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CONSIDERAÇÕES SOBRE A DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Por:   •  11/6/2018  •  5.499 Palavras (22 Páginas)  •  409 Visualizações

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O envelhecimento do organismo como um todo é um processo natural, porém complexo. Pode ser chamado de envelhecimento “mosaico” que se trata de um envelhecimento evidente, no entanto que segue diferentes trajetórias no organismo, afetando diferentes órgãos, tecidos e células. É na pele que podemos encontrar as primeiras marcas do tempo, sendo que o envelhecimento dos órgãos internos não é visível aos olhos. (GANCEVICIENE et al., 2012)

Segundo Poljask, Dahmane e Godic (2012), muitas teorias tentam explicar o processo de envelhecimento, mas a mais plausível delas centra-se em danos no DNA e no processo de reparo concomitante, que induz alterações genômicas pigenéticas que levam a senescência celular, perda da função celular adequada, e as aberrações cromossômicas. Influências genéticas que podem contribuir para o envelhecimento são na verdade 3% levando em consideração outros fatores. É difícil separar o envelhecimento instrínseco de uma variedade de outros fatores que contribuem para o envelhecimento, como fumo, exposição ao sol, poluição, dentre outros fatores ambientais, que caracterizam o envelhecimento extríseco. Como consequência a taxa de envelhecimento é diferente entre populações e significativamente diferente entre regiões anatômicas de um mesmo indivíduo.

O processo biológico de envelhecimento é influenciado por combinações endógenas e combinações exógenas, os fatores endógenos que influenciam no envelhecimento do organismo são a genética, metabolismo celular, hormônios e processos metabólicos, caracterizando o envelhecimento intrínseco; os fatores exógenos que influenciam no envelhecimento do organismo são poluição, radiação solar, tabagismo, dentre outros que caracterizam o envelhecimento extrínseco. (GANCEVICIENE et al., 2012)

Para Poljask, Dahmane e Godic (2012), os processos de envelhecimento cutâneo se sobrepõe e possuem influente relação com o aumento de radicais livres na pele. O estresse oxidativo é um mecanismo subjacente de ambos os processos de envelhecimento do tecido cutâneo, o qual leva a perda de matriz extracelular e de células. O desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a defesa antioxidante da pele, é denominado de estresse oxidativo. No entanto não só o aumento de radicais livres ocorre com a idade, as células da pele humana ao longo do tempo, perdem gradativamente sua capacidade de reparar o DNA.

As principais forças responsáveis pelo envelhecimento facial incluem a gravidade, a maturação dos tecidos moles, a remodelação óssea, alterações musculares e exposição solar. O processo de envelhecimento é um conjunto complexo e diversificado de elementos, onde cada um deixa uma marca distintiva sobre o envelhecimento do tecido cutâneo. Cada componente está intimamente ligado ao outro, onde estrutura esquelética, músculos, tecidos moles, e pele são afetados individualmente pelo processo de envelhecimento, mas agem em conjunto para resultar em envelhecimento facial. (ZIMBLER; KOKOSKA; THOMAS, 2001)

- Envelhecimento intrínseco

O envelhecimento intrínseco da pele corresponde ao relógio biológico das células do tecido cutâneo, pois reflete na pele a redução do metabolismo de órgãos internos. As manifestações clínicas do envelhecimento intrínseco são rugas finas, pele fina e transparente, a perda de gordura subjacente levando a bochechas cavadas e órbitas oculares, pele seca e coceira, além da capacidade de transpirar insuficiente, por conta da perda de mecanismos presentes na pele que sustentam e nutrem o tecido cutâneo. (POLJASK; DAHMANE; GODIC, 2012)

Para Vierkotter e Krutmann (2012), o envelhecimento geral, que é aquele que ocorre pela passagem do tempo e é determinado geneticamente é denominado envelhecimento intrínseco, ou seja, é o envelhecimento fisiológico do organismo como um todo. O envelhecimento intrínseco é decorrente de alterações funcionais, o tecido cutâneo torna-se mais seco e pálido, com rugas finas e um certo grau de flacidez.

Geralmente quando nos referimos ao envelhecimento facial, logo associamos ao surgimento das rugas. As rugas possuem características histológicas distintas, são uma mudança na configuração da pele causadas por uma variedade de fatores que não possuem uma definição histológica específica, para as mudanças estruturais que ocorrem na pele. Na literatura não há uma definição uniforme para o significado da palavra “ruga”, podendo ser associada com rítides, vincos, linhas, sulcos e dobras que surgem na pele. (ZIMBLER; KOKOSKA; THOMAS, 2001)

Ao longo do tempo a distância entre as estruturas esqueléticas pode diminuir, levando ao envelhecimento craniofacial que ocorre por uma alteração na relação de expansão do osso e atrofia do mesmo. Essa diminuição de altura e de largura óssea é mais visível em mandíbula e maxila. Esse processo que ocorre nos óssos auxilia no surgimento de rugas. Na maxila, por exemplo o tecido sobreposto, fica sem apoio, levando a um aprofundamento da dobra melo labial, além de contribuir para o excesso de tecido mole sobre o lábio inferior. Já a perda óssea que ocorre na mandíbula leva à uma alteração na forma do queixo e na sua projeção. Além disso, com envelhecimento esquelético vê-se um endurecimento geral de protuberâncias ósseas onde os músculos mastigatórios estão presentes, enquanto que em regiões onde não existem tais forças, o amolecimento geral ocorre. (ZIMBLER; KOKOSKA; THOMAS, 2001)

A pele além de ser o maior órgão do corpo humano é um órgão endócrino independente, por isso pode ser afetada por alterações na homeostase do ambiente endócrino. Os folículos pilosos e glândulas sebáceas são os alvos para esteróides e andrógenos secretados pelas gônadas do cótex adrenal e os melanócitos são diretamente influenciados por hormônios polipetídicos da hipófise. Além disso, os hormônios desempenham um papel importante no desenvolvimento e na função da pele humana. A pele não é apenas o receptor de sinais de transmissores distantes, mas também uma comunidade organizada em que suas células e organelas emitem, recebem e coordenam sinais moleculares. (ZOUBOULIS; MAKRANTONAKI, 2012)

A síntese hormonal com o tempo e a idade, vai progressivamente diminuindo, com isso os níveis hormonais consequentemente caem. Podemos citar o hormônio do crescimento, a insulina, hormônios da tireóide, testosterona, estrogênio, dentre outros. Os maiores déficites hormonais que ocorrem no organismo humano são a menopausa e a andropausa. Essa diminuição da síntese hormonal gradualmente leva a perda de algumas funções, com o conseqüente envelhecimento do organismo.

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