O Povo Brasileiro

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O autor consegue resumir de uma maneira, bem abrangente e esclarecedora a formação da nossa identidade quando diz que: "A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas como variantes da versão lusitana da tradição civilizatória europeia ocidental, diferenciadas por coloridos herdados dos índios americanos e dos negros africanos. O Brasil emerge, assim, como um renovo mutante, remarcado de características próprias, mas atado genesicamente à matriz portuguesa, cujas potencialidades insuspeitadas de ser e de crescer só aqui se realizaram plenamente. A confluência de tantas e tão variadas matrizes formadoras poderia ter resultado numa sociedade multiétnica, dilacerada pela oposição de componentes diferenciados e imiscíveis. Ocorreu justamente o contrário, uma vez que, apesar de sobreviverem na fisionomia somática e no espírito dos brasileiros os signos de sua múltipla ancestralidade, não se diferenciaram em antagônicas minorias raciais, culturais ou regionais, vinculadas a lealdades étnicas próprias e disputantes da autonomia frente à nação".

O texto destaca que a miscigenação no brasil evoluiu de uma maneira tão grandiosa a ponto de termos uma diversidade cultural tão grande quanto a que temos hoje, retrata também o papel de força e superação que tiveram nossos ancestrais, a ponto de resistir e conseguir manter seus costumes, ainda que muitas vezes modificados. E ressalta o quão interessante pode ser a miscigenação de culturas. Já estabelecia Edward Tylor (1832-1917), no primeiro conceito de cultura: "tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qual quer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade". A partir deste conceito, pode-se acrescentar somente que, a mistura de culturas no modo evolutivo, pode resultar em uma diversidade surpreendente.