CONTEXTUALIZANDO O POVO JUDEU: A FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO POVO BÍBLICO
Por: Rodrigo.Claudino • 14/6/2018 • 2.761 Palavras (12 Páginas) • 421 Visualizações
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Abrão saiu da fornalha sem se queimar.
Por volta dos seus 75 anos, o Deus de Abrão finalmente se revela e pede para que Abrão deixe sua terra e parta para outro lugar. Ele se dirige para Canaã com sua mulher Sara seu sobrinho Ló e com os convertidos ao monoteísmo, mas no meio do caminho resolve parar na cidade de Harã (atual Turquia), que também era um grande entreposto comercial no Oriente. Em Harã, Jeová faz um pacto com Abrão, prometendo descendência numerosa, o rebatiza como Abraão (que significa “pai ou líder de muitos”) e lhe promete uma terra para seus descendentes. Esta terra prometida era Canaã (que é hoje onde fica Israel, Sul do Líbano e parte da Síria). Abraão continua sua longa peregrinação até a terra prometida, de acordo com a aliança firmada com Jeová. Canaã era habitada por cananeus, descendentes de Sem (neto de Noé). Entre outros deuses, os cananeus adoravam Baal e El.
Uma vez em Canaã, Sara mulher de Abraão, estéril e pretendendo dar um filho a seu marido, ofereceu sua serva egípcia Hagar para que gerasse o primeiro filho a Abraão. Hagar então gerou a Ismael, considerado pelos muçulmanos como o ancestral dos povos árabes. Mais tarde, aos noventa e nove anos, Abraão foi circuncidado e após Deus ter anunciado que Sara daria a luz a um filho - Isaac, que seria o herdeiro da promessa (de gerar uma grande nação). Isaac nasceu no ano seguinte a esse anúncio. Isaac foi instrumento da maior prova de fé de Abraão, quando Deus ordenou que ele levasse Isaac ao alto de uma colina para sacrificá-lo. Ao ver que Abraão, resignado e com uma faca pronta para degolar o seu filho, Deus enviou um anjo a segurar sua mão, impedindo de matá-lo. Segundo Paul Johnson:
O amor e a fé de Abraão em Deus permaneceram inalterados e inabaláveis durante toda a vida de nosso patriarca, apesar dos testes e obstáculos que teve que enfrentar. Para testar a sua devoção, Deus submeteu Abraão a dez testes. Entre estes, o patriarca enfrentou o fogo, a fome e reis idólatras, lutou contra poderosos exércitos e foi obrigado a abandonar o seu lar e a sua terra. No seu último e mais difícil desafio, o único que a Torá relata, Abraão prova estar disposto até a sacrificar o seu tão amado filho, Isaac, para obedecer à ordem Divina. Nenhum relato da Torá foi – e ainda é – mais analisado e comentado por sábios e filósofos do que o sacrifício de Isaac. (1995, p. 120).
Por volta de seus 60 anos, quando Abraão já tinha 160, Isaac tiveram filhos gêmeos com sua esposa, Rebeca. Nasceram Esaú (primeiro a sair do ventre e, portanto, primogênito) e Jacó. Quando Isaac estava velho, cego e achando que estava prestes a morrer, pediu para que Esaú sair, caçar e lhe fazer um bom guisado, prometendo logo em seguido abençoar o filho antes de morrer. Quando Esaú saiu, Rebeca chamou Jacó, seu filho preferido, e fez um guisado. A ideia era que Jacó se passasse por Esaú para receber a bênção de Isaac. Dito e feito, Jacó engana o pai enquanto Esaú ainda estava fora para caçar e entrega o guisado. Depois de ter comido, Isaac abençoou Jacó e disse: "Deus te dê do orvalho do céu e da fertilidade da terra. As nações hão de inclinar-se diante de ti e tu serás o senhor de teus irmãos. Maldito seja quem te amaldiçoar e bendito quem te abençoar!". Foi assim que Jacó se tornou herdeiro das promessas. Quando Esaú chegou, ficou furioso e planejou matar Jacó.
Jacó fugiu para a Mesopotâmia e ficou por lá por 20 anos, até Deus pedir para ele regressar à terra de seu pai, ao que ele prontamente obedeceu. No caminho, um homem misterioso lutou com ele até pela manhã. E disse-lhe então: "Deixa-me porque já vem vinda a aurora". Jacó respondeu: "Não te deixarei partir enquanto não me abençoares". O homem misterioso disse-lhe "Daqui em diante não te chamarás Jacó, mas Israel - que quer dizer guerreiro de Deus - porque se lutaste com tanta valentia com Deus, muito mais forte serás contra os homens". E o abençoou.
Mais tarde, Esaú reconciliou-se com Jacó. Este teve doze filhos (10 filhos dele e dois adotados): Ruben, Simeão, Levi, Judá, Dan, Neftali, Gad, Aser, Issacar, Zebulon, José e Benjamim. Estes dariam origem às 12 tribos de Israel. Elas saíram de Canaã numa época difícil para a agricultura e se estabeleceram no delta do rio Nilo, no Egito, alguns acabaram subjugados e escravizados pelos egípcios. Moisés, por volta de 1500 a.C, os levou de volta à terra prometida, lá, eles viveriam como tribos independentes até o Rei David fundirem-nas num único reino judeu, numa única e forte monarquia cuja capital passaria a ser Jerusalém (então, Cidade de Davi), nascia o povo judeu, conforme a tradição bíblica nos conta.
Com talento militar e manobras políticas, Davi criou um império que se espalhou do Egito ao Eufrates, ele trouxe para os israelitas um estilo de vida luxuoso e mundano. Quando o rei David viu a linda Bate-Seba nua, tramou a morte do marido para ficar com ela, más, como rei israelita, Davi foi julgado pelos mesmos padrões éticos que as pessoas comuns. Em 970 a.C. David, morre e deixa seu império para seu filho Salomão.
Salomão expandiu o comércio internacional, quando fazia um acordo, casava-se com a filha do líder estrangeiro, diz que teve 999 esposas, ele criou um palácio fantástico para suas esposas e um templo magnífico para a arca da aliança. Visitantes de toda parte vinham conhecer o reino glamoroso de Salomão e orar para o Deus invisível dos israelitas. O rei Salomão era procurado por sua grande sabedoria, ficou famoso por seus enígmas e provérbios, entretanto, o custo elevado da festança expansionista de Salomão dividiu a sociedade israelita.
Por volta de 925 a.C. O rei Salomão morreu, deixou um país rico e poderoso e apresentou ao mundo o Deus de Abraão e Moisés, mas seu império iria desmoronar, com a morte de Salomão, o reino se dividiu: Israel, no Norte, e Judá, no Sul. Israel, o reino no Norte, era formado por dez das doze tribos israelitas, durante duzentos anos, Israel foi uma terra instável onde ressurgiram os deuses pagãos. Em meio ao caos, surgiu em Israel um grupo de profetas, destemidos e revolucionários, que traziam advertências de Deus contra a decadência moral: os profetas Elias, Amós, Oséias, e Isaías, trovejaram contra o nacionalismo e o paganismo das classes dominantes e a opressão aos pobres.
No final do século lX a.C., um novo império asiático, a Assíria, dominou os países do Oriente Médio. Em 722 a.C., Expulsou os israelitas de sua própria terra. As dez tri¬bos sumiram como povo e perderam-se na história. E foi assim que se extinguiu a parte norte do reino de Salomão. Os profetas se mudaram para Judá. A palavra “Judeu” vem da tribo de Judá.
Apesar
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