Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA

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Foram destacados alguns aspectos positivos e pontos de estrangulamento, tais como fragilidade institucional do sistema, o distanciamento do setor privado, o excesso de centralização da Direção Geral de alguns institutos Regionais, a escassez de recursos financeiros e, particularmente, a falta pessoal de liderança e limitado número de profissionais de nível superior com formação especializada e treinamento de pós-graduação (CABRAL, 2005, pg.41).

De acordo com Cabral (2005), o estudo, também tinha o objetivo de elaborar uma listagem dos resultados das pesquisas e tecnologias mais relevantes já desenvolvidas, na intenção de estabelecer prioridades para execução de projetos que realmente contribuíssem para sanar as dificuldades e possibilitasse o desenvolvimento agropecuário Depois da conclusão desse estudo algumas metas foram estabelecidas, tais como:

-Adaptar os programas de pesquisa dos planos nacionais de desenvolvimento aos planos científicos e tecnológicos do país, observando as prioridades nacionais e regionais evitando-se a perdas dos recursos;

-Atender e prestar assistência aos pequenos e médios produtores rurais e possibilitar a todo produtor agrícola o acesso a toda tecnologia disponível e útil existente no país. Melhorar a mão de obra;

-Priorizar a produção das Commodities: café, algodão, cana e açúcar;

-Criar recursos para investir na criação das próprias tecnologias, ou para a importá-las, de modo que atendessem as exigências e condições do mercado interno e internacional;

-Dar apoio e formar parcerias com os diferentes organismos de pesquisa agropecuária, o Governo Federal, Estados e Universidades, visando à adoção, diversificação, e maior flexibilização e eficiência na execução de projetos. Motivar indústrias e produtores organizados a participarem das pesquisas;

-Promover uma sólida política de seleção, aperfeiçoamento e formação dos profissionais universitários, pesquisadores. Desenvolver projetos de capacitação de recursos técnico financeiros de organizações nacionais ou internacionais para investir em cursos de pós- graduação;

-Cuidar dos modernos mecanismos da informação e documentação cientifica, presentes no país e no exterior. Promover o intercâmbio de inovações tecnológicas e científicas nacionais e internacionais. Formar parcerias, principalmente com países onde a agricultura é mais desenvolvida;

- Difundir os resultados de pesquisas mais relevantes da atividade agropecuária no país. Obter reconhecimento, tal qual, outros setores científicos e tecnológicos do país.

-Observar de maneira mais integral os aspectos, biológicos, econômicos e sociais que interferem no processo produtivo;

-Promover a descentralização da execução de programas e projetos de pesquisa. Desenvolver e incentivar a pesquisa na região Amazônica, no nordeste e nas zonas do Cerrado, objetivando promover o progresso dessas regiões.(CABRAL,2005,pg.27 a 46).

Desse modo, um relatório final foi elaborado e recebeu o nome de “Livro Preto” que continha dados das pesquisas e levantamentos realizados a respeito da situação do sistema de pesquisa da época, sugestões e propostas para criação da Embrapa, conceitos, princípios, fundamentos e metodologias que orientariam a implantação e organização de uma empresa nacional de pesquisa, mais dinâmica e moderna. (Cabral,2005,pg.42).

No seu primeiro ano de existência a Embrapa passa por dificuldades e é afetada por conflitos políticos, inflação, troca de governos e dos Ministros da Agricultura e troca de diretores da empresa. Porém, segundo o autor, foi um período fértil em termos de criatividade e adaptação de experiências em prol da consolidação da empresa e da reforma da pesquisa agropecuária. Ainda na fase inicial, a Embrapa investiu também “na ampliação do conhecimento sobre os solos do Brasil, o que viabilizou o nascimento de uma agropecuária tropical que, anos mais tarde, se tornaria a mais importante do mundo”. (In: https://sistemas.sede.embrapa.br/40anos/index.php/linha_do_tempo/detalhes/1970).

A partir de 1974, foram definidas as propostas de instalação dos Centros Nacionais, das novas Unidades, Empresas Estaduais e Programas Integrados em conjunto com a responsabilidade de “absorver o gigantesco acervo transferido pelo Ministério” (CABRAL, 2005, pg.87).

Densenvolvimento

Na década de 80, houve um aumento da consciência mundial sobre a conservação dos recursos naturais e uma crescente busca por sistemas de produção de alimentos que favorecessem a saúde de produtores e consumidores. Neste período foram criadas a Embrapa Meio Ambiente, a Embrapa Agrobiologia e outras Unidades Temáticas (DIAS et al. 2014).

No início da década de 90, houve a transformação de seis Unidades da Amazônia Legal em Centros de Pesquisa Agroflorestais. Vários pequenos empreendimentos de produção orgânica foram se consolidando ao longo da década, com reflexos na percepção de alguns funcionários e gestores da Embrapa (DIAS et al. 2014). Na mesma época, a Embrapa Hortaliças, em Brasília, fortaleceu muito as investigações científicas sobre agrobiodiversidade. Em 1993, foi criada a Fazendinha Agroecológica na Unidade de Agrobiologia, localizada em Seropédica/RJ, que consiste num espaço onde as ações de pesquisa fundamentam-se na diversificação vegetal, na integração vegetal e animal e na fixação biológica de nitrogênio. Um marco neste processo foi a realização, em 1999, do I Encontro Nacional de Pesquisa em Agroecologia, organizado pela Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa / AS-PTA e outros parceiros.

Em 2000, a Diretoria Executiva da Embrapa criou um Grupo de Trabalho para identificar demandas de pesquisa em agricultura orgânica influenciando na incorporação deste tema como prioritário para o edital da Embrapa de 2002.

Em 2005, visando um processo de construção participativa e exógena da posição institucional da Embrapa em Agroecologia, aconteceu a Reunião de Trabalho sobre Agricultura de Base Ecológica, contanto com a participação do governo, movimentos sociais, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura - Contag, Articulação Nacional de Agroecologia- ANA e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-Incra. Nesta reunião foram levantados os temas agroecológicos prioritários para pesquisa. Ainda, em 2005, a Embrapa criou um Grupo de Trabalho (GT) em Agroecologia que gerou o plano institucional de agroecologia. A partir