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DA ROTINA À FLEXIBILIDADE: ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS DO FORDISMO FORA DA INDÚSTRIA

Por:   •  31/8/2017  •  3.953 Palavras (16 Páginas)  •  430 Visualizações

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História O McDonald's é a maior e mais conhecida marca do planeta, com mais de 30 mil restaurantes e 1,5 milhão de funcionários distribuídos por 121 países. Em 2001 o faturamento mundial atingiu a marca de US$ 40,6 bilhões e hoje o McDonald's registra média de 46 milhões de clientes atendidos por dia – ou cerca de 17 bilhões por ano. Para se tornar essa marca que corresponde a quase metade das redes internacionais de restaurantes fora dos Estados Unidos e cerca de dois terços das vendas nesse setor em todo o mundo, o McDonald's percorreu um longo caminho.

2 – DESENVOLVIMENTO

É obviamente difícil para uma organização operar tranqüilamente e atingir seus objetivos, se seus funcionários não comparecem para trabalhar. O fluxo do trabalho é interrompido e decisões freqüentemente importantes precisam ser postergadas. Nas organizações que dependem da linha de montagem na produção, o absenteísmo é mais que uma interrupção; ele pode resultar em uma drástica perda de qualidade e, em certos casos, até na completa paralisação da fábrica. Níveis de absenteísmo acima do normal, em qualquer caso, causam um impacto direto sobre a eficiência e a eficácia da organização.

O fordismo é um sistema de produção industrial baseado na fabricação em larga escala, na especialização do trabalho e na linha de montagem. Sua denominação mais adequada é taylorismo-fordismo. A nova divisão internacional do trabalho bem como certas forças políticas nacionais desejam ultrapassar a todo custo nosso fordismo, entretanto, vale apontar, a passagem de um fordismo mal-formado só pode resultar na constituição de um pós-fordismo deformado. Ou seja, caminha-se da água ao vinagre sem passar pelo vinho.

A informalidade tem, então, pontos positivos, como ser uma opção não violenta para aqueles que não conseguem um emprego com carteira assinada, mas também muitos pontos negativos, como o incentivo ao desrespeito à lei e os problemas financeiros que gera. Condená-la criminalmente não é suficiente.

Frente a essa realidade, José Carlos Barreiro enfatiza que a malandragem e a esperteza foram se constituindo tanto entre as classes subalternas como entre as classes abastadas. Junto à identidade nacional brasileira foi-se construindo vínculos baseados na ideologia do valor. Como muitos da classe dominante constroem sua fortuna utilizando-se de atividades ilícitas, a população pobre e explorada acreditava que retirar da burguesia rural e urbana, o que ela acumulou de forma ilegal era aceitável. Ao perceber a formação deste ideário nacional esta mesma elite brasileira sente necessidade de construir um conceito de moralidade entre os pobres e este valor moral deve ser repassado junto aos conteúdos curriculares das escolas e nos sermões das igrejas. Assim o Brasil vai se constituindo como nação (BARREIRO, 2005 p. 22-23).

Concomitante à consolidação do Estado Nacional Brasileiro vai se formando a classe operária. Nas primeiras décadas do século XX, por falta de uma legislação trabalhista a mão-de-obra assalariada, torna-se uma mercadoria livremente negociada, as relações de trabalho são determinadas pelos empregadores que pagam o salário “justo” segundo as normas sociais definidas pelos próprios empresários. (NORONHA, 2003 p. 112)

Nesse período, as condições de vida e trabalho eram as que os patrões impunham. A jornada de trabalho era muito longa, chegando há dezoito horas por dia. Trabalho noturno para mulheres, crianças e jovens era comum. Relatos da época falam de inúmeras crianças e adolescentes trabalhando nas indústrias de São Paulo e Rio de Janeiro. Elas habitavam junto aos familiares lugares insalubres sem as mínimas condições de higiene. Nesse período não havia uma legislação trabalhista. Salário, horas de trabalho férias, tudo dependia da vontade do patrão. A burguesia da época não admitia o direito de organização sindical.

No entanto os operários formavam suas associações e lutavam legalmente ou clandestinamente contra o capital. A exploração do trabalho agita o período e a arma usada contra a exploração do trabalho foi à greve que nasce junto à classe operária e contribui para abalar o Estado oligárquico dos anos 1920.

Na década de 1930, com Getúlio Vargas no poder a burguesia muda de posição. Se até aquele período se opunha violentamente a qualquer legislação que regulamentasse as relações de trabalho agora exige que o Estado desenvolva uma legislação trabalhista.

Neste contexto o Estado varguista institui a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e com ela a regulamentação das relações de trabalho, que especifica as atividades remuneradas consideradas como formais informais, legais e ilegais. Gradativamente a legislação trabalhista foi definindo as regras mínimas conhecidas como direitos sociais para que, uma atividade remunerada fosse considerada um trabalho justo e formal. Entre estes direitos aparece o registro em carteira, salário mínimo, jornada de oito horas diárias, e férias anuais. (NORONHA, 2003 p. 113)

A adoção da carteira de trabalho ao mesmo tempo em que insere o trabalhador no “mercado formal” também funciona como mecanismo de controle, já que nela se registra as empresas e o comportamento do trabalhador no período em que este, presta serviço a um determinado grupo econômico. Assim quem tem carteira assinada e consegue provar um vínculo empregatício perante as leis trabalhistas brasileiras é considerado um trabalhador do “mercado formal” e quem exerce uma atividade remunerada sem registro em carteira faz parte do “mercado de trabalho informal”, vende sua força de trabalho, recebe salário, mas os “direitos sociais” não são assegurados perante a lei (NORONHA, 2003 p. 114).

O governo centralizador de Vargas difundiu uma mentalidade de cunho teórico onde a população foi induzida a acreditar que seus atos, eram exclusivamente para beneficiar o povo sofrido. No entanto, seu discurso não trouxe mudanças reais, a teoria getulista sempre esteve desvinculada da realidade cotidiana do povo brasileiro. Isso tudo veio á tona no final da 2ª Guerra Mundial, quando o grupo que dava sustentação ao seu governo passou a questionar o regime autoritário do Estado Novo. As elites contrárias a Vargas começaram a manifestar-se. Getúlio percebeu que havia inimigos no poder, tentou se articular junto às classes populares, concedendo aumento de salários e ampliando leis sociais. Setores da burguesia e militares percebendo a inquietação popular se anteciparam e garantiram o poder, destituindo Vargas em novembro de 1945.

Com o fim da era Vargas

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