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O Livro didático e a literatura

Por:   •  5/12/2018  •  3.053 Palavras (13 Páginas)  •  393 Visualizações

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exercícios proporcionem a percepção da literariedade do texto e dos recursos de expressão do uso estético da linguagem.O texto literário é utilizado para ser estudado de forma que venha tornar-se informativo e formativo, deixando de ser lido apenas para emocionar, divertir ou para dar prazer. Segundo Brandão e Martins (2002), os autores do livro didático durante a leitura que o aluno faz de um texto literário fazem interferências que atingem “desde a integridade dos textos através de adaptações, cortes ou supressões até a condução invasiva das atividades de compreensão que estreitam as possibilidades de leitura do aluno” (p. 262).

Ao longo dos anos, portanto, o livro didático vem se constituindo em uma ferramenta de caráter pedagógico capaz de provocar e nortear possíveis mudanças e aperfeiçoamento na prática pedagógica. O artigo “importância do livro didático: eficiência e/ou ineficiência deste instrumento no processo de ensino-aprendizagem” da professora TÂNIA MARIA MOREIRA página 02 diz que: em 1985, criou-se o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que vem ao longo dos anos se aperfeiçoando para atingir seu principal objetivo: educação de qualidade. Porém, somente no início dos anos 90 o MEC deu os primeiros passos para participar mais direta e sistematicamente das discussões sobre a qualidade do livro escolar. Foi uma iniciativa do Governo Federal que consistiu em uma ação mais ampla do MEC para avaliar o livro didático, apresentando um projeto pedagógico difundido por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais e dos Guias do livro didático.

Segundo Soares (1999), para se trabalhar com o texto literário em sala de aula devemos fazer com ele o que fazemos com os outros saberes escolares – escolarizar a literatura, tomando-se o cuidado com a má escolarização da literatura que “[...] se traduz em sua deturpação, falsificação, distorção, como resultado de uma pedagogização ou uma didatização mal compreendidas que, ao transformar o literário em escolar, desfigura-o, desvirtua-o, falseia-o.” (p. 22).

É no ensino médio que a grande maioria dos estudantes brasileiros passam a ter contato com o estudo da literatura, que por muitas vezes é transmitido através de fragmentos de obras literárias. Normalmente a entrada das leituras literárias em sala de aula é feita por meio de livro didático, e, raramente há professor que indique uma leitura de obra literária extraclasse, e, quando há essa indicação dificilmente os alunos a fazem, pois muitos acham chato esse tipo de leitura.

Os alunos são conscientes de que é necessário ler, que somente com a leitura aprendem mais e conhecem outras coisas, outros “mundos”, mas consideram que a aula deliteratura é chata, já trazem consigo um certo rótulo quanto aos livros literários. Assim, não se consideram leitores e asleituras realizadas ao longo da vida são feitas por dever, obrigação cobrada de algumamaneira. Assim, afirma Freire 1984:

“Refiro-me a que a leitura de mundo se trata de leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. De alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura de mundo, mas que por certa forma de ‘descrevê-lo’ ou de ‘reescrevê-lo’, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente” (FREIRE, 1984 a, p.22).

Uma Experiência em Sala de Aula

Em observação na sala de aula podemos notar o esforço da professora regente para poder transferir seus conhecimentos aos educandos, tendo em vista que a mesma não dispunha de material suficiente para todos os alunos. Pode se notar também que, mesmo com poucos recursos a mesma se esforçou em trabalhar de maneira dinâmica e inovadora em sua aula. Com isso, notamos que não depende apenas de uma gama de material didático para se ter uma aula proveitosa, mas, de criatividade e inovação.

Durante toda a observação pudemos perceber que mesmo a professora se esforçando, buscando novas formas de atrair a atenção de seus alunos, havia aqueles que não prestavam atenção na aula, e que no momento das leituras, mesmo que apenas de um pequeno fragmento, acabavam que não lendo, pois para eles a leitura era enfadonha.

Foi notável também, que a professora vendo a falta de interesse por parte dos alunos, resolveu então fazer uma avaliação. Após a tomada de decisão da professora notamos que os mesmos fizeram a leitura, porém, de maneira desprazerosa. A atividade proposta foi realizada na sala de aula, de forma que os alunos puderam expor seus pontos de vista acerca do tema em questão. Os que realizaram uma leitura com atenção tiveram bons êxitos na realização da atividade, já os demais precisaram de mais explicações por parte da professora levaram um pouco a mais de tempo para conseguir expor seus questionamentos.

Durante a realização da aula a professora deixou bem evidente o tipo de ensino que utiliza com seus alunos, pois foi possível notar que ela ministra suas aulas de maneira produtiva, o que segundo TRAVAGLIA (2008) parte do princípio de que a nossa língua deve desenvolver a capacidade comunicativa, ou seja, produzir e compreender textos nas mais diversas situações de comunicação.

Com isso a mesma proporciona aos seus alunos a oportunidade de aumentarem seus conhecimentos de língua materna de maneira mais eficiente, e assim podendo em diversas situações utilizar-se de forma mais segura e com um leque maior de recursos linguísticos.

Partindo da observação para a prática, tivemos um pouco de dificuldade em selecionar o material e buscar meios para tornar nossas aulas mais flexíveis e dinâmicas. Tendo em vista que, quando estudávamos no ensino regular, as metodologias eram outras e consequentemente já estávamos “acostumados” com métodos ultrapassados.

Quando estávamos preparando o material para ser utilizado nas aulas tivemos uma ajuda da professora regente, e com isso podemos aprender muito sobre os mecanismos que são utilizados com as novas metodologias. Segundo ela, hoje em dia ainda existem professores que preferem trabalhar apenas com o livro didático, sem buscarem novas formas de incentivar os alunos, o que acaba causando certo desgaste no aprendizado. Tal motivo está relacionado ao fato de que os professores não são bem remunerados, e dizem não terem tempo para buscar novos métodos.

Assim, tomamos como exemplo, e partimos para a busca de materiais produtivos, não deixando de fora o livro didático, pois o mesmo deve ser trabalhado de maneira complementar com os alunos. Decidimos que iríamos trabalhar os textos literários e consequentemente a linguagem dos alunos, por meio de atividades onde os mesmos

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