo. Muitas vezes este aspecto é descuidado quando, por exemplo, um modesto violão tenta, em vão, dar conta do acompanhamento do canto numa catedral; ou quando, noutro extremo, uma banda musical, sem levar em conta o pequeno espaço de uma capela, carrega demasiadamente na quantidade de instrumentos e no volume do som. (Estudos da CNBB; 79, 1999, p. 52).

Devemos ter em nossas mentes, que a função específica de cada instrumento musical na liturgia é acompanhar o canto, devendo-se haver equilíbrio de equalizações entre os instrumentistas. Vale lembrar que os instrumentos de percussão devem ser tocados moderadamente, não causando ruídos dissonantes, que de certa forma, atrapalharão a assembléia, que assim não participará frutuosa e ativamente do Mistério Pascal. “O equilíbrio entre os instrumentos de percussão e os de base harmônica é fundamental para que seja dado espaço e realce ao instrumento de solo, que, principalmente nas introduções dos cantos, facilita a entrada uniforme dos cantores e da assembléia.” (Estudos da CNBB; 79, 1999, p. 52).

5. Orientações complementares.

Quanto aos instrumentos de percussão que se fazem necessários o uso de baquetas, aconselha-se que estes façam uso de baquetas do modelo padrão vassourinha (modelo este utilizado

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