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ARTETERAPIA, ARTESANATO E RECICLAGEM COMO INSTRUMENTOS DE INCLUSÃO SOCIAL PARA OS ADOLESCENTES QUE FAZEM USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS DA CASA DE PASSAGEM BELÉM

Por:   •  25/8/2018  •  2.025 Palavras (9 Páginas)  •  373 Visualizações

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A proposta terapêutica da Casa de Passagem Belém, está centrada no apoio, tratamento e reinserção social dos usuários de substâncias psicoativas, com vista à elaboração e implementação de um projeto de vida que tenha como pressupostos básicos a saúde integral e a melhoria da qualidade de vida.

A Política social da Casa de Passagem Belém está apoiada na Política Estadual sobre Drogas – PED, Resolução nº 001/CONEN-BA, 18 de maio de 2012,que tem como referencia chave a Política Nacional sobre Drogas _ PNAD lançada em 2005, considerada uma das mais avançadas do mundo no enfrentamento à problemática do uso e abuso de substâncias psicoativas e repressão ao tráfico de drogas, busca consolidar um modelo de tratamento para os usuários de substâncias psicoativas.

Os adolescentes que usam de substâncias psicoativas são inseridos na proposta terapêutica individual e torna-se um agente do próprio processo de mudança. O objetivo central é devolver para este jovem usuário a qualidade de vida e a reintegração das possibilidades de escolha que, por vezes, encontram-se claramente comprometidas pelo padrão de consumo das substâncias, que acometem grande prejuízo, principalmente na adolescência.

O Serviço Social atua na instituição desde 2011,tendo como objetivo principal do Serviço Social é prestar atendimento socioassistencial para os adolescentes em situação de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, sobretudo aos dependentes químicos, com finalidade de desenvolvimento integral na perspectiva da reinserção social e na retomada de seus projetos de vida, e a extinção total do uso de drogas, assim como prestar atendimento aos familiares.

A proposta deste projeto é fazer com que os adolescentes durante seu tratamento na Instituição desenvolvam atividades artísticas despertando nos mesmos o interesse pela arte e assim desenvolvendo suas habilidades artísticas além de resgatar energias psíquicas, fortalecendo a comunicação entre inconsciente e consciente, ao desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções, o adolescente, pode alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, em consequência, uma melhor qualidade de vida. Ao resgatar o desejo de cura, de auto- regeneração, desenvolvendo formas criativas de lidar com a doença, diminuindo assim, o nível de sofrimento.

2 JUSTIFICATIVA:

Desde os primórdios o consumo de drogas na sociedade contemporânea envolve muitas variáveis e, que este não é tão somente um problema familiar e sim da coletividade. O combate repressivo tem se mostrado ineficaz e, hoje a temática é o tratamento preventivo, reeducativo. Neste viés recursos artísticos que desde a época do psiquiatra Max Simon (1876) tem sido empregado pela medicina como recurso terapêutico que pode ser de grande valia. Hoje está técnica recebe o nome de arteterapia e, encontra respaldo no arcabouço teórico da medicina psiquiátrica, psicanálise e da psicologia analítica. As oficinas de arteterapia, o artesanato, a colagem, pintura e a reciclagem tem sido largamente empregada em instituições de acolhimento, hospitais, escolas e empresas.

Sabe-se que a dependência química provoca incapacitação social – fato evidenciado na dificuldade de relacionamento interpessoal e também o rompimento dos laços com seus familiares. Para muitos profissionais da saúde que prestam assistência médica e psicológica a esses usuários comprometimento orgânico é considerado consequência menos grave que o isolamento social imposto ao dependente químico. A dificuldade de relacionamento interpessoal não é característica apenas da fase de total dependência, ela permanece também no pós-tratamento, estágio em que do ponto de vista médico o adicto está apto a reintegrar-se ao meio social, mas no geral a sociedade não sabe lidar com estas pessoas.

Neste sentido, buscamos evidenciar a conexão existente entre o fazer Arte e a promoção da saúde do ser humano porque “o uso da arte como terapia implica que o processo criativo pode ser um meio tanto de reconciliar conflitos emocionais, como de facilitar a auto percepção e o desenvolvimento pessoal”. (CARVALHO, M. Margarida.

A inclusão dessas atividades artísticas desenvolvidas pelos adolescentes poderá ajudar no processo de recuperação da sua saúde emocional trazendo segurança, bem estar e equilíbrio. Por que fazer Arte é uma vivência que ajuda a resgatar a auto -estima.

Entre as atividades propostas estão desenho, construção, recorte/colagem, pintura, modelagem, reciclagem e artesanato, sendo que cada adolescente desenvolve a atividade conforme o seu desejo. Os materiais usados, em cada modalidade, variam entre os tradicionais, materiais reciclados e orgânicos.

Nas oficinas serão usadas metodologias que estimulam a espontaneidade e criatividade, a expressão de sentimentos, pensamentos, emoções e atitudes. Com isto se espera que os adolescentes possam se dar conta de aspectos seus, que antes não estavam claros e também construir e fortalecer os laços com seus familiares. Reconhecendo-se na sua criação, podem revitalizar, de forma prazerosa, núcleos bloqueados e áreas adormecidas.

Assim quando estiverem de volta a sociedade no convívio do seu lar serão pessoas seguras e equilibradas emocionalmente podendo utilizar o que aprendeu para desenvolver seu próprio trabalho artístico e comercializá-lo gerando assim uma renda para seu sustento e de sua família.

O papel do Serviço Social é indispensável para o cumprimento de todos os objetivos do projeto da instituição, além da busca pela vivência da plena cidadania e da garantia de direitos, permitindo o resgate de sua identidade, da autonomia, emancipação e sua reinserção social.

Nossos resultados indicam que, apesar dos importantes avanços obtidos na atenção ao adolescente após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o cotidiano de milhares de jovens de baixa renda em nosso país mostra que a "Doutrina da Proteção Integral" é ainda muito mais um desafio do que uma realidade.

Compreender a presença das drogas no sistema familiar é refletir fundamentalmente nos contextos que as mantém. Condições de vida adversas, pobreza, violência, desemprego, sentimentos de abandono, desamparo, solidão, ansiedade, baixa auto - estima e exclusão social, são alguns mantedores homeostáticos nas famílias com dependência química.

Nesse sentido, a área de tratamento do consumo de drogas, destaca-se como uma "questão problema", principalmente pela escassez de locais especializados e de profissionais capacitados para

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