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O LÚDICA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM AUTISMO

Por:   •  21/12/2018  •  5.817 Palavras (24 Páginas)  •  338 Visualizações

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Agora falando mais especificamente da inclusão das crianças com autismo, é importante discutir como está a formação do professor , pois cabe aqui ressaltar que trabalhar com crianças com TEA não é uma tarefa fácil, considerando que dependendo do grau do transtorno, essas crianças apresentam várias comorbidades e com relação ao comportamento, muitas delas não se expressam de forma verbal, como também de forma não-verbal, ou seja, são crianças que apresentam sérias dificuldades em se relacionar com os outros, muitas delas são incapazes de compartilhar emoções com quem quer que seja, tornando difícil para o professor, mediar as atividades de sala de aula.

Assim sendo, percebe-se que a responsabilidade atribuída ao professor é enorme e que esse profissional muitas vezes encontra-se na escola sem formação e sem apoio, dificultando sua prática e segundo Cavalcante et al apud Bereohff, ( 2009, 1993, p.230),

O profissional que atua com educandos com necessidades educacionais especiais por apresentar autismo, fundamentalmente precisa que “sejam orientados para uma atuação adequada aos graves distúrbios de comportamento que apresentam esses jovens”, o professor, portanto precisa estar preparado e seguro para desempenhar sua função de forma eficiente com responsabilidade e comprometimento. “Ao educar uma criança autista pretende-se desenvolver ao máximo suas habilidades e competências, favorecer seu bem estar emocional e seu equilíbrio pessoal o mais harmoniosamente possível tentando aproximá-la de um mundo de relações humanas significativas” (p.143).

A Lei 948/2007 que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, aborda a necessidade de atendimento educacional especializado para os alunos com deficiência, seja elas físicas, intelectuais ou sensoriais, na rede regular de ensino. Com relação ao exposto, é importante citar o que diz a lei:

O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela (p.10)

O atendimento educacional especializado é um apoio importante para o professor, porém, não é o suficiente, tendo em vista à necessidade de formação contínua para o educador, considerando que para atuar frente à diversidade, na perspectiva da educação inclusiva, é preciso um profissional qualificado, que possa desenvolver uma prática dinâmica, adequada às necessidades dos alunos.

No dizer de Nogueira, (2014, p. 10),

A aprendizagem da criança com TEA requer uma grande responsabilidade não só profissional, mas também pessoal, assim registrando o desenvolvimento, e é necessário que o professor tenha o desejo de fazer diferença na vida da criança com TEA. Mas para isso, é essencial se especializar para receber o aluno. O desenvolvimento da criança depende muito do comprometimento do professor, e para isso, é necessário que o profissional elabore novas metodologias de trabalho.

Como vimos, trabalhar com crianças com deficiências requer formação especializada para os professores, atendimento educacional especializado como apoio aos alunos que apresentam déficits na aprendizagem e como estamos abordando aqui as crianças com autismo, não podemos esquecer de enfatizar a importância de uma metodologia diferenciada que promova o desenvolvimento das habilidades, da comunicação, da sociabilidade.

E é nesse entendimento que Nogueira, (2014, p. 11) complementa a discussão aqui apresentada quando diz que,

(...) atualmente, existe diversos recursos, escolas e profissionais especializados para se trabalhar com a síndrome, são por meio dessas pessoas que a criança será estimulada todos os dias, proporcionando seu aprendizado e desenvolvimento, com educadores especializados e escolas específicas a criança tem possibilidade de aprender e até mesmo se relacionar, de acordo com cada caso.

Por fim, as crianças com autismo em sua maioria apresentam atraso no desenvolvimento, dificuldades na sociabilização, atraso na linguagem, o que prejudica o aprendizado. Por esse motivo, as atividades pedagógicas devem ser lúdicas, partindo do interesse da criança. Por exemplo, muitas crianças com TEA gostam bastante de música, então cabe ao professor desenvolver atividades que estimulem o aluno com TEA a participar das aulas e a permanecer nelas. Isso que caracteriza o processo de inclusão, desenvolver aulas utilizando estratégias adaptadas às peculiaridades dos alunos. E essa é a proposta do presente artigo, adaptar o currículo às necessidades dos alunos com TEA , promovendo atividades lúdicas que garantam o acesso e a permanência desses alunos na escola.

2 O desafio da inclusão dos alunos com Transtorno do Espectro Autista na Escola

Quando se fala em crianças com TEA, os estudos são recentes e constam da década de 90, haja vista que apesar dos avanços, principalmente no diagnóstico cada vez mais cedo, ainda existem muitas dúvidas a respeito desse transtorno com características bem específicas, e que apresenta várias comorbidades, tornando o diagnóstico mais difícil.

Leo Kanner foi quem primeiro descreveu essa síndrome. Foi por volta de 1943. Na época ele acompanhou onze crianças, as quais tinham características semelhantes como: incapacidade de relacionar-se com as outras, severos atrasos na linguagem. Esse conjunto de características comuns, levou-o a denominação de autismo precoce infantil (NOGUEIRA, 2014).

Já é certo de que o autismo é uma síndrome comportamental, que apresenta características que variam de criança para criança. As mais evidentes é o déficit na interação social e na comunicação, bem como, comportamentos repetitivos e restritivos. Uma vez dado o diagnóstico, é importante que os pais procurem auxílio multidisciplinar e procure uma escola para uma avaliação psicopedagógica, para que as intervenções, tanto na área da saúde, quanto na educação, sejam iniciadas e a criança possa usufruir de uma vida socioafetiva de mais qualidade.

E considerando o estudo em questão, acha-se relevante a contribuição de Silva et al, (2016, p.127). A autora chama a atenção

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