Crimes virtuais

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A internet é uma vastíssima rede capaz de interligar computadores de todo o mundo, possibilitando, assim, a comunicação entre eles. Pode-se dizer que a internet surgiu na década de 60, quando algumas universidades se uniram para desenvolver a ARPANET (Administração de Projetos e Pesquisas Avançadas) (LOCCA, ANO, pág. 3)

Essa iniciativa de algumas faculdades foi responsável pela transformação na comunicação das pessoas da geração tida como “nativos digitais”.

Desta forma, o início da internet se deu com o desenvolvimento da ARPANET em 1966. O ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network) foi o precursor da internet e foi criada só para militares. Considerado “mãe” da internet a arpanet foi desenvolvida pela agência Americana ARPA (Advanced Research and Projects Agency - Agência de Pesquisas em Projetos Avançados) em 1969. Tinha o objetivo de interligar as bases militares e os departamentos de pesquisa do governo americano.

A internet é uma grande praça pública, o maior espaço coletivo do planeta. Estima-se que no final de 2013 cerca de 2,7 bilhões de pessoas em todo o mundo estarão conectadas. No Brasil a internet está atingindo um número crescente de usuários, soma 105 milhões de internautas (CASSANTI, 2014, p. 15).

Os dados apresentados em relação ao número de pessoas conectadas, segundo Cassanti (2014) já estão bem desatualizados. Mas mostram o quanto a internet se tornou uma grande ferramenta utilizada por bilhões de pessoas no mundo e que a todo o momento esse número aumenta.

Apesar dos benefícios do uso da internet por tanta gente, existem muitos perigos escondidos e/ou camuflados nesse espaço, os quais nos atingem moralmente, financeiramente e até fisicamente, além de causar problemas nos desktops e laptops.

O sujeito criminoso pode estar no país A, enquanto o provedor por meio do qual ele se conecta à internet por invasão está no país B, podendo, ainda, invadir os dados do computador que se encontra no país C. Ou seja, existe uma teia virtual interligada a vários lugares (LOCCA, 2011, pág. 7).

A internet é universal e pessoas do mundo inteiro podem se comunicar e interagir. Essa facilidade de estar praticamente em dois lugares ao mesmo tempo tornou os crimes virtuais uma preocupação global, através da qual qualquer criminoso de qualquer país, ataca outras pessoas de outros países, dificultando que sejam identificados.

- CRIMES COMETIDOS NA INTERNET

Os crimes informáticos surgiram na década de 1960, quando foram denunciados em matérias jornalísticas casos de uso de computador para práticas de delitos como manipulação, sabotagens, espionagem e uso abusivo de computadores e sistemas.

Segundo Ferreira (1992 p. 147) “O crime de informática é qualquer comportamento ilegal e não autorizado que envolve a transmissão de dados, alteração e ou subtração.” Assim, pode-se afirmar que cibercrime, crime informático, crimes eletrônicos, crimes virtuais ou crimes digitais, são todas atividades realizadas através do computador, usando a internet como uma ferramenta como base para ataques.

O crime cometido na internet superou o tráfico de drogas e armas e é hoje a atividade ilícita mais lucrativa. [...]. De acordo com um estudo feito pela empresa Norton, os bandidos virtuais movimentam mais dinheiro em todo o mundo do que o volume gerado pelo narcotráfico (AZEVEDO, 2011).

Como se pode perceber, os crimes cometidos na internet aumentaram tanto nos últimos anos que hoje se tornou mais lucrativa que tráfico de armas e drogas. Isso chama a atenção de criminosos que se interessam cada vez mais em cometer delitos online, aumentando as ocorrências de tais crimes.

Segundo um levantamento feito pela Norton em 2010 mostra a abrangência dos crimes eletrônicos: 65% dos internautas entrevistados disseram já ter sido vítimas de algum tipo de delito. Esta pesquisa mostra o quanto os usuários estão inseguros na internet, a pesquisa mostrou que 65% dos internautas já sofreram algum tipo de delito e essa porcentagem só aumentou nos últimos anos.

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), os crimes eletrônicos causaram um prejuízo de R$ 900 milhões no Brasil em 2010. O delegado da Polícia Civil Higor Vinicius Nogueira Jorge conta que “Desse valor, R$ 180 milhões foram decorrentes de golpes com cartões de débito, R$ 270 milhões de fraudes cometidas pela internet banking e R$ 450 milhões de clonagem de cartões de crédito”. Sendo assim o cartão de crédito tornou-se o maior alvo dos criminosos virtuais, seguido pelas fraudes cometidas através da internet banking (ou banco online, banco virtual que é a transações, pagamentos e outras operações bancarias feitas pela internet através do site do banco) e golpes com catões de debito. Dando um prejuízo total de mais de R$900 milhões ao Brasil.

Outra grande parte do lucro dos cibercriminosos se deve a venda de material para pedófilos. “O mercado de venda de imagens e vídeos desse gênero movimenta, segundo dados da Interpol, US$ 20 bilhões por ano em todo mundo”, explica o delegado da Polícia Federal Jessé Coelho. A principal causa que facilita esses delitos são a ingenuidade de internautas e a grande quantidade de crianças e adolescentes utilizando a rede sem supervisão dos pais.

Os crimes virtuais podem se dividir em três tipos. O primeiro é o crime puro onde o atacante procura danificar o hardware e software do computador. O segundo é o misto que a internet e utilizada para realizar a conduta como por exemplo hackers tirando pequenas quantias de milhares de contas correntes e as transferindo para uma única conta. E por último o crime comum onde a internet e utilizada para cometer delitos já tipificado no código penal.

- Crimes virtuais nas redes sociais

As redes sociais crescem com seus usuários a cada ano. Esses “espaços” de compartilhamento sao usados por mais de 102 milhoes de brasileiros em 2013 segundo a empresa de audiencia on-line Navegg, tornando-nos o quinto maior país com conexões com a internet.

As redes sociais mais utilizadas pelos sao o Facebook e Twitter. Quando o assunto é Facebook, o Brasil é o que mais ganhou novos usuários ativos mensais – quase 30 milhões – de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2012, de acordo com estudo divulgado pelo SocialBakers, plataforma que monitora o uso das redes sociais mundialmente. Nosso país está em segundo lugar no ranking mundial de perfis cadastrados com 65 milhões, atrás apenas dos Estados Unidos (CASSANTI, 2014, p. 42).