Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Administração Pessoal Disciplina de Psicologia

Por:   •  9/6/2018  •  4.266 Palavras (18 Páginas)  •  467 Visualizações

Página 1 de 18

...

Por outro lado, há a considerar a velocidade das mudanças que ocorrem no mundo. Como diz o compositor Lulu Santos, popularizando o pensamento de Heráclito na velha Grécia. “Nada do que foi será, pois na vida tudo passa, passará”. Se assim é, a empresa precisa ter competência para oferecer respostas rápidas, sob pena de perder competitividade. Tal competência exige esforço conjunto de todos os membros da empresa já que a tarefa é impossível para uma pessoa sozinha ou para pequenos grupos. Afinal a racionalidade do homem é limitada como limitada é sua possibilidade de ação. “Se estamos vivendo uma era que exige pessoas informadas vale a pena lembrar que pessoas informadas questionam”.

Se o esforço necessita ser conjunto, há de se ter “seres pensantes”, capazes de criar, obter, utilizar, transmitir e trocar informações. O crescimento das empresas está, inexoravelmente, associado ao crescimento das pessoas. A final só pessoas são capazes de idealizar uma empresa, definir missão, estabelecer metas, escolher estratégias, desenvolver tecnologias, decidir por estruturas; somente pessoas podem fortalecer ou fragilizar processos, bem como contribuir para resultados empresariais ou miná-los. Veja-se, por exemplo, a introdução de vírus em um comutador, uma pequena distorção de dados em um banco de dados ou até a ação dos hackers, aquelas pessoas que penetram ilegalmente nos sistemas de computadores. Empresas são recursos materiais, financeiros, informacionais, mas, sobretudo, são pessoas, que geram mais recursos.

Se assim é, o trabalho precisa ser desafiador, instigante, mexendo com a cabeça e o coração das pessoas.

É aí que se insere a vantagem competitiva das empresas e sua responsabilidade social para com empregados, cliente, fornecedores, públicos, em geral. Comprometer as pessoas com o trabalho, de modo a oferecer produtos e serviços com qualidade esperada pelo cliente é tarefa que se impõe. Com fazê-lo? Certamente, uma das formas é delegando.

Delegação deve aqui ser entendida como o processo pelo qual gestores atribuem decisões, responsabilidades e tarefas a outras pessoas, em uma relação não de subordinação, mas de parceria, de compartilhamento de poder. Nesta relação, gestores e outras pessoas se comprometem com o alcance dos objetivos organizacionais, definidos a partir da visão de empresa que se deseja ter. O novo conceito de delegação instiga a refletir sobre o paradigma que o ancora.

1.3 A MUDANÇA DE PARADIGMAS

Refutando o paradigma mecanicista que tem ancorado as práticas organizacionais, o paradigma da complexidade privilegia uma visão holística da vida, em geral, e dos negócios, em particular. Tal visão valoriza o ser humano como criador de recursos, não podendo, portando, igualar-se aos recursos financeiros, materiais, informacionais, tecnológicos. Valoriza a informação como geradora de riqueza. Valoriza maneiras diferentes de pensar, estimuladoras do questionamento e úteis para que se compreendam as contradições do mundo. Valoriza diferentes formas de se ter acesso ao conhecimento, como a razão e a intuição. Valoriza a flexibilidade, útil para dar as rápidas mudanças ambientais que exigem. Valoriza, sobretudo, a qualidade de vida, o significado da existência, o desenvolvimento humano.

É praticamente impossível haver desenvolvimento sem questionamento. Ele começa com a introspecção. Ou, como diria Sócrates, “conhece-te a ti mesmo”. A partir do questionamento a si próprio, é possível com mais sucesso questionar-se o entorno. Por que as coisas são assim? Devem ser assim?

Sylvia Helena Vergara chama atenção para o fato de que a introspecção de uma pessoa pode começar com a análise de sua célula familiar. Isso porque muitos dos comportamentos das pessoas no trabalho têm origem nos seus comportamentos em família.

James Redfield aprofunda essa questão. Afirma que é na relação com os membros da família que são criados os “dramas” particulares de controle: o de intimidador, o de interrogador, o de distante, o de “coitadinho de mim”. As pessoas desenvolvem padrões de agressão ou de distanciamento, ou fazem o jogo da fraqueza na família, porque há um conflito de energia. Elas o sentem e tentam fazer compensação. Depois repetem esse padrão pela vida afora. Usam mais de um padrão, mas um é dominante e caracteriza o que se pode designar como estilo de vida. O estilo torna-se a maneira de controlar a situação, extraindo energia dos outros, ao invés de buscá-lo dentro de si. Para Redfield, cada pessoa deve reinterpretar sua experiência familiar de um ponto de vista evolutivo, espiritual e descobrir quem é ela de fato. Esclarecer o passado é preciso para que se tome consciência das maneiras individuais de controle aprendidas na infância. Quando encontra a verdade, a pessoa energiza-se e, certamente, muda de padrão.

Tem-se, portanto, que o questionamento é um aprendizado que conduz a outros aprendizados – sobretudo aprender a aprender. Para usar uma metáfora, aprender seria assimilar um peixe dado. Aprender a aprender seria saber como pescar. Muitos demonstram capacidade de aprender. São capazes de pesquisar o ambiente, estabelecer objetivos e metas e monitorar a empresa em relação ao alcance dos objetivos. No entanto, aprender a aprender é mais difícil de ser conseguido.

Primeiro, porque as formas burocráticas de organização desencorajam as pessoas a pensarem sua tarefa particular no todo do negócio. Segundo, porque elas desempenham papéis previamente definidos e são cobradas, punidas ou recompensadas por isso. Terceiro, porque as burocracias privilegiam um tipo de avaliação de desempenho que induz as pessoas a realizarem ações de desempenho que induz as pessoas a realizarem ações que agradem a seu chefe, independente da contribuição efetiva que tais ações tragam para a empresa. Elas não são estimuladas a enfrentar desafios e riscos conseqüentes. Como diz Domenico de Masi, consultor internacional de grandes empresas, inteligência e criatividade, indispensáveis no mundo atual, aparece como defeitos.

É possível aprender a aprender. Algumas ações podem ser destacadas. Por exemplo:

- Admitir erros como algo inevitável em ambientes complexos e mutáveis como os das empresas. Não se trata de aceitar descaso, atitudes negligentes, mas aceitar o erro como parte do progresso de aprendizagem. Quem não se lembra dos tombos que levou quando estava aprendendo a pedalar uma bicicleta? Conforme afirma o presidente mundial de uma indústria de adesivos, falhas são uma forma de aprendizado, não

...

Baixar como  txt (28.8 Kb)   pdf (74.6 Kb)   docx (25 Kb)  
Continuar por mais 17 páginas »
Disponível apenas no Essays.club