Estilo feminino de cozinhar

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Dessa forma, a capacidade das mulheres em cozinhar para o outro com amor, é incontestável e o seu estilo feminino também faz parte do universo masculino. Sem dúvidas, historicamente falando, o cozinhar esteve na divisão do trabalho, modernamente na gastronomia, predomina o homem. O que difere o estilo feminino, do masculino é então a criatividade, o se doar ao outro e fazer com amor. Claro, que historicamente, a mulher esteve muito atrás do homem, luta contra preconceitos e acaba, por vezes, expressando como homens para assim defender seu lugar. Mesmo assim, não é comum vermos mulheres se lançando no novo culinário, assunto sendo dominado por homens. É fato que existe diferenças do cozinhar doméstico, para o cozinhar industrial, este último estilo é onde vemos a criatividade e nos dias atuais, a oportunidade de novos negócios. O certo é na história do fazer para o outro, suas formas e motivações, ser recuperada para então restaurar a singularidade do estilo feminino de cozinhar.

Sendo assim, recomendo a obra de Carlos Alberto Dória, “Formação da culinária brasileira – escritos sobre a cozinha inzoneira”, mesmo tendo lido alguns breves comentários, artigos, resumos e este capítulo, "O estilo feminino de cozinhar”, aos acadêmicos, de todos os módulos ou períodos, do curso superior de tecnologia em gastronomia e não só, também aos que trabalham na área da alimentação, por reunir fatos importantíssimos sobre a história da culinária brasileira, seus costumes e cultura. E trás uma visão ímpar sobre o estilo feminino de cozinhar, onde a doação ao outro é de extrema importância para a gastronomia.

Carlos Alberto Dória, autor do livro “Formação da culinária Brasileira – escritos sobre a cozinha inzoneira”, é doutor em sociologia pela Unicamp e pesquisador-colaborador do Departamento de Sociologia do Senac. Em 2006, ganhou o prêmio Best Food Literature Book in Brazil, concedido pelo Gourmand World Cookbook Award, pelo livro Estrelas no céu da boca: escritos sobre culinária e gastronomia, publicado pela Editora Senac São Paulo. Dedica-se a ensaios críticos nas áreas de cultura, publicados mensalmente pela revista eletrônica Trópico. Em 2007, ministrou aulas de sociologia da alimentação para alunos de pós-graduação do Senac São Paulo e organizou a edição especial da Scientific American Brasil sobre a ciência na cozinha, reunindo textos de Hervé This, entre outros, sobre a gastronomia molecular. Em 2008 surgirá, também de sua autoria, A culinária materialista, pela Editora Senac São Paulo. É escritor e autor da "A culinária materialista", "Com unhas, dentes & cuca" (em parceria com Alex Atala), "A formação da culinária brasileira", e também mantém o blog especializado e-Boca Livre.

Marcelle Teixeira Figueirêdo

Acadêmica do curso superior de tecnologia em gastronomia pela faculdade Senac Pernambuco.