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Resenha do livro Estrangeiro em Sua Própria Terra: Representações do Brasileiro 1870-1920, autoria de Márcia Regina Capelari Naxara

Por:   •  19/9/2017  •  1.042 Palavras (5 Páginas)  •  929 Visualizações

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Em 1850, com a abolição da escravatura, reconheceu à necessidade de se ter a ideia de trabalho idealizado, encontrar fatores para se criar um mercado de trabalho organizado. A elite iniciou discussões de propostas reformistas durante a Assembleia Legislativa Provincial de 1887. Reconheceu o imigrante para a solução do trabalho, segundo o pensamento da época esse imigrante já viria civilizado, disciplinado para o trabalho e a população pobre brasileira só poderia estar ao lado deles através do esforço e da educação. A autora relata que o imaginário era de que o imigrante europeu era qualificado e que o pobre brasileiro detinha uma mão de obra quase que incompetente. Além disso, o europeu era visto como um purificador da população brasileira, era entendido como o oposto dela, por isso passou-se a dar mérito ao imigrante.

Porém não passou de uma fase essa visão em relação ao imigrante europeu, eles passaram a fazer parte de greves, e boa parte se transformou em vadios pelas ruas das cidades. A elite incomodada passa a tentar constituir os próprios trabalhadores brasileiros como a nova sociedade do trabalho. Sendo assim, o trabalhador brasileiro começou a ganhar espaço nessa busca de constituir uma nação.

No terceiro capítulo, Naxara relata que começou a ocorrer uma espécie de descaracterização do brasileiro, a quebra de teorias de caráter racial, o que foi importante para o Brasil já que sua população é composta de diversas etnias e pluralidades. Autores como Silvio Romero, Euclides da Cunha e Manoel Bonfim criticaram as elites brasileiras assim como o Estado ao não colocar a população pobre na politica. Monteiro Lobato Valdomiro Silveira e Cornélio Pires também são analisados referentes às alegorias nacionais, dizendo que a ânsia pela identidade de uma nação também estava presente na literatura. Marcia Naxara faz compreender que a criação do imaginário de nação depende do entendimento do contexto economia-sócio-cultural do Brasil, e que a busca dessa representação pelo fator racial é impossível já que o Brasil é um país composto por um alto índice de miscigenação.

NAXARA, Márcia R. Capelari. Estrangeiro em Sua Própria Terra: Representações do Brasileiro 1870-1920. São Paulo: Annablume, 1998.

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