O Processo de Colonização do Brasil
Por: Jose.Nascimento • 25/6/2018 • 2.751 Palavras (12 Páginas) • 355 Visualizações
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Os primeiros passos do Novo Mundo, vídeo Youtube.
O descobrimento do Brasil?
Muito se discute sobre o chamado descobrimento do Brasil, considerado por muitos historiadores o “achamento do Brasil”. No tempo em que o Brasil é “encontrado”, muitos estudiosos e navegadores, como Cristóvão Colombo, já confirmavam a existência das terras na América que viriam a se tornar o nosso país. Fazia mais de sessenta anos desde que Portugal inciara a ocupação de ilhas no Atlântico, porém as terras brasileiras não despertavam seu interesse como as Índias e o lucrativo comércio que por lá estabeleciam. Por muito tempo, acreditava-se que o Brasil fosse apenas uma grande ilha.
A exploração do pau-brasil
Os primeiros passos da exploração da costa brasileira se deram pela instalação de feitorias no litoral da colônia e pela extração de pau-brasil. Um grupo de comerciantes portugueses, que recebeu terras arrendadas pelo rei de Portugal, passou a praticar o escambo (troca) da madeira com os indígenas. Isso porque, à medida que a madeira foi se esgotando no litoral, os europeus passaram a recorrer aos índios para obtê-la, pois os nativos já estavam habituados à derrubada de árvores – uma tarefa comum na sociedade tupinambá. Os índios forneciam a madeira e, em menor escala, farinha de mandioca, trocadas por peças de tecido, facas, canivetes e quinquilharias, objetos de pouco valor para os portugueses. O corante vermelho do pau-brasil seria utilizado em larga escala nas manufaturas têxteis da Europa.
Os povos indígenas
Ao chegarem às terras americanas que viriam a se tornar o Brasil, os europeus se depararam com uma população indígena bastante homogênea, distribuída ao longo da costa e na bacia dos Rios Paraná e Paraguai. Dadas as semelhanças culturais e linguísticas, foram tidos como principais blocos indígenas os tupi-guarani e os tapuias (ou tupinambás), esses últimos, todos aqueles que não falassem a língua tupi, por exemplo, os aimorés e os goitacases. Os tupis praticavam a caça, a pesca, a coleta de frutas e a agricultura, plantando gêneros para subsistência, como milho, feijão e abóbora. Para tanto, os indígenas utilizavam a técnica da queimada e esgotamento do solo, mais tarde adotada pelos portugueses.
A chegada dos portugueses
O desembarque dos portugueses no Brasil repercutiu de maneiras distintas entre as diferentes tribos indígenas. Uma parte dos índios tupi associou a imagem dos portugueses e padres com a figura dos xamãs de sua tradição, fazendo com que os portugueses fossem ora respeitados, ora temidos e ora odiados. Com isso, os portugueses viram a oportunidade de ocupar novos territórios com o auxílio dos próprios indígenas, que aderiam ao lado dos colonos para lutar contra as tribos rivais.
A chegada de Manuel da Nóbrega, vídeo Youtube.
A Igreja Católica e a colonização
Como visto anteriormente, a Companhia de Jesus seria responsável por boa parte das ações da Igreja Católica no projeto de colonização e evangelização das terras portuguesas na América. Para tanto, um dos principais mecanismos de catequização utilizado nas missões jesuítas foi a fundação de escolas e seminários, criando uma verdadeira rede de ensino na colônia. Por meio dela, elas conseguiram converter milhares de indígenas ao catolicismo, de forma que a cultura nativa fosse progressivamente desaparecendo, dando espaço para um crescente “embranquecimento” da sociedade colonial.
As missões jesuítas
As missões jesuítas, também conhecidas como aldeamentos, eram praticamente cidades estabelecidas em meio à selva, com habitações, igreja, colégio, cemitério, mercado e áreas de trabalho, como oficinas e lavouras. A primeira tentativa de criação de missões se deu em 1550, quando padres jesuítas utilizaram o respeito dos índios para com a medicina europeia para conseguirem se estabelecer sem conflitos. Com esses índios, foi bastante comum o uso da dança, do teatro e da música para a catequização. Mas nem tudo era flores no trato dos jesuítas com os povos nativos, que muitas vezes utilizaram práticas violentas, legitimadas por padres como Manuel da Nóbrega e Anchieta, para subjugar os indígenas.
Conflitos: jesuítas e bandeirantes
Os bandeirantes, figuras emblemáticas da história da colonização brasileira, foram atraídos às missões jesuítas pois as consideravam um campo fértil para a obtenção de mão de obra indígena. Os bandeirantes que praticavam as expedições de apresamento utilizavam o trabalho escravo indígena tanto para a agricultura como para o trabalho nas minas e para integrarem seus bandos pelo sertão. Grande parte dos jesuítas, no entanto, não era a favor da escravização indígena e não estavam dispostos a ceder de suas missões para os bandeirantes, o que durante muitos anos gerou intensos conflitos.
As capitanias hereditárias
Para garantir a posse do território e consolidar a colônia, Portugal encontrou no sistema de capitanias hereditárias uma solução para o seu problema, reeditando algo que já vinha sendo feito nas ilhas africanas. A Coroa dividiu o território em quinze faixas de terra ao longo da costa que lhes cabia a partir do Tratado de Tordesilhas. Cada faixa, ou capitania, pertencia a um capitão donatário (geralmente homens da pequena nobreza portuguesa), que recebia as terras diretamente do rei. Porém, em pouco tempo, o sistema de capitanias se demonstrou insuficiente para concretizar os anseios portugueses de ocupação do território e foi extinto no século XVIII por falta de recursos, desentendimentos internos, inexperiência e ataques de índios. As capitanias mais prósperas combinaram a atividade açucareira com um relacionamento menos agressivo com as tribos indígenas, sendo retomadas pela Coroa, ao longo dos anos, por meio de compra, funcionando como unidades administrativas pertencentes ao Estado.
Os capitães donatários
O donatário dispunha de amplos poderes políticos e judiciais sobre sua capitania, devendo garantir a defesa militar das terras contra as invasões estrangeiras, organizar a produção local, estabelecer um bom relacionamento com os povos nativos e pagar impostos à Coroa. Era de sua responsabilidade garantir que a capitania fosse uma extensão do Império português. No entanto,
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